segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Poetas redivivos.

Por ser assim.
Um gosto de ser um pouco ternura reconforto
Depois o verso toma corpo, brada, grita me consome no silencio.
Não há  mais nada que não seja a silenciosa pagina
E gota a gota vai dizendo a mim Oh minha alma para onde vais?
Já que o trabalho aqui termina, e o que fica além deste silencio que te consome?.
Virão outras noites e dias diz a pagina para meu olhar que segue a letra.
E destes te consumirás em um pouco de ternura e reconforto
Por não teres maculado por nada o teu caminho, foste verdade sempre.
Então neste misto de ser eu, ser eu a pagina, ser eu o verso?. Traga diz a voz do mestre interno
Tudo o que tenhas e por tua missão que seja reconforto.
O ego do verso é rude  e indaga, mas e eu quando terei um ombro onde possa repousar?
Ah como se risse o mestre diz, afinal procuras repouso ou trabalho?
Ternura como fato não é o que se tem  mas o que se oferece ocultamente.
Ali uma alma geme e teu verso pode ser lenitivo, acolá alguém busca a luz.
E toda ternura que o verso traz em si desperta o que já havia ocultamente no outro.
Ser é uma redescoberta de estar onde a mente divina nos situe
E o caminho áspero desta lida não traz despertamento a tua alma ?
Não te responde a pagina quando choras, o tempo passa! Toda desilusão é fugidia!
Mas a alegria de ter dado o melhor de ti no verso que deveria ser seu.
Encontramos nossa alegria por termos elegido o amor verdadeiro como vida.
E tornado verso e prosa cada movimento da vida.
Assim, por tua escolha que ela seja, canal de ternura mesmo  que não tua.
Porque invadindo a alma de quem procura e vendo espelhada sua própria figura
O verso empresta vida noutras vidas e assim tua missão divina se cumpre.
Sois o verso vivo dos teus sonhos mais antigos, não se toma vida, vida se doa.
E quando nas alturas ou nos abismos pesares toda loucura
Dirás a tua alma. Descansa agora querida, mas não muito.
Pois por ser ternura um dos tons do arco íris precisas atingir o branco
Reunindo em tua alma por amar ser tanto, que a ti mesmo seja felicidade
A Verdade que entregues em todos os tons de cores.
Sejas pois poema de ternura, conto de ventura e mesmo que seja um caminho solitário.
Tu a pagina e nós teus amigos.

De todos os poetas redivivos. Onde eu possa ser um.


Antonio Carlos Tardivelli.

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