Ela não entende meu
amor, eu sim.
Já que vim para ser amor por
quais caminhos minha alma tenta, vez escolho ser tendo nas mãos uma flor
pequena, doutra vez com caricia depois da flor porque perfume nelas fica. E com
elas oferecendo vida, vez que mãos quando são caricia toca mais que o corpo
leva a própria alma uma transferência calma, de paz, quietude, transcendência
no amor que fica!
Mas o brado é muita vez de posse,
já que posse limita aprisiona, deixa triste o coração que se oferece sem nada
pedir em troca a não ser poder amar no poder de amar. Roga silenciosa a caricia
que toca e em sendo terna promovendo alegria que alegria também seja, porque ao
tocar no outro com verdade plena, pressupõe-se que algo de bom muito grande
aconteça e no brilho do olhar onde a alegria se perceba, há uma troca com
certeza, no dar amor que se tenha a
alegria torna multiplicada e verdadeira.
É como saborear um fruto ansiado
a muito, onde a companhia prazerosa seja por nobreza posta e jamais por posse
do amor do outro mas no amar que tenha faça tudo para que haja encantamento
para sermos nós no mesmo sentimento.
Cada momento qual me lembro do
amor que sinto e em me tocando recontando feitos, logro viver de novo cada
movimento. Eis-me aqui reverenciando no amor que sinto toda lembrança, o olhar
primeiro, o conversar sem rumo, o trocar amenidades dos momentos já traçados
como vivencia de mutuo amor, ah parece sonho enquanto vivo no amor que sinto
que tenho.
Deveria ter formula magica do
chegar ser ele para estar nele todo tempo, sua dinâmica única pressupõe não tê-lo
para possui-lo, parece desconexão quando não se pode dizer meu! Que se tem para
ser posse dele e se diga quando se entenda é porque divina presença nos acode o
entendimento, por certo ai vivemos a plenitude mesmo que momento, do amor que
sinto posse e não o tenho porque ao ter, se resguardo é egoísmo e se dou a quem
o queira pode ser que não responda na caricia que ofereço, sequer com um
sorriso, então escrevo dele no que sinto ser ele.
Veja bem alma amiga que me acolhe
a caricia, se não sabes do amor que sentes, para dar simplesmente não tem posse
de ti de verdade, por ventura pensas ter no que sentes ser, enquanto não for límpida
a vista do que é por fato e por direito da tua alma, reservado esta o
entendimento para os poetas loucos, sem lume ou rumo como se desvairados
produzindo letras que falem dele sem que dele entendas.
Por outro lado se já vives nele
mesmo que não o entendas plenamente chega o dia de amar e amas simplesmente,
quem te veja, te aconchegue, te despreze a fala mansa a caricia que quer calma
para tua confusa alma muita vez. Amar na vez do amor que tenta se caricia
acalenta, se palavra elucida quem amar tenta, se conto é cheiro de vida do amor
que seja, e quando o olho da paixão confunde o amor asserena, conta causo
sorridente das venturas que ao olho que não entenda é loucura é demência!
Se a única luz da alma que
sobreviva a turbulência, seja vida que em amor se viva já valeu a pena de viver
qualquer desencanto pelo amor que sinta dedicado a pena, de dizê-lo presença em
si no que veja do que sinta!
E então formosa flor nas mãos se
torna perfume que te parece te aconchega,
o que sentes fora parece visitar dentro, recontando historias distantes ou próximas
de momentos mágicos quais caricia te tocou de fato, no amor de mãe, de pai, de irmão que agem como luz
divina a educar a alma ao amar que importa, nesta vida, para além no firmamento
onde recebendo o divino a alma viajante olhe a si frente a frente e todo medo
de amar e se dilui como se nunca houvesse sido.
Sei que sinto no amor que tenho
que ela a vida não compreende por certo integralmente, parece que em partes
existe em cada ser para provocar uma aproximação onde dois ou mais se unem para
um único ser estar presente, frente a frente acarinhando sempre por amar
simplesmente.
Depois de tocado por esse amor
sublime, sem posse para que o seja, sem medos de solidão que insiste em dizer
para não vive-lo, eis-me aqui eu o tenho sentido para dar a quem o queira, sem
medo de ser preciso, explicável, sustentável, eterno enquanto seja dividido, único
não se basta precisa do outro para que se sinta que o seja, formoso não pode
ser belo sem que o outro receba e tenha
ele para oferecer retorno.
E tantas outras formas há no
verbo para expressá-lo, isso é ato de outro poeta que amar tente e o queira
tanto que o sinta e sentindo coloque a pena mesmo que o digam insano, que não compreende
que é impossível amar assim sem posse para que em posse seja.
Ela não entende o amor que sinto
eu entendo entanto do tanto do amor dou, que sou no que dou, no verso e reverso
do que estou porque e quanto sinto já que o trago como caricia para toda alma
que o queira e assim compreenda.
Amar vezes é pena de não ter amor
para que o verdadeiro em mim esteja.
Se não compreendes é ela
Se o sentes para ser ele és amor
feito presente a quem viva.
Assim sejas eternamente.
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Antonio Carlos Tardivelli