Visitando a felicidade.
De passagem pelo campo
transitório jovem ousava tudo, tendo por vista o ganho o ter investiu seu tempo
nas aquisições materiais. Por certo que sentiu satisfação consigo mesmo ao
atingir seus propósitos. Entanto ao chegar ao degrau mais alto como se lhe
faltando algo não se sentia completo.
Inicia então uma busca em si
mesmo de como encontrar contentamento, procede a avaliações de toda jornada
minuciosamente visitando suas ações anteriores desde a infância. Os amigos da escola,
os professores, o inicio do trabalho com ganho justo, as primeiras dificuldades
vencidas pela perseverante busca em seus objetivos.
Passa em revista cada detalhe como se quisesse
entender o que lhe faltava já que tudo houvera conquistado. Deteve-se em
analise introspectiva de como sentiu cada movimento de sua existência, como
convivera com aqueles que lhe ombreavam os propósitos pensando ainda se não se
poderia acrescentar alguma coisa que viesse a encher de completo jubilo seu
movimento presente.
Recorda dos primeiros passos onde
revivendo o amparo recebido alegremente inicia de um lado a outro correr para
os braços maternais e paternais em jubilo interno inexprimível! Onde perdera
o referencial da alegria constante que
viveu naquele momento?
Dentro de si palpitava uma imensa
vontade de reencontro enquanto viajando mentalmente reavaliava todas suas
passagens. Foi ai que um canto parecendo-lhe prazeroso e estridente chega aos
ouvidos insistente.
Dois bem te vis cantavam
alegremente um cortejando o outro então ele indaga para si mesmo talvez estejam
querendo me ensinar algo que perdi no tempo.
Se bem que via bem seus feitos
porque em nada fora injusto, tudo que ganhara foi por trabalho honesto e longo período
de dedicação. Dizendo entanto a voz interna, mestra que seguia sem vacilo
algum, algo me falta preciso entender.
Começa a pensar na forma como
realizara tudo, e do canto que entretia enquanto o deixava pensativo mais ainda
descobre que se tivesse colocado a vida o tempero do amor em cada gesto, em
cada feito, muito provavelmente hoje andaria satisfeito.
O jovem perdera os belos lustros,
já contava mais de oitenta e nove anos, belos entanto sentia que lhe faltava
algo, suplica temente que sua situação presente perdurasse para sempre, nova oportunidade
de realizar o que lhe faltava por sua justa avaliação.
Então voz intima lhe responde de
forma bem nítida. A terás por certo segue e confia .
Recorda então das suas primeiras
horas, quando na infância sua mãe lhe estende o conhecimento do Ungido, e
falando dele e vivendo no que ele ensinava, ela lhe chama a atenção para o necessário
ajuste. Recorda as palavras que ela dizia referindo-se a ele, ele retornou a
vida depois de crucificado pra nos mostrar que a vida continua sempre, para além
da cruz que carregamos agora, ainda descontentes com o que conseguimos plantar
na terra deu-nos semente eterna germinante pela seiva do amor constante.
Sorri o jovem de oitenta e nove
renova sua esperança e novamente canta o bem te vi agora a três tons distintos,
dois de pássaros um de uma alma humana que com voz já cansada repete a fala do
pássaro que conta
Bem te vi bem te vi.
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Antonio Carlos Tardivelli