Vez sem conta.
Por eras sem conta o espirito jornadeia em si mesmo
Embora pareça viagem curta ela se alonga ao infinito
Toda vez que se conta um fato ele já é passado e o que fica?
– sempre o presente se o sentes assim.
O pensar no que se agiu de fato e seus efeitos fora e dentro num emaranhar de sentimentos que muita vez
por engano creditamos ao outro enquanto nos
ocupa o espaço dentro
Porque tudo o que anuncia se torna verdade se não vigia a propria fala e
quando se altera no universo o espaço pensamento doutro lhe retorna pois teu
ato despertou a força.
O pensamento que assume a postura de sou assim se me convém
se me acomodo no que estou ainda sem ser
a consciência de que sou dor em ser porque ainda não tomou consciência do que é!
Na imensidão dos fatos que se viveu ou vive renascendo
sempre que se ora e se apresenta ao
doador da vida pedindo oportuna idade para acertos e erros na verdade
A somatória dos atos configuram os próximos efeitos como
fossemos construtores de uma casa que se fundamenta no que fizemos e escolhemos agora e como se ele nos dissesse vai retorna restaura reforma agora
Vez ou outra nos detemos em dores sem sentido apenas porque não
entendemos ainda que a nos retornam sempre os efeitos
De um amigo que parte de certo sentimento de abandono vez
que ansiamos posse do que não temos, porque amigos somos não amigos temos, ter
não é fato neste caso ser é, e que perduram os efeitos de felicidade e contentamento
em cada momento
Na solidão do ego que procura que seja meu enquanto só tenho
o que sou por fato construído no que tenho e persigo como quem deseja ser algo
que transcenda o estar aqui agora
escrevendo de minha alma para tua sem importar quem seja
E o que sou de fato sempre me indago porque quero chegar
como se soubesse onde e preciso de
socorro muitas vezes do que envio ao universo desde o que sinto
Como se intima diretriz me movimentasse ser pensante e
atuante em mim mesmo
Vez sem conta confrontamos nossos medos e algumas coisas não
há desvios pois fizemos
Em nós dormita algo que divino querendo despertar para ser
na luz mais luz
Dissipando as trevas interiores das eras errantes onde o
certo foi trocado pelo errado sem culpa ou premio recolhemos agora no que temos e o que fazemos nos prepara para onde estivermos com nossos sentimentos
Por efeito muita vez a companhia não desejada se apresenta
como meio de transformar não o outro mas a nos mesmos
Ou aquela amada, vez sem conta nos amando e conduzindo a
certeza de que a vida não é apenas esse nosso momento é um estar com alguém amando com tudo o que temos
e querendo mais amar transcender sublimar o próprio amor
Nem na prosa nem na rosa nem no verde nem na luz do sol
ardente vezes sem conta tentamos sem seguir no próximo ato como conquista
dizendo isso eu sou porque dentro do conceito de misericórdia de quem me da ser
vivi plantei gerei o fruto na ação presente
Passa o dia como a noite e adiante a alma em sua busca vez
ou outra se encontra no que procura e descobre que sempre teve o que buscava
fora
Suas verdades cada vez mais profundas como se a consciência de
si mesmo despertante ganhasse as alturas e quando olha ao lado ao tempo de uma
vida quem lhe dividiu anseios e sonhos se os tivesse agora, mas não, esta
novamente só consigo mesmo e com suas lembranças.
Vezes sem conta as experiências se repetem ate que a criança
cresça, tome rumo de sua existência e compreenda o que constrói, quanto age,
quando ama ou desama e por sorte ou graça se lhe repete os sonhos os retoma
donde tenha estacionado contando com suas liras prosas versos a vida que leva
sempre em sua renovada trajetória outra historia outra busca outro encontro no
presente
Ainda uma vez ao ver
o que me espera no verso ainda não escrito no pensamento de amor ainda ocultado
no rosto amigo ainda não tocado em outro ponto sagrado alma vivente com quem não
tenha dividido minha história e tornado minha a sua como se um doando ao outro
venturas e desventuras num acerto sincero e verdadeiro de quem se doa inteiro
como a criança que não mede não julga não ofende não toma como sua a
brincadeira, brincando junto, dividindo o mesmo espaço de alegrias, que alegria
estar criança ainda dividindo verso e reverso!
Então retomando a diretriz primeira seus olhos olhando para minha alma que aqui
disponho inteira, ou quase, porque no passado já estou no seu presente e já não
mais sou o que estou porque já segui em frente, vez que sempre ao jogar no
universo o amor que sinto alguém sente comigo neste abrigo de palavras que
tentam a ternura que tens na alma e se a vez em mim deixei em ti minhas marcas.
Vez sem conta nos
revendo reencontrando dividindo o que temos.
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Antonio Carlos Tardivelli