terça-feira, 19 de setembro de 2017

Mais poesia para quem queira


Porque demora?

O choro é convulsivo a saudade machuca! 
A hora é essa onde o verso flui em prosa
a palavra soa como uma trombeta que grita frases desconexas na aparência

Porque não há dormência no desejo que deseja presença
Só chega rápido a lagrima e ela fica? Porque não parte me deixe me aquiete
Eu seja apenas o poeta que sonho ser poeta ainda de desejar-te mais que a pena de querer

Não demore! Seja gosto! Seja toque! Seja meu poema enquanto pena que me acode!

Porque um instante parece eterno quando não sinto que é presente e morre
E já que foi só fica se saudade e por tortura que parece maldade não me deixa assossegado
Parece que demora passar, mas quando passa é raio de luz que foge do alcance  porque retorna triunfante me tem cativo,

É tortura de um instante que depois na saudade se eterniza para o próximo desejo que ainda é anseio

Faz-me tolo pois só sei ser poesia! E qual me veja diga ah! Pobre delira!
Ah! mas quem não delira parece no poema que não vive que não conta que não sente
Nem a manha percebe porque corre na direção do ter quando importa só ser o que sente

E não sente, porque demora a descobrir um campo a ser cultivado em perfumes
Os teus, os meus, todos os meus desejos saciados em completude
E como não são poucos para ser virtude que sejam eternas descobertas de ser mais!

Assim se tornam virtude, amar como quem quer sorriso agora e não aceita menos tortura em saudade,
Olhe-se neste espelho branco maculado apenas pelas letras de minha alma e sinta
O que vês? Ah demoras! Não chegas agora para ser caricia que me tenha

Nem sacio que me acuda ah como demoras! Mas não tardas em mim entanto.

Como se me tendo por domínio não demoras, só em amar-me como sinto e desejo
Porque demoras?
Não sentes que o tempo passa e se esconde atrás de um outro instante ?
E que é tortura desejar desejo de ventura com um simples toque de ternura!
Ah porque demoras a chegar! Se em mim por certo faz presença

É choro convulsivo para que me tenhas em abraço cheio de calor e cheiros

De sabores quais não tenho ainda para que mais deseje que sinta que demora ainda!
Porque chegas menos que agora e que estás em mim porque não me libertas?
Ah dizes porque me queres e estas certa como a luz do dia!
Então porque não tenho torno-me poesia

Porque sinto sem demora me preencho de lembrança
Um instante passa e morre entanto vida que me tem cativo noutro instante
Te renova na questão que ainda me incomoda

Porque demoras sendo apenas sonho que me toma
E não partes agora não! Não partas! Fica! Fica!
Apenas fica...







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Antonio Carlos Tardivelli