Sendo trigo
Já que me tens por teu e estando
em ti já não sou quem vive eis-me aqui.
Vou contar historia consultando máximas
depois irei trazer elementos novos ao vosso discernimento, se queres ver veja
se podes ouvir ouça o que o espirito na verdade conta.
Quando a verdade visita a terra
ela sabe qual a receberá e oferecerá frutos então o verbo espalha aqueles que
atentos jornadeiam por verdades profundas elucidando oferecendo a própria vista
do que seja terno e eterno nas leis divinas.
É Lei suprema a vida pois ela
surge do Incriado, não nominado em pleno amor.
Sintamos o que diz o verbo
olhando para o quadro todo, na parábola do semeador.
Ocupando-nos, entretanto da terra
boa, ou seja, daqueles que estão maduros para oferecer a vida o próximo passo
no entendimento das leis eternas inscritas no ser. Porque é assim que se dá na criação
sempre perfeita em leis normatizantes da existência faz a luz sublimada
presença naquele que a procura e a encontra reluzente em si mesmo.
Veja filho querido, tudo foi
feito por ele, teria ele descuidado de um ou outro detalhe da sua criação
sempre terna e eterna? Claro que não! Presciente, onipresente soberanamente sábio e justo cria
constantemente e sabe que todo principio em si chegará a culminância da
completude em entendimento do sentimento sujeito a razão construindo no campo que
gerou por sua vontade algo que se eterniza em ações de sublimado amor.
Vejamos então por essa lavratura
quais conceitos poderemos oferecer diante da unidade na sua ação como trigo
semeado a terra. O que germina? É o que está no ser em semente não fora como
jogado ao campo mas no campo onde se labora as condições para germinação constante
pois a arvore da vida tem muitas cores e qual dela se alimenta gera frutos em
abundancia para a eternidade.
Para trazer entendimento é
preciso fazer uma conexão do que esta oculto nas parábolas do Mestre as
atividades da unidade inteligente ligada a um corpo físico estabelecendo desde já
a compreensão primaria do que seja reino dos céus em nós mesmos e dentro das infinitas
moradas geradas pelo pensamento divino.
Embora tenha usado elementos próximos
para estabelecer essa conexão pouca luz se fez em entendimento de sua profundidade
e abrangência já que muitos dos que versam sobre o tema não tem a vista do trigo plenamente
germinado ou seja, a consciência em plenitude de si mesmo. Por essa razão
embora nos falte ainda caminho a percorrer oferecemos o que trazemos em nós
mesmos acrescentando aos conceitos do amigo que nos empresta os elementos
comunicativos para nos expor frente a vossa razão e sentimento.
O reino deste sublime amigo não
deste mundo é doutro onde seus súditos leais e amorosos sempre se lhe dispõe o
desejo de servir e amar não no construir palavras sim na terra onde corações anseiam e suplicam muitas vezes que o entendimento
mais amplo se lhe achegue vezes em suplicas silenciosas.
É um reino de reinar amor e
quando esse reinar se instala completamente o espirito vivente não importa onde
seja enviado, vai e realiza como quem oferece elementos no cultivo da verdade.
Mas o que é verdade no campo da parábola
do semeador. A verdade é o Cristo. A verdade é o espirito como essência do Deus
vivo ao qual podeis nominar o cristo que existe em cada um de vós. Não vos foi dito que viria o espirito de verdade, um
consolador, que estaria convosco ate o final dos tempos? E que este estaria em
vós mesmo o mundo não o reconhecendo!
É por esse espirito que falamos
aos que tem olhos de ver, ouvidos de ouvir para que entendam e mais amem quanto
mais entendam.
Começa o divino condutor a dizer
das fazes do crescimento e evolução do principio inteligente na matéria, não vos
confunde um pouco porque em alguns momentos da vossa existência vos assemelhaste
com a semente que caiu ao longo do caminho, ou seja, recebeste o convite a renovação
e experimentaste entusiasmo passageiro ah tão passageiro que ao identificar
essa possibilidade podes dizer que pena de mim! Não darei frutos! Errado! Não é
assim a vista apropriada de algo divino que é em verdade escada ascenciva ao
entendimento, vejas e sintas tudo com o espirito de verdade!
Se paras quando entendes que em
determinado momento se deixaste conduzir em vossas escolhas como a semente que
caiu em solo pedregoso, não tendo raízes ainda em si mesmos por certo saiba que repetiste muitas vezes
pelas eras essa mesma escolha, porque no reino de amor do Cristo, como o Pai
trabalha sem cessar, aquele que germina o faz por vontade cristica e ao labor
na eternidade se entrega a direção do amor. Não existe chão para clarificar,
que tenha sido criado para perder-se a semente, as figuras de linguagem usadas
são para que passo a passo compreendas o que esta oculto, e mais vendo, mais responsabilidade
tens com vossos atos e escolhas, porque só recolhes o que plantas esta na lei!
Assim receber em si muitas vezes
como na simbologia da semente que caiu entre as pedras também muitas e muitas
vezes repetiste a experiência ate que se fosse possível dar o próximo passo na
eterna jornada do espirito imortal. Ou duvidas que nenhuma, repito, nenhuma das
ovelhas se perdera? Quando relacionas sem a vista mais correta das parábolas não
lhes alcança o significado completo! Não reconheces no divino enviado um arauto
das leis de Deus oferecida as nossas tacanhas possibilidades ainda de
entendimento pleno?
Pois olhe então a essa parábola como
uma escada ascenciva, não como momentos das existências das consciências embrionárias
que vão sucumbindo em suas jornadas fadadas ao desaparecimento simplesmente ou
ao fogo eterno inclemente! Não! Veja com o espirito de verdade o que se lhe
apresenta! Deus criou tudo perfectível e a ele nos integraremos sem perder
espirito!
Se te sentes sufocar com as
palavras tantas, separe o que entendas agora pelo caminho da intuição a verdade
plena não se dará pelas linguagens perecíveis, não tende o quadro das línguas mortas
mais antigas? Nos rudimentos da escrita por símbolos primários que hoje para
que se compreenda o pensamento laborado na antiguidade há que se ter especialização
nessa área! Existe sim a linguagem angélica mas isso é uma outra fase vossa a
ser alcançada e o caminho para ela é a intuição!
Depois que laborares dando frutos
de cem por um, sessenta por um, trinta por um. Qual o significado disso?
Exatamente o explanado pelo Ungido! A terra boa é o espirito já amadurecido que
venceu as etapas anteriores e deixou-se conduzir pelo amor divino.
Aceitando as provas mais difíceis
e vencendo-as em si mesmo! Dando frutos de cem por um o que quer dizer isso? Veja
filho querido, digamos que encontres um miserável
em teu caminho desprovido de toda esperança quanto ao futuro mais próximo que dirá
quanto ao mais distante, já desanimado abatido pela incompreensão humana,
sentindo-se em semelhança ao homem que foi assaltado e largado a beira do
caminho para Jerusalém,
E a ele debruçado sim tu! Que não
tens ouro nem prata! Mas palpita em ti mesmo um amor que desconheces como terra boa qual florescem os melhores sentimentos como a misericórdia, a caridade
mais pura! E atento ao teu campo interno tu o alimenta o cobre com vestimentas,
lhe da conforto, anima a esperança tangindo a corda da beneficência em ti
mesmo! Que efeitos naquele espirito eterno tu és instrumento!
Ele dali se levanta com teu
amparo e em breve tempo posto que foi atendido pelo teu amor nele desperta também
o amor que se ocultava, ate passa a perdoar os verdugos que o agrediram, um primeiro fruto de tua ação o perdao ao
outro! Depois entende porque sente nos desamparados pela sorte do conhecimento já
que teve um anjo dos céus o assistindo se torna benfeitor de outra alma em
desatinos, segundo fruto da tua presença divina como digno representante do
Cristo!
Agora filho para não nos
alongarmos em descritivas não construtivas, coloque em vossa mente o numero três,
um que ama objetivamente, outro que recebe esse amor divino e perdoa seus
verdugos, outro ignorante das leis eternas quais tu foste referencial bem vivo!
Tocados esses três produzem mas três efeitos e esses mais três, entendes a matemática
do divino amor que da terra boa da frutos em abundancia?
O tempo de Deus é sempre filho
querido e te da a ti o presente!
Seja pois trigo!
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Antonio Carlos Tardivelli