domingo, 29 de novembro de 2020

2 Alimento espiritual

 


Deixemos que a vida flua por nossas palavras para que sejam construtivas em nós mesmos, para que no quando nos avaliemos, isso é inevitável, não sejam encontradas máculas, mágoas, egoísmo tornado ação no campo dos presentes de vida, naquilo que pensamos nosso, corpo, e que em verdade devolvemos ao pó da terra ficando nossa consciência no presente dado como vida além da vida.

Todos sabíamos disso, ouvíamos as predicas, os alertas, os conselhos, falo nós porque na reunião familiar qual renasci, tínhamos a mesma diretiva, ter poder, chegar ao cume na sociedade sujeitando a servidão das nossas mesquinhas vontades, todos aqueles que sempre julgamos inferiores a nós.

Bateu-se a nossa porta a procura de ajuda? Não foi dada a reação devida! Dos deveres que se impunham urgentes dada a nossa posição de poder realizar os benefícios sociais, ate isso nos negamos a realizar, dávamos desculpas por intermináveis reuniões, ou simplesmente usávamos intermediários para que nos escusassem as ausências e o não atendimento.

Na continuidade da posição em qual nos encontrávamos, fomos semeadores da discórdia e da calunia fomentando revoltosos junto a nossos adversários, furtamos das viúvas, os pobres eram tidos como nossos serviçais inferiores, vejam, a lei é implacável, se auto aplica quando encontramos a realidade em nossa definitiva realidade, na imortalidade, a consciência, nosso severo juiz nos cobra os feitos mal feitos, os desatinos, as influenciações negativas .

De farta cultura, poderia ter sido um ícone na condução do erário público, entretanto, servi-me como fosse proprietário de bens e das pessoas, lançado ao desligamento pela morte física, ao auto enfrentamento inevitável no tribunal da consciência, vi-me tal qual me fiz em egoísmo, e lamentei, pois a vista dos meus feitos, se juntaram os efeitos comprometedores, hoje, permitido esse relado, para que sirva de elemento ponderativo, se o quiserem, os homens públicos, embrenhados nos deveres como dirigentes no coletivo.

Fora do corpo juntei-me aos miseráveis como eu em justa cobrança de consciência, a minha frente os quadros do sofrimento imposto aos outros, aos pais de família que desagreguei tornando-os infelizes, seus chorosos corações vinham ate mim como dardos a penetrar minhas entranhas, nos hospitais os infelizes quais pela minha ganancia condenei a assistência deficitária de igual forma só que me parecendo dardos incandescentes, torturavam com dores inenarráveis minha miserável existência.

Frente a frente com a minha real condição de espirito, e sendo somente digno de pena, ou nem isso, pois a auto condenação vinha em toda vista dos efeitos de minhas ações, porque estão abrindo esse espaço onde por fim, ao cobrar-me, já não me torturam os arrependimentos tardios? Atingido pela misericórdia, dizem os instrutores sábios, pois sou uma das ovelhas que se desgarraram e perdida no meu egoico ensejo, dentro das escolhas em afastar-me da dignidade em vida, dos valores do caráter reto, da observância das leis naturais que recebera esclarecimentos em vida, e posso ver agora, que terei uma nova oportunidade, orem por mim, pois será em um corpo com inúmeras limitações.

Das dores que provoquei cada enfeito levarei para o corpo disforme que devo ocupar pela sentença de minha própria consciência, é justo, que como tive tudo agora me seja tirado tudo o que penso ter mesmo agora, manterei dizem os instrutores, a consciência de mim mesmo, esquecida dos males que provoquei, entanto ciente de que todas as limitações ao manifesto do meu espirito é por alcance da justiça divina que me quer retornando ao aprisco.

Preciso por isso, que orem por mim, coloquem-me no quadro dos espíritos que encarnarão para sua regeneração, entre os que tem débitos enormes, já que a dor que provoquei devo sentir com alguma intensidade nas dificuldades que experimentarei doravante.

Vossa prece, vosso desejo que vosso amor chegue nas grandes aglomerações de sofredores, chegara ate mim como balsamo fortalecedor, e poderei depois no corretivo que a encarnação promove, nas maculas auto impingidas ao corpo sutil que percebo claramente agora, a cura, pelo purgar das negatividades produzidas.

Fui um político influente inconsequente, se tivesse menor ego e mais amor, não chegaria a situação presente, de auto resgate pela dor. Primeiro no encontro com minha realidade de espirito, depois pelos efeitos causados pela minha má influência, sentindo na alma a vista dos sofrimentos que fui causa, em seguida na minha necessidade de auto resgate, as implicações das leis do criador para todos os que como eu se perderam em seus equívocos, por fim, não uma punição, mas um encontro com os efeitos das minhas ações em mim mesmo.

Vivi pela espada, devo experimentar no campo de lutas morrer por ela, para poder entrar novamente no campo espiritual qual me encontro em renovada condição repito, orem por mim!

Minha dor moral ainda continuará até o entorpecimento da carne, mas ao retornar dizem os instrutores, visitarei a paz acessando os anos de meditação e pensamentos voltados para o bem, já que trarei na face sempre um sorriso, despertado pela esperança que será a marca inscrita no meu inconsciente da vitória futura.

Sintam, tenho dores, mas ainda assim sou um ser feito pelo amor, a cura é inevitável, o alcance da misericórdia também,  mas necessito de ajuda, o socorro de preces será o item fortalecedor para minha alma adoentada.

Gratidão por agora

A lei é clara, portanto, que a bondade neste lugar possa ser multiplicada em recebimento da misericórdia e amor divino, que certamente a bondade sempre compartilha, por ser bondade, simples assim.

 Será doravante meu norte, ser bondoso.


 

 

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Antonio Carlos Tardivelli