sábado, 6 de agosto de 2022

Na vida, na morte


Na vida, há morte?

Em bens preciosos o ver, o sentir, o realizar em si, somam valores a personalidade que vivencia no tempo as mais diferentes situações, das que  lhe harmonizam aquietando espírito, as desafiadoras que parecem pedir para que se supere, os próprios limites nos dois extremos, o meio é o discernimento que vai se educando a partir de um ponto em si, no confronto com outras personalidades, somente semelhantes, e os conflitos ocorrentes por diversas diferenças, entram em choque algumas vezes, determinando movimento discernitivo do estágio que realmente se encontre o espírito.


Na vida, pois, vibrante em si mesma, onde movimentadas as energias próprias da dimensão essencial, vital, para que haja vida manifesta, como que o espírito dinamiza sua ação, no pó que constrói o corpo e a ele retorna é inevitável, a isso bem dimensionado o justo entendimento indaga, e a morte, ela existe? Do ponto de vista física é o natural desfecho, teme-a o sábio e os ainda em primitivo estágio, é natural o medo,doutra forma não se procuraria aprimorar e por conseguinte reter méritos a sua conservação, os ditos corajosos, se atirariam insanamente em risco de interrupção desta contagem de virtudes e invirtudes que ao correr do tempo vai acrescentando por arbítrio elementos construtivos.


Quando se sinta que ela se encerra no final do ciclo corpóreo, é o mesmo que admitir que em nada existe a perfeição, e que o ser que pensa, no que vê e sente realidade em si, é obra do acaso, como que se a semente que retém a configuração da árvore frutífera fosse em si mesma obra do acaso, sem uma inteligência ordenante desta harmonia existente, e que se quantifica em vida,  não é de uma perfeição detalhada nas minúcias do que sente que se percebe pela vista e se compreende?


Onde o reino vegetal trata de outro o animal, transportando generosamente a energia vital transformada desde a semente, no fruto adocicado, que oferece prazer alimentício, para que o prazer e, sua origem, do acaso? O prazer que se sinta por viver, quando por êxtase se contempla o novo dia renascente em suas cores vistas, nos odores percebidos, nos sentimentos despertados, como se houvesse inato um desejo de ser grato, e a gratidão onde vive, no acaso, no nada, ora o nada existe realmente? Mas qual o pensamento ativo que gerou a semente já que o acaso nunca existe ?


E o pensamento, qual é o princípio gerador de tantas considerações, para que se formem personalidades distintas entre entre si, este quase flutuar por filosofias e religiões, e crenças humanas, em políticas relacionais sociológicas, onde orbita o pensar donde se intensifica progresso continuado, como se houvesse na manifestação de vida algo que para ser lógico, racional no que se sinta, não pode  por determinância de perfeição desde a criação, jamais terminar, por isso intentamos que a morte não existe, senão, há uma passagem de um estado vibracional do espírito na matéria e outro fora dela, convenhamos, não houvesse esse vital conceito sobre vida, o corpo em seus intrincados sistemas, seria uma massa sem movimento, sem pensamento, sem organização inteligente, e pensante, no que vê, no que sente, no que se forma a partir do que percebe em si, nunca fora deste ser humano, que tem algo a mais do que a forma, chamamos em nossas crenças conceituadas de valor, alma, espírito, até que se tornem convicções fundamentadas.


Ao se chegar ao ponto onde se fundamente o discernir que há um ser de suprema inteligência, que move energias transformadoras, e que por conseguinte não se trata de questão ideológica em crença sem fundamentos, mas sim em constatações do ser que pensa e por isto mede seus sentimentos em constantes transformações, de um ponto primitivo em simplicidade e ignorância, para outro de plena convicção de si, em qual só termina o ciclo corpóreo, e a existência prossegue fundamentada em aquisições ao longo dessas confrontações intimamente sentidas e pensadas no porque se sente, e checando as respostas como se uma voz interna segredava, e dissesse sussurrante, há um futuro luminoso a vossa espera!


Chamais a isso como queiras, vida eterna sempre terna, sequência de conflitos regenerativos das escolhas que nos acarretam dores, aflições, mágoas, como se as dores fossem um alerta, as mágoas um veneno que adoece, as aflições por estar assim pensantes, identifica-se por racional reflexão, o que mudar, em pensar em escolher o que sentir, tornando a personalidade (espírito), mais lúcido e coerente com a razão de sua existência, pois há sim, uma suprema inteligência que deflagra o princípio em semente, para que se torne árvore, frondosa, abrigando pássaros dos céus, flutuantes, nossas almas ou espírito, como queiras nominar flutuantes no sentir primitivo, depois progressivo em ser o que se torna no que faz de si por livre escolha.


Então, se temes a morte, tema somente na dimensão de preservação do corpo qual estas por dever ter cuidados, se crês na manifestação de espírito ou alma como queiras, tens a tua atuante como personalidade distinta, dia chega, é agora, que outra dessas personalidades percebes na escrita, e quanto percebas transcendendo a vista física, sentirás que na contagem de vida, somamos, o que escreve o que inspira o que lê e vê fora, sentindo entretanto que os valores em semelhança estão dentro, em parte que se imortaliza em vida, a morte então tem sua dimensão educativa, concluindo, no arquiteto do universo por vontade expressiva, existe o aqui e agora, somente vida, somente de vida… O que é a morte? Uma porta por onde se retorna ao que era antes com as aquisições de agora, sempre.


Penses no que vês, no que sentes, no que te tornas.

 


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Antonio Carlos Tardivelli