sábado, 6 de abril de 2024

9 Recinto de acolhimento

 



Mergulhado em profundas emoções, que como que me obrigaram a repensar todo meu histórico e necessitado de condução segura, a súplica é sempre replicada e ainda muita um tanto lamentosa, distante da confiança que deveria me ocupar já que estava sendo assistido, orientado, em ambiente que favorecia o reencontro do equilíbrio, é uma fase em um ponto da consciência ainda necessitada, que vai evoluindo em sua trajetória ascensiva, comum a todos os pirilampos como eu que acende e deixa-se no apagar ainda da esperança em futuro venturoso.


Já a duzentos lustros desde meu recolhimento ao abrigo da esperança, repassava no campo das lembranças visitando oportunamente todos os ambientes relativos a assistência amorosa desprendida, neste caso, em um andar onde múltiplos leitos colocados um ao lado do outro, com uma cortina que só era acionada quando a atividade de assistência oferecida, necessitava de maior grau de privacidade, para que não fosse desperta a curiosidade não construtiva, em um destes leitos lado a lado, para que a dor do outro também nos incomodasse o espírito, porque em nosso ego, muitas vezes podemos nos situar “somente a mim foi dado sofrer”olha o outro como está bem e feliz!


Desta forma por justa vista , somos movimentados em nossa íntima essência para pensarmos também em nosso vizinho, muito embora enquanto estava em um dos leitos acomodado restaurando as forças, meu sentimento era tocado pelo sofrimento vizinho e recomeçava ao processo de entender as necessidades do serviço, que pode ser servido nos braços da mãe, com a prece, não como pedido para nossas dores, mas sim para nossos vizinhos em semelhantes necessidades.


Toda essa retroativa era uma espécie de preparação para a nova experiência corpórea, vez que para sedimentar conceitos, é necessário que façamos uma análise dos sentimentos experimentados em nossa trajetória de aprendizados, rever assim os ambientes de atendimento qual fomos assistidos, rememorando os irmãos e irmãos que se postaram junto aos leitos, recordar nossos sentimentos de gratidão a eles, rever nossa situação de assistidos depois de cooperadores no mesmo trato de amparo, pois impossível é, quando constatada a continuidade da existência ficarmos ociosos calando a voz íntima que nos impele ao servir.


Nos primeiros passos o amparo na sequência por nossa interatividade ao meio nos tratamos dando ao outro tudo o que recebemos, é assim na terra, é assim nas cercanias e nas esferas onde os espíritos mais felizes dão continuidade em labores que edificam construindo no campo comum a convivência fraterna, e onde a fraternidade se apresenta, os valores tomam o empréstimo de renovação no caminho auto iluminativo, assim, sem perder a perspectiva de nossas responsabilidades sobre nós mesmos e as contribuições possíveis a nossa maturidade espiritual, atuamos a exemplo do senhor como verdade dita pelo mestre dos mestres, servindo todo tempo, pois também hoje compreendemos, que no passado neste lar de atenção e cuidados fomos instrumentos do despertar da continuidade da prática da caridade, em cada acompanhamento, cuidados com a instrução segura, para que por nosso arbítrio novamente libertos, pudéssemos nós outros também nos tratarmos no ambiente de serviço ao próximo.


A razão de relatamos em parte nossa experiência, é oferecer a vista em análise cuidadosa, vez que espíritos necessitados todos nós somos, uns de orientação necessitando de orientadores, e estes e todos em semelhança, como em comum a imortalidade do espírito, possuidores de consciência sobre nós mesmos, como justos ,medindo-nos ao amparo misericordioso para nos instruir ao campo, de sermos nós outros misericordiosos, passamos pelo leito das necessidades para outro, onde amparados, amparamos pela experiência adquirida em maturidade, pois dar frutos é opção caritativa no campo do fluxo da existência infinda, não existem paradas intermináveis, ao espírito reticente no bem a ser feito a si por sua próprias mãos no trabalho edificante, todos são chamados embora nem todos sejam escolhidos, somente aqueles que alcançam maturidade suficiente podem abraçar dignamente o trabalho de amparador.


A organização assim segue o rito do trabalho amoroso, vejam pela vista racional em análise do ambiente harmonioso no recinto de acolhimento fraterno, há do provedor eterno uma espécie de incentivo a prece sem palavras da alma que assiste ativando sua misericordiosa ação, feito isso em uma individualidade, desperta providente na percepção de um outro a mesma necessidade íntima de ser, e como uma reunião de pirilampos que mais acendem do que se deixam apagar frente a dor do outro quaisquer que elas sejam, surte efeito desta ação ao meio, por essa razão, onde estiverem dois ou mais em nome do senhor da vida, a vibração crística da essência do eterno, nos filhos que educa, constroi o ambiente fraterno e amoroso, onde é possível em amplo provimento, de assistência e amparo, e à medida que nossas dores vão sendo curadas, a necessidade de vibracional no campo da caridade surge imperiosa, sendo contribuinte ao meio onde esteja.


Descrever o ambiente sem as elucubrações de espírito a vista justa não se apresentaria em ideal descritiva, por isso nos sintamos amparados sempre, pois ao lado da dor provativa sempre o senhor da misericordia estende suas mãos e no tempo justo, pois muitos de nós somos filhos faltosos, nos conduz após ciclo de aprendizados sobre nós mesmos, ao trabalho junto com outros, os mais sábios nos deixamos conduzir para que igualmente consigamos chegar também a sabedoria.


Como assim? Você é um espírito de um suicida? Sim! mas apresse por julgar pelo parâmetro do eterno amor,

assim também verá o bem que pode trazer frutos em esperança, sem julgar, sem condenar, sem a previsão de uma pena eterna em sofrimento, o pai eterno nos concede uns aos outros, aos familiares dos faltosos como eu fui, a consolação, ao campo do perdão rumo a maturidade estou hoje, nesta oportunidade, trazendo quadros em mim mesmo da misericórdia que me alcançou, no lar da esperança.


Quem pensa que dormirá até o dia do juízo, nossa consideração compassiva e, a afirmativa que esse dia é todo dia, ou nos aliamos ao bem como frutos de nós mesmos, ou a inércia discernitiva nos aprisiona ao campo das ilusões.


Paz e luz


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Antonio Carlos Tardivelli