Haja água para apagar o fogo

Conta gotas.

Do teu sentimento

Da tua vontade

Da tua procura

Da tua verdade

Conta teu sonhos

Aqueles bem loucos

Os impossíveis

Os coloridos

Os invadidos pela tristeza

Os tomados pela alegria

Conta tua historia mesmo quando chora

Na solidão com que escreves querendo ser lido

Importa entanto que sejas um canto da tua procura da tua verdade dos teu sonhos!

Mesmo que gotas amargas de sentimentos desencontrados sem estrada futura!

Sem a rosa da ventura, sem que tenha que ouça sua loucura

Seja apenas poeta que sonha que conta gota a gota o que sinta

Ai quem sabe a tua verdade seja compreendida tua gota necessária no calor de uma vida.

Se não for sempre me terás como somente tua, pagina branca e pura

Ouvindo gota a gota todo sentimento que sinta

Toda decepção, toda amargura, guiçá um dia toda ventura mas se não chegar esse dia

Olhe para trás e se deixaste marcas profundas porque a gota na pedra insistente a fura

Sorrirás para teu verso pois tua alma que o sente e recebe aconchega como prece

Se dobra e agradece

Pelo dom da vida, pela vista que enxerga, pela palavra dita, pelo coração que sente a espera a  ausência a clemencia

A felicidade que não tenhas.

Se por hora choras não te detenhas- os clarões da aurora chegarão pela manhã por certo, e como destino indesviável  deitares sob a terra tua alma ainda assim sonhará com as paginas brancas, olhos atentos que te olham enquanto sonhas, enquanto tua verdade divida.

Agora chega de ser gota quero mais é ser mar, onda imensa, que te invada a alma te inquiete              tire teu sossego ai quem sabe o teu pensamento em mim esteja numa mesma lagrima.

Gota que caia silenciosa.

Antonio Carlos Tardivelli