sábado, 30 de janeiro de 2021

27 O melhor da dor

 


*Olhava pela opção em tecnologia, e uma criança cheia de chagas, sem as mãos, pedindo ajuda e naturalmente a indagação surge contundente, do porquê, já que em sua voz embargada não sentia nenhuma revolta ou inconformação, doía-me entretanto a alma na compaixão mais pura, não fosse por entender que a existência não começa com o corpo e nem termina quando se desliga deste, é que encontro verdade e consolação, já que a criança suplicante o fazia em língua diferente da minha, em pais vizinho. Mas quantas tem semelhante histórico! (do intermediário)

Abro esse trabalho portanto a que se manifestem as almas desejosas de colocar a pena sua vista sobre a dor, mas sobretudo, nos informando de esperanças que nos sejam por caminho que nos liberta, dos medos, das inquietações, vitimizações que muita vez nos colocamos, entanto diante de um quadro deste, paramos e ponderamos, se fosse somente vida a que temos em um corpo, estaríamos como os vermes que putrefaz o corpo, depois mais nada, e não se explicaria o presente dentro de justiça.

Por agora, voltemos o nosso olhar a figura angélica de Maria de Nazaré, rainha do nosso coração, que vive em reino de seu amado filho, na compaixão, na instrução de nossas almas, aquietemos, portanto, nossos temores, terrores diante de elementos quais não podemos nos desviar, atendendo assim imperativo da evolução aos nossos espíritos e aos que passam pelos tempos difíceis do caminho, que nossa palavra seja apenas essa, consolação!

Neste sentido a compaixão é remédio para nossas almas, e irradiamos um tanto do que as almas buscam, isso porque suas suplicas em nos tocando, voltamos nosso ser para o divino momento onde fomos criados, a compaixão move o bruto para agir mesmo que somente com o pensar que é agir, na estruturação de ser, o remédio que a dor é, para aquele que a irradia e se aprende com que proposito divino de que ela existe, e essa vista não pode ser dada, ensinada, senão educada no sentir, desde o despertar que seja vida, é estada individual da consciência sobre si mesma em progressiva compreensão.

Nada do que esteja oculto deixara de vir a vista, a descoberto, portanto, a causa pode ser compreendida, aceita, ter resignação com a nossa e compaixão com a dor do outro, são dois elementais de virtude que se movimentam no nosso campo energético afetivo, vibrante em diversos patamares, um de sentir, outro de pensar como agir, e a ação por prece já que nada mais se possa e se por ventura lograr consolar, trazer a consciência que por ela passa a revelação sublime que, após curar-se a alma, pelo sentimento de compaixão desperto, a alma esvoaçará a campos felizes, de paz em plenitude, mesmo que esteja entre os maiores ais dos homens!

Ai já são três os elementos que se somam, somatizando nos corpos sutis tonalidades em cores diversificadas, a compaixão é uma, a resignação é outra, a prece é outra! E o consolar toma a si por efeito a beatitude, mesmo que em dor lancinante no físico, a alma se liberta de seus grilhões do próprio passado e por justa vista traz a si compreensão precisa e aqueles que mais se enobrecem trazem a aceitação da lei eterna que lhe cobra renovação.

A compreensão por si então, vinculados que estamos a quem sofre, passamos a desejar e agir no desejar, um compartilhar nossa condição com quem sofre mais que nós, deixando a nossa própria no altar do amor, aí passamos ao grau de consoladores, sinta, que cada passo desta reflexão de vida, equaciona o que estás ou o que lhe falte, o teu futuro no teu presente, em se permitindo ver a verdade no que sentes e por auto amor aceitar Deus simplesmente.

Com a alma livre e pensante, é natural que compreendamos mais a justiça divina, quando os quadros de sofrimentos se nos apresentem a vista, o choque, é para cura de nossas almas, o que sofre a bem de justa medida despertando nossa compaixão, é cura para ele e para nós, já que fragmenta a nossa dureza de coração refazendo a piedade em nós, manifesto que muita vez adormece junto a nossa essência que é divina, por nossa conta e escolha.

Mas existe uma infinidade de dores na existência física podes bem argumentar, agora olhes sem julgar as ações humanas no ano de 2021, conta ocidental desde o Cristo encarnado, quantos períodos de sombras em escolhas por pura crueldade, nos ambientes decisórios do principado deste mundo, a indiferença, o materialismo, o egoísmo a semear terrores, vírus tratados em laboratórios com o fito de causar dor, crianças sendo violentadas, idosos sendo abandonados como abandonamos os animais nossos irmãos menores indefesos, sem que nos esqueçamos dos abortos, dos suicídios, das guerras por romper com a lei, “não matarás”, das calunias e difamações, do escravizar almas em relações conflituosas, insanas, despóticas à extrema crueldade, quereis mais parâmetros para os efeitos para tanto diante da lei de justiça que oferece a colheita obrigatória?

Ai se encontra pela razão simplesmente a justa medida em colheita, por outra é preciso olhar pelo saber de Deus, supremo em tudo, portanto também em misericórdia, aquilo que gatinhamos para exercitar em nós e fazer crescer, em Deus desde toda eternidade é pleno!

Assim o melhor na dor é compreender o porquê de sua existência na nossa percepção de espirito, algumas no cuidado do corpo pode-se amenizar ou ate curar, as na alma, compadecida é movimento de elevação, a outra em reparação, mesmo que não se lembre da ação que provocou a dor presente, cura pois recebendo em si os efeitos das obras passadas, assim como tu, a esse ponto a compaixão não vos parece uma dor que não quer calar,  ajusta sua estada em caminho ascensivo, e quanto mais corajosa e resignada, mais elementos de leveza durante e quando deixar o campo físico que lhe é escola.

A dor assim por essa vista nos parece benção, o que achas?

Diga a teu coração, mas aceite que ele sinta, o teu sentimento em entendimento vai se aprimorando e te elevando mais acima, compreendendo mais, compadecendo-se mais, amparando mais, servindo melhor, e assim tuas dores desaparecerão quando servires no campo de amar-se, amando vossos semelhantes, seguindo criterioso a máxima de amar, “fazei aos outros o que desejais que lhes seja feito”

Namaste

 

 

 

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Antonio Carlos Tardivelli