Porque demora?
O choro é convulsivo a saudade machuca!
A hora é essa onde o
verso flui em prosa
a palavra soa como uma trombeta que grita frases desconexas na aparência
Porque não há dormência no desejo que deseja presença
Só chega rápido a lagrima e ela fica? Porque não parte
me deixe me aquiete
Eu seja apenas o poeta que sonho ser poeta ainda de
desejar-te mais que a pena de querer
Não demore! Seja gosto! Seja toque! Seja meu poema enquanto
pena que me acode!
Porque um instante parece eterno quando não sinto que é
presente e morre
E já que foi só fica se saudade e por tortura que parece
maldade não me deixa assossegado
Parece que demora passar, mas quando passa é raio de luz que
foge do alcance porque retorna
triunfante me tem cativo,
É tortura de um instante que depois na saudade se eterniza
para o próximo desejo que ainda é anseio
Faz-me tolo pois só sei ser poesia! E qual me veja diga ah! Pobre
delira!
Ah! mas quem não delira parece no poema que não vive que não
conta que não sente
Nem a manha percebe porque corre na direção do ter quando
importa só ser o que sente
E não sente, porque demora a descobrir um campo a ser
cultivado em perfumes
Os teus, os meus, todos os meus desejos saciados em completude
E como não são poucos para ser virtude que sejam eternas
descobertas de ser mais!
Assim se tornam virtude, amar como quem quer sorriso agora e
não aceita menos tortura em saudade,
Olhe-se neste espelho branco maculado apenas pelas letras de
minha alma e sinta
O que vês? Ah demoras! Não chegas agora para ser caricia que
me tenha
Nem sacio que me acuda ah como demoras! Mas não tardas em
mim entanto.
Como se me tendo por domínio não demoras, só em amar-me como
sinto e desejo
Porque demoras?
Não sentes que o tempo passa e se esconde atrás de um outro instante ?
E que é tortura desejar desejo de ventura com um simples
toque de ternura!
Ah porque demoras a chegar! Se em mim por certo faz presença
É choro convulsivo para que me tenhas em abraço cheio de
calor e cheiros
De sabores quais não tenho ainda para que mais deseje que
sinta que demora ainda!
Porque chegas menos que agora e que estás em mim porque não me
libertas?
Ah dizes porque me queres e estas certa como a luz do dia!
Então porque não tenho torno-me poesia
Porque sinto sem demora me preencho de lembrança
Um instante passa e morre entanto vida que me tem cativo noutro instante
Te renova na questão que ainda me incomoda
Porque demoras sendo apenas sonho que me toma
E não partes agora não! Não partas! Fica! Fica!
Apenas fica...
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Antonio Carlos Tardivelli