A cítara.
A alma humana é algo de indescritível
beleza quando se devota a vibrar entonações quais lhe surja no manifesto de sua
arte.
Aquela musicada, da alma que
busca tonalidade perfeita, embora já a tenha em sua intimidade a redescobre em outras
diversas a partir do que é para o que transcenda partilhando.
Para a musicalidade entoando cânticos
de louvor a vida, aquela que dormitante espera despertamento, a sua ação
renovadora do animo, apaziguadora dos conflitos internos onde se aquietando
deixa-se conduzir pela sequencia de despertamento gradativo de qualidades
ocultas que os sons despertam em sua sequencias belas, metódicas mais acima,
calmas mais abaixo.
Tenores ficam inebriados ao contato
isso porque silenciam as notas mais elevadas para serem tocados antes que se
manifestem em plenitude, é como um bailar de emoções profundas onde a alma que
se procura se encontra e trata por seu, universo de contentamento interior.
Por gracejos ruidosos vez em
talento ágil movimenta os corpos lúdicos e graciosos a um bailar levitante como
se nem possuíssem corpos densos por qual a alma se entretendo vai flutuante ao
sabor das notas como que se existindo além da forma arrastando o corpo nem lhe
sentindo o peso.
Vez calma quebrando silencio como
se tocando profundamente nos níveis mais elevados e profundos em sentimentos
troca tristeza por contentamento, enquanto baila como se a sabor do vento
indicando vida em intensidade que valoriza ser aqui e agora como presente que
se oferece a vida.
Torna lamento o som tristonho
quando a alma tocada em suas dores querendo delas se abstrair, ao toque
ritmado como se fragmentando os incômodos um a um vão se esvaindo sugados por
uma luz cegante que do peito brota em diversificados tons de cores, lamento se
torna cântico de alegria, dor contato com o amor que cura, na mudança ágil do
toque que oculta alma em cada movimento.
E assim no curso de um momento,
se cura se alegra, se enternece e a felicidade encontra porto onde se aquieta
embora borbulhante provoque muito movimento!
Aqui um contar em prosa do que a
vida oferece como alegria ali um sentir silencioso como se fosse alimento
sorvido aos poucos oferecendo sabor ao maior contentamento. Gotas de saudade
oferecem a vista o rosto amado, silencio onde se aquieta a alma à lembrança do
que já foi com vistas esperançosas ao que deseja agora, no contato breve, com
outra alma que lhe divida o sublimado ensejo de ser no estar futuro.
Quão doce quando a alma aquietada
repensa seus valores musicando a alma nas tonalidades diversas despertas pela
cítara bem movida em suas notas com valores abstratos retirados do conteúdo que
se tenha no amor que sinta e ofereça.
Trato da vibração serena da alma
tornada pela corda tangível no silencio. Inquietante toque quando desperta os
sentimentos em desalinho posto que no caminho não só se encontra no recôndito
da alma flores e perfumes.
Vezes a tortura do amor tido como
perdido, noutras a saudade que sendo amor que fica inquieta porque se pensa que
o amor é posse e por ser egoico sofre quem o sente assim.
Se demora o teu ser em
compreender que o amor é como musica tocada nos cordéis do sentimento, como um
repente que transmuta suas cores no abraço de cada presente, por certo não vives
o amor em seu verdadeiro estagio de ser oferecer e dar o que se tenha. Ter
posse somente é sentir e quando se da por inteiro se lhe é reciproco
entendimento do sentir então como se completa a musica em luzes das almas como
fossem uma.
E a letra qual se entoa por voz acompanhante
não pode ser menos que brota da divina fonte, onde amor transcende a forma em
sua inquietante ação que transmuta o que é para ser melhor, o que seja calmo
porem intenso e profundo, o que seja ruidoso e alegre a movimentar como vagas
intempestivas paixão ardor querência sem saber quantificar o fim como se nada
bastasse tudo fosse falta enquanto canto da alma que se possui se dando
ternamente.
E por fim para calar a cítara,
alma do poeta que canta no que conta, seja toque em tua alma com o que tento
encanto enquanto feitiço, já que mago é todo poeta que sonha com a felicidade
mesmo não a tendo por completude mas a sentindo no sorriso que, OXALA,
desperte.
Luz se faça, luz seja.
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Antonio Carlos Tardivelli