sábado, 13 de janeiro de 2024

17 O perdão


A outra face da nossa sombra é nossa luz...

É o sentimento que transcende para além do tempo presente, é uma conexão fina e poderosa, do passado ao presente, das ações realizadas para o ajuste do aqui e agora, é efeito quando o coração se preenche de amor, é ação quando do sentimento manifesto da alma porque em sua essência é um ser amor, como se estivesse em jornada aquisitiva onde tendo no amor supremo sua origem, seu sentimento ainda embrionário e bruto em seu manifesto, vai sendo moldado pelas profundas inquirições da alma vivente em suas provas de vida.

Assim o perdão, uma das faces de nós amor, se constitui de uma força aparentemente, na direção do outro somente, enquanto ele despertante, provoca alterações importantes ao que o exercita na constância infinita de presentes, aprimora sua vista e, seu histórico existencial é repleto de realizações, principalmente nas íntimas disposições de espírito, vez que o instrumento que é o perdão para o ser vivente é precioso meio de compreender seu lado divino, enquanto ligado ao templo corpo, posto aos seus cuidados.


O perdão retira o espinho pestilento da mágoa insistente, que adoece e fixa na contextura espiritual uma necessidade premente de ajuste diretivo a seu próprio favor, vez que, ele esvazia a alma de seu primitivismo e atua na transformação auto imposta por sua essência reclamante, longe do amor está o porto do ódio doentio, e em sua origem, posta a vibração do amor supremo, tomando-se por supremada a consciência de si, há uma imperiosa necessidade de ir na direção de mais e melhor entender amar, enquanto escrita de próprio histórico, o não perdão traz na mágoa adoecente a sombra da agressividade consequente, deixa-se de valorizar os sentimentos nobres decorrentes da ação do perdão, para permanecer vezes por eras, em prisão que se auto impôs recolhendo os efeitos do que de si tenha como feito.


De certo que o perdão liberta, podemos mensurar os efeitos do perdão a partir da comparação por consciência dos efeitos das ações, como consequente a ação o perdão é como uma medicação de cura, e ao mesmo tempo de auto cura, enquanto exercida na condição de espírito vivente na carne ou fora dela, encontra-se em campo de semelhante forma o auto perdão, que é o primeiro passo para edificar ações nossas aos nossos semelhantes, enquanto a nós mesmos ao mesmo tempo, quando não resolvidas as pendências íntimas que nos ferem em sentimentos de culpas intermináveis, não alcançamos a abrangente ação do perdão a partir de nós mesmos, em outras palavras, arrependemo-nos e isso não basta ao auto amor, é preciso corrigir e avançar em acertos, vai daí que o arrepender-se é passo precedente ao auto perdão depois, na busca de correção frente aqueles onde nossa intolerância e incompreensão foi o agente de nossas próprias sombras.


O que a nossa consciência dita desde nossa essência é que, na convivência, há a necessidade de ajuste desta capacidade íntima de perdoar até atingir o ponto máximo da evolução espiritualizante, atrelado a esse sentimento gerador de harmonia no meio e em si mesmo, desenvolve-se dois dos seus atributos, a tolerância ligada a compreensão do outro, sempre ao lastro das nossas aquisições morais íntimas, já que não se compreende o outro, sem a profunda e verdadeira compreensão de si, assim o perdoar é um abrir de portas para as mais importantes conquistas morais para o espírito vivente.


Qual desenvolve nas vivências, a sutileza transformativa em si deste elemento que oferece forma manifestativa do amor, até que se alcance um nível de naturalidade em nosso espírito, e não vai importar  o nível de agressividades das sombras alheias exteriores, a paz e a harmonia interior é expressada em nossos atos, transformativos de nós mesmos e por questão de retornarmos energeticamente ao outro, na postura de oferecer a outra face, nos tornamos pacificadores, onde a ação do amor que é desenvolvida a partir deste princípio existente em nós, amplia-se em seu alcance, é como que nosso espírito sendo uma rama do Cristo na ação vivencial, os frutos surgem consequentes, e ao olhar para os olhos do senhor, percebendo a aprovação ao nosso esforço de aprender a exercitar com ele, a alegria é imensa, e não se perde jamais, pois passamos a reconhecer o porquê de nossa existência no aqui e agora, oferecido igualitariamente a toda criatura.


Todos tem um momento de perdoar-se e perdoar o outro, tornado isso qualidade de alma fixada, a jornada acensiva se define à consciência, e esta é fortalecida em suas propostas no ideal a ser alcançado muito fortemente, já que toda ação nossa vem a consequente reação, esse conhecimento aplicado e quantificado com discernimento nos presentes que nos são oferecidos, há uma somatória de virtudes que dantes estavam adormecidas, em nossa essência primordial, que é em síntese, divina, por ser “sopro” do criador que em sendo o amor supremo nos criou, e nos ofereceu uma jornada de aprendizado sobre nós mesmos, nas aplicações e implicaçôes práticas nos princípios e fundamentos de suas leis eternas, inscritas em nossa imortalidade de espírito, portanto o que nos move da diretiva de perdoar a nós mesmos e ao nosso semelhante, é a forma individualizada por nossa escolha de: "amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos".


Diante de nosso máximo esforço, perdoem-nos, ainda o pouco entendimento que temos, entanto, já visualizamos um futuro com essa base, com toda nossa alma, com todo nosso entendimento, tudo o que possa ser acrescentado a isso vem do educandário divino, como graça e consequente de nossa perseverança no bem, por efeito do perdão também na a compreensão do amor divino, que passa a não se sentir mais a necessidade de perdoar, por que ama incondicionalmente, a obra divina em si e de si para o compartilhar com o outro, reconhecendo a instrumentalização do pai para os filhos operosos em si mesmos…


Enquanto amar traz em si perdoar, e como a verdade nos liberta, o amor é a chave que abre todas as portas ainda cerradas em nós mesmos mas que estão se o quisermos à nossa vista.


namastê


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Antonio Carlos Tardivelli