Debruçado então pela lei do trabalho a tratar-me nesta direção, que resulta em ganhos, não como os que medimos como retorno na vida física, sim com a alegria edificante que nos ocupa, pois quando nos aplicamos os resultados aparecem fora na atividade rotineira e dentro de nós mesmos em nossos sentimentos, que é a parte que vai nos tornando espíritos melhores, para os primeiros passos nos dedicamos a algo que deveríamos ter mais valorizado quando da nossa encarnação, ou seja, o entendimento da força que detemos desconhecida em nós mesmos, os nossos pensamentos. Isso traz à mente o quanto é importante nos situar desde o campo da vida de encarnados a amar sempre, pois o amar traz a tona as capacidades da alma desde nossa essência, e já que compreendemos que o pensamento tem forma, nos cabe direcionar essa qualidade de espírito de maneira adequada.
É de certa forma, sermos contribuintes com a criação divina, quando oferecendo pelo trabalho o trato ao jardim, a primeira vista a tarefa mais simples, porém tratar cada flor exige um campo de energia sutilizado em nosso pensar ativo, que deve ser plenamente desenvolvido, afinal, quando vamos ao jardim em movimentos meditativos, a beleza circundante é motivadora da harmonia íntima, do encantamento, do sentimento de paz e quietude que nos toma, e que sentimos diante das flores, dos perfumes percebidos, os efeitos que isso tudo provoca em nossa intimidade, portanto quando estivermos na terra ou na espiritualidade, em um jardim todo florido podemos não ver no mesmo momento, mas ocultos estão os cuidadores em seu trabalho amoroso, é como que, transportarmos a beleza que temos tratado em nossos pensamentos, corporificando o que é visto no jardim.
Naturalmente a nossa criação, traz condições para atender a tempo justo no campo do trabalho, não somente o trato a atividade escolhida, como também nossas potencialidades de espírito, se cuidamos na terra da vigilância dos nossos pensamentos, promovendo-os para estágios mais elevados, encontraremos amplo campo de trabalho edificante, com o domínio sobre nossas produções mentais no plano mais sutil da vida, o espiritual, onde toda atividade construtiva é regida pelo amor, posto também em nossa essência com o pulsar do pensamento divino, assim podemos afirmar que temos em nós mesmos todas as condições para realizações surpreendentes.
De certo que o “podeis fazer tudo o que faço e muito mais” toma uma nova configuração em nosso pensar ativo, como participantes do amor divino e fruto de perseverante busca, aproveitando todas as orientações recebidas, deixando para traz os pensamentos cultivados nos apegos diversos de nosso trajeto evolutivo como que, fazendo uma assepsia em nós, que faz florescer nossas qualidades de espírito dormentes ainda, conseguimos observar o fluir do amor na direção da tarefa cuidadora, na forma de pequenos pontos de luz de muita beleza, claro que ao mesmo tempo concomitantemente, o mesmo fluir dos campos espirituais mais elevados como se fossemos todos nós os que nos aplicamos a lei do trabalho, pequenas flores do jardim do reino do nosso senhor, filho da sagrada mãe quando na terra, e que retomam sua beleza original resplandecendo luz, no jardim que tomamos ao nosso cuidado e em nós mesmos claro.
Então na síntese de nosso nascente desejo neste trabalho de amor é trazer a vossa vista um dos quadros da imensa misericórdia divina, tendo em vista o sentimento equivocado que os suicidas, seres que receberam o nosso melhor afeto, estão perdidos para sempre, mas não, a misericórdia divina nos promove sempre a estágios de maior completude e felicidade, o que nos limita são as nossas próprias sombras, efeitos de sentimentos e pensamentos inferiores, de apegos diversos, egoicos um tanto, pois em tantas situações não vemos a beleza da escola terra cegos que nos pomos, nem nos ocupamos de um sentimento de gratidão pelos presentes recebidos.
Por justa vista de nosso espírito escolhemos a figura que traz semelhança com o jardim do lar da esperança.
Alguém cuida dos lírios do campo, quem seria? Por certo o mais sábio jardineiro!
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Antonio Carlos Tardivelli