Com Bartimeu foi exposta a cegueira de muitos com relação a vida e o que nela importa, o milagroso ato entretanto teve função educativa para nós outros, vez que vendo, por isso somos juízes e sentenciadores dos nossos procederes, tendo em vista que quando afirmamos que vemos, a responsabilidade por tudo o que produzimos é inteiramente nossa, porém isso não é desalentador se em vida tivemos muitos equívocos, ou pecados de acordo com a consciência que se auto analise, Bartimeu passou a enxergar o mundo tocado por alegria muito intensa, a vida segue entretanto para ele em suas aquisições espirituais.
Como que após receber o benefício da misericórdia, de certo que seu foco foi outro na independência conseguida, por ver, ter mãos, andar. pensar e sentir na continuidade de sua existência física, transitória de igual forma a todos os espíritos que temporariamente são revestidos de um templo corpo, para que em diversos níveis de experiências, onde o senhor da vida manifesta suas leis eternas, para serem observadas, respeitadas e praticadas, mais e mais se elevasse, Bartimeu, do ponto onde foi instrumento, para o ensinamento crístico voltado a compreensão do reinado do senhor, que é dirigido ao coração dos homens.
Aquele que detém a sabedoria conquistada nas provas da vida, em sequência de presentes, mais se torna instrumento da verdade que liberta, por essa razão os cinco sentidos postos na criatura humana, nada mais são que instrumentalizações para que com sua inteligente ação em si e na prática da lei de amor, se pronuncie com essa qualidade de alma, sequente que é de profundas conquistas interiores, de forma igualitária oferecida a todos os espíritos viajantes pelo momento corpo diante da eternidade no reinado do senhor da vida.
Não é algo que se possa dizer que não seja necessário desprender esforço, porém amplamente instrumentalizado o princípio inteligente que é ligado a matéria, jamais atuante de forma impensada e quando o faz, naturalmente a lei divina trata por correção de rumo, pois nossas escolhas além de afetar nossos presentes recebidos, geram efeitos, por vezes nos tornando adoecidos espiritualmente, necessitando assim de expiações em provas dolorosas, não como castigo, a dor é uma espécie de fogo transformativo, pois a sentido “vemos nossas necessidades de ajuste diretivo, no corpo transitório instrumento do nosso espírito.
Quem detém a sabedoria jamais atua em qualquer campo de forma impensada, e supor que a cura desejada pelo mestre dos mestres era apenas um ato isolado de cura, pasmos, diante do fato do cego ter nascido desta forma, então, refletindo podemos entender que o alcance desejado vai além da forma vista.
Existe por naturalidade o choque no homem cego que passa a ver, pois mede seus compromissos consigo mesmo e com os circundantes que lhe dividem a trajetória, postos a sua proximidade pela presciência divina, segundo as necessidades individualizadas de cada um, portanto enxergar gera o momento onde o ensino do Cristo deve ocupar nossa atenção, na auto aplicação das conceituações que nos sejam visíveis ao entendimento de agora, porque agora é o tempo de ver o que ainda não vemos, entender o que ainda não entendemos sobre sua mensagem redentora.
Ele curou a cegueira de Bartimeu, para que a partir deste movimento do seu divino sentimento de amor pela humanidade, fosse chamada de atenção a sua boa nova, cegos veem, coxos andam, mortos ressurgem do túmulo, há vida em um plano diferente deste onde somos todos provados, isso ficou bem claramente exposto na cena descrita do monte Tabor, onde ele o Cristo se reúne com moisés e Elias a vista de três testemunhas escolhidas por ele
Quantos olhos vêem não vendo? E quantas almas dizem que vêem e assim dizendo não tratam o sagrado como algo profano, pernoitando na ignorância aflitiva, pois a própria alma reclama na sua ociosidade discernitiva, e ver além da forma eis a proposta educativa deste generoso espírito, traz ensino para que nos vejamos mais profundamente, excluindo a cegueira relativa a vida verdadeira, em seu reinado de amor
Se cego tatear em tantas eras
E por virtude conquistar algo aqui na terra
É por amar que volto de outra esfera
Para tratar a vista no trabalho que redime e eleva.
Se porventura lograr ser esperança, porque além da vida vivo
Da vida que trago do amor que sinto
Então, terei vista da alegria que seja causa.
Ela por ser doutro em mim permanecerá inalterada
Pode um cego conduzir outros que tateiam?
Se por sincera vista dos meus tantos desacertos
Por certo que ofereço ao campo da experiência
O que tenha, e se me julgue, se me compreenda.
E se a compreensão não for além da forma
Que pela letra indica dor ou alegria que transmito
Não será falha do meu desejo de amar de além da vida
Sim da sintonia em que me situe em sombrias escolhas.
Mas se calasse minha fala, gritariam as pedras!
Eis que bate a porta o tempo do caminho estreito
Por isso trato por meu amor esperança
Enquanto aguardo por minha vez
Que minha vista seja curada por quem mais veja!
Não estou só nesta jornada.
Ao meu lado ombreando no mesmo esforço ritmado
Os escolhidos. Encarnados.
Pedras rudes sendo lapidadas.
Namastê
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caso goste de alguma postagem do meu blog, fique a vontade para comentar, criticar, compartilhar
Antonio Carlos Tardivelli