quarta-feira, 25 de outubro de 2023

A vida

 


  1. No silêncio onde também se aquieta nosso mental, sentimos a formulação sem palavras que se articula pela fala, ou que se foca em algum fato específico, é um silenciar onde visitamos nossa essência e encontramos respostas bem definidas por uma faculdade de alma, a mesma utilizada quando já sem corpo percebendo a continuidade da existência, há uma espécie de busca em nós mesmos da eterna razão de tudo, já que muita vez nos deixamos equivocados no entendimento que ela só é quando no corpo, depois o nada, o não ser, o não pensar ou sentir.


  1. De certo modo quando locados nos nossos enganos, já que enxergando vida de forma limitada e confusa, não oferecendo quadros discernitivos sobre sobre uma inteligência suprema causal de nossa contínua existência, pouco ou quase nada entendemos do que ocorre conosco enquanto princípios inteligentes no universo infinito, é como se víssemos a terra de uma outra perspectiva, onde nos situando diante da imensidade como ínfimos grãos, nem vistos de uma altura qualquer, nos apequenamos interiormente, sem considerar nosso campo íntimo, inteligente, que pode somar a si outros valores.


  1. Estando assim esvaziados de nós mesmos, como que mergulhando no silêncio onde nosso ser se ocupa de si somente, sentindo-se parte do universo, e percebendo já que sem o corpo que limita, que somos parte de algo muito maior e de infinito alcance, é como que se tomasse por real e ciência de si, que a inteligência suprema, causa  de nossa existência abrisse um tanto o quadro que mais queremos ser e ver, inconsciente de nós mesmos, pois em parte sentimos em nós o ilimitado, em parte entendemos o que somos, como se em caminho continuado rumo a um tipo de plenitude onde percebemos o infinito fora e ele em nós mesmos..


  1. Rogo-vos, não me tomeis por uma alma perdida, confusa, desorientada, a cada ser vivente é posto na apropriada experiência, necessária ao despertamento da real condição em que se encontra, na limitação da palavra diria que em semelhança, como a vida que precisa do corpo físico para que se sinta ser vivente, e na jornada deste, sua consciência desperta para a necessidade de educar-se ao meio com qual estabelece aprendizados importantes para a sobrevivência, aprende a fala da região que habita, a comunicar-se diante de suas necessidades, a pedir alimento para o corpo, enquanto seu ser vai se desenvolvendo, outro se apresenta na linguagem do silêncio.


  1. Fora da condição transitória em um corpo físico, a readaptação a condição existencial se impõe como no corpo, nos primeiros momentos de ligação com este, o olhar em torno com a percepção de espírito cujas necessidades íntimas permanecem, aquelas de sua natureza primordial, como princípio inteligente no universo das experiências educativas, já que para ver não tem o sentido do corpo, é como se renascesse para somente espírito, necessitando por essa razão, “enxergar” reeducando a percepção de alma.


  1. O tempo nesta condição é algo que a alma ou espírito, não se fixa na contagem progressiva, sim volta-se para si em auto avaliações do entendimento sob amparo justo, e essa condição de perturbação passageira vai se dissolvendo em semelhança ao processo educativo do bebe de colo, depois nos primeiros passos deste, nos primeiros pensamentos articulados por própria escolha, frente às influenciações do meio, realizando progressivamente a consciência de si, das necessidades de agora, e dependendo da sua condição de espírito, visualiza suas provas agendadas para a experiência física, não como uma fatalidade dada a palavra destino, sim como natural condição de alma rumo a objetivos firmados em sua essência. “princípio inteligente ligado à matéria”, que  em síntese em vossa linguagem podes escolher entre as palavras, alma e espírito.


  1. Vez que as palavras articuladas ou escritas servem para que se comuniquem uma com as outras, trazendo como que as conquistas já realizadas, os conteúdos vezes que lhe causam profundo assombro, onde se lhe parece em muita ocasião que se está repetindo uma série de experiências vivenciais, onde encontra necessidades em si de transportar-se do estágio de compreensão que se encontra para outro de maior transcendência, fato onde se define como criança espiritual em entendimento do que seja, ou se já em grau de lucidez maior, entendendo-se no que sente e seu sentimento se encontra a caminho de sublimar-se, mergulhando no silêncio.


  1. Nos primeiros passos da alma, a condição de aprendiz de si, no segundo onde por razão de sua origem dentro do entendimento que se instala de um ser supremo, importa-se consigo e com seus semelhantes estabelecendo método de escolhas arbitradas, onde o bem exercitado tanto beneficia a si como ao outro, já mais maduro, instruído pelo espírito de verdade, traduzido por minha alma como algo que está em mim até a consumação dos séculos, como uma jornada aquisitiva de valores aplicados na existência em um processo de natural manifestação de nossa individualidade, aqui e agora.


  1. Como nós nos encontramos, neste silêncio ruidoso de almas pensantes, umas no corpo outras fora dele no entorno, como silenciosas testemunhas do nosso esforço para deixarmos a condição de crianças espirituais que ainda somos, sob o amparo do Cordeiro de Deus, que ilumina nosso mundo interior, para a vivência do reino dele em nosso coração.


Namastê

pax et lux


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Antonio Carlos Tardivelli