domingo, 5 de maio de 2024

9 Para quem sinta

 




Enquanto se busca morada que no corpo nos parece

imperioso é medir o alcance da existência.

Pelo olhar o trânsito, a morte recolhe,

as folhas caídas ou o fruto amadurecido.


No olhar a natureza então que a morte seja

algo que transporta a ciência de ser 

Um sopro quando se conta tempo


Quando não contado o tempo parece inércia

onde a individualidade quer ficar na ignorância

A dor visita entanto para que a casca dura seja rompida

E da semente divina ressurgente, a esperança.


Com alguém que identifica sua íntima natureza

posso estar o que escolho agora

ser um sopro que pensa no eterno.


Essa contagem vou reunindo feitos

que por definição penso talhar na forma

nas expressões de vida que creio ser

enquanto exatas leis definem o que sou.


Uma voz que clama no deserto 

como se fosse solitária

entanto ao ferir o tímpano ninguém esquece


Quando a palavra é dita se não esconde seu  tesouro

promove o espírito de alegria em si para o outro

Sendo uma constante de ser para ater para dar

ama tanto quanto entenda amar.


Assim de um ponto de partida encontra pouso

de ser lembrança repetida para ser ensino edificante

ou indiferença para que no futuro sinta seus efeitos.


No contar do tempo se soma ao histórico

ciência de si por justa consciência,

onde haja erro e acerto e um como se convivente com outro

movimenta para que a somatória seja beneficio 


Há temores de certo quais se fixa

a espera, há encontro que se mire

de um extremo a outro que se esteja.


Em  face do verso que surge como poeta fosse

sem rima por minha preferência por prosa

De alma para alma como agora 

a quem leia, há quem escreve ou dita 


Assim surge o assombro, como assim?

são duas almas? três ou muitas testemunhas

fica assim quem escreve para o que sente a si


Pax e lux 



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Antonio Carlos Tardivelli