quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Para almas viventes

 

Entre as almas viventes

Tantas há que sonham, noutras os sonhos desvaneceram

Umas contam contos de verdade, noutras da verdade se esqueceram

Há que bradam coléricas e as silenciosas submissas as violências

Entre tantas, os fisiologistas, há os que se opõe a verdade que liberta sem a matéria

Entre os que sonham e os que se libertam há os indecisos e indiferentes os que não tem fé na vida.

Estes são aqueles  sem ciência sobre si mesmos.

Por outra, o mundo sobrevive no ombro dos frágeis, porque os fortes se supõem com toda força, enquanto os frágeis trabalham seus sonhos e realizam, os fortes pensam que possuem ate que lhes é tirado o que pensam ter.

Claro que há os que dirão de nós inconsistentes, não compreendem, não querem ser compreendidos, se calam diante do espelho se negando a ver a alma diante deles refletida, chega a dar pena os que vendo não veem, os que ouvindo não ouvem e assim não entendem o que está posto.

Ainda há as almas viventes que creem apenas sem pensar, e se apegam as ilusões que criam, Deus é amor não punição, estar punido é não ser amor, não estar amor é a punição auto imposta, é não configurar o amor em suas expressões de vida, pois assim se perde o sonho, não se tem vida ou ela definha pouco a pouco em desesperanças, que parecem castigo, mas não  são, são efeitos das posturas que se escolhe quando os sonhos se abandonam e se abandona creditando tudo a má sorte

É preciso aceitar os íntimos anseios que como uma voz serena nos cobra o mais correto, somos nós as almas viventes, sujeitas as naturais leis de qual nos criou, que colocamos obstáculos frente a nós mesmos, e que somente nós podemos superar esses momentos, passar por eles, deixar-nos marcar pela experiência, aceitar os contrários mesmo aqueles maledicentes, pois a calma do amor espera sempre paciente, já que nos demoramos muitas vezes em incompreensões porque será que cobramos o que não temos oferecido constantemente?

Será que existem umas almas viventes privilegiadas na criação divina? E outras relegadas a infelicidade para todo sempre, o único fogo que queima enquanto transforma o ser é a própria consciência, se tardiamente se reconhece em seus equívocos sofre mais muito embora para quem não sonhe com verdades mais profundas, e não veja nada mais além do corpo, sem esperança porque o corpo morre, saiba agora mesmo que a verdade não procure, que tens uma alma que não morre!

É vivente aqui e agora sempre, sempre há de sonhar mesmo que não sonhe, sempre há de querer ver mesmo que não veja, sua diretriz inscrita movimenta mesmo que prefira a inercia, seja pobre mas nobre, seja rico e justo, seja humano e divino tudo pode e sabe que nem tudo lhe convém, escolhe.

Escolhe no que ainda não seja o ir na direção do anseio, a talhar na própria alma os caminhos de chegada onde o sonho sublimado que em si já faz morada, mesmo que na inconsciência o movimenta rumo a uma vitória certa sobre si mesmo.

Sim há os que preferem não pensar, não ouvir a voz interna, não ansiar ser nobre, vendo não leem, lendo não compreendem e não se importam, a estes so o tempo cura da ignorância optada no presente

Não há silencio na alma vivente que perdure para sempre, o que há é consciência, e quando não mais puder ver seu reflexo no espelho, terá diante de si a si mesmo, no que se torna, no que se faça, no que se entenda.

É um caminho indesviável o auto enfrentamento.

Namaste

 

 

 

 

 

 

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Antonio Carlos Tardivelli