domingo, 12 de maio de 2024

17 eu, um filho prodigo



Se você pensa que Deus não vê teu sofrimento te enganas, pois em suas leis já que pediste para ser aprovado em virtudes excelsas que dignifiquem, de certo que entenderás, quando te armas de coragem e enfrentas as dificuldades do caminho, onde o senhor da vida em seu abraço te aconchega. A força com qual te anima ele colocou por seu sopro em sua essência, constituída a coragem oferece oportunidade realizativas onde te enfrentas , para que adquiras mérito nas escolhas feitas, portanto, a virtude na ação.

Se te lamentas diante da prova que escolhes, te fornece a vista da esperança em qual em distinta força te anima, pois te mostra o quadro da eterna vida na qual de certo te reunirás com aqueles do teu maior afeto, sempre promovendo vida, antecede aos teus queixumes consolando-te com verdade que liberta, entre as águas se te encontras onde inumeráveis perdas se avolumam, podes pensar que seja colheita obrigatória por teus feitos mais antigos, dificilmente no corpo medes o real sentido, pois o que vive além da forma se apresenta a vista angustiada, na verdade que liberta, vez que a morte é passagem de volta que agendaste, e quando do momento da partida, nem sequer olhas para traz, sempre para dentro consultando vossa bagagem.

No quadro mais abrangente, onde almas interligadas se encontram provadas parecendo-vos colheita obrigatória, deveriam mensurar com a régua do senhor da vida que é sempre eterno amor, veja o filho pródigo, na visão apropriada à nossa vista, e a partir daqui vou escrever na primeira pessoa do singular: Quando diante do pai pedindo minha herança, dizendo-me capaz de realizações importantes, ele coloca no meu íntimo todas as suas riquezas, em perfeição nas sementes, depois do amoroso abraço se despede, vá filho viver na carne seus feitos, seus desejos, suas vontades, aprenda sobre sua humanidade, e lá vou eu ao empréstimo de um corpo investir em vida com o desejo de alegrias sem fim.


No meu corpo entretanto, sem mensurar as necessidades virtuosas qualificantes como filho do sopro divino, me vi entre os vícios, os excessos de toda ordem, porque no meu entorno somente o ter importava a qualquer preço, me vi angariando vantagens iméritas, rompendo com tudo o que meu pai em mim havia instruído, me tendo dado a fé em semente, achei melhor deixá-la em função da satisfação dos meus desejos, e o que mais se tem no corpo em prova, são desejos, de ter um companheiro de jornada mas de ser na reciprocidade a companhia desejada não achei relevante, então somente a mim, e o pai por todos eu dizia, enquanto deixava as sementes colocadas em mim, sem regalas, descuidando, me omitindo, indiferente pois queria somente o gozo dos momentos.


Fui gastando a herança que nesta parte do meu histórico deveria constar noventa anos, dividido em meses, dias, minutos e segundos, a cada momento onde não me dei a atenção devida, ocioso, indisciplinado, tendo olhos para a luxúria, os vícios degradantes, mais os prazeres transitórios, mesa farta ao lado da miséria e da fome, como que fui mergulhando em um vazio existencial, despercebido que meu pai me dera oportunidades de multiplicar as riquezas que temos em comum, e das quais pedi para ir ao mundo, e me equivoquei em tantas ações, pensamentos e atos.


Por mim mesmo pelas escolhas que fiz, não completei a trajetória dos noventa anos, por volta da metade da tarefa que me foi dada com tantos talentos, me vi em situação desastrosa, pular de um precipício ou pendurar-me em uma corda passou a ocupar espaço em minha covardia, mas não fiz, não resolveria, não poderia viver naquela angústia frente a mim mesmo por meus atos, nem renunciar aos conflitos de minha consciência.


Vivia em uma estação escura e sombria, onde seres rastejantes me assombravam, o sol parecia que não mais nascia no horizonte, ou fora escondido pelas nuvens carregadas, neste momento como que abriu uma janela e pude olhar por ela, no campo de onde viera, deixando meus mais caros afetos, havia fartura de felicidade, ponderações em sabedoria  compartilhada, o trabalho promovia o justo alimento para a alma, depois de muito tempo onde saturado pelas angústias e saudoso do lar paterno medi justamente aquelas angústias justas, e pensei, os servos do meu pai tem abastança, pois eu retornarei a ele e pedirei para ser tratado como um dos servos..


A volta foi bem difícil pois me obriguei a rever todo prazer que agora com justa vista se tornavam  angústias das mais profundas, o único alento era chegar a casa do meu pai para que pudesse implorar ser recebido, depois de longa jornada revendo meus equívocos cheguei, e ao longe via um ponto de luz bem brilhante que mostrava um caminho que ainda deveria percorrer.


Embora a minha vista parecia curto, era sinuoso, porém no centro da luz outra de maior intensidade, via meu pai nela como se estivesse a minha espera, revi todos os meus erros, e a cada um fixei na compreensão de que deveria na casa do meu pai, me aplicar a despertá-las em trato de trabalho disciplinado, foram quarenta e cinco anos na contagem do corpo físico o necessário tempo para chegar ao meu pai, e me ajoelhar diante dele, quando penetrei na sua luz meu pai, percebi que suas riquezas ainda se encontravam dormentes em  mim, não as havia perdido, sim deixei-me em equivocadas situações, diante dele, me ajoelhei no pó da estrada, suplicante.


Senti-lhe as mãos segurando nas minhas me soerguendo e abraçando, ao seu chamado vierem os servos e a estes declarou façamos uma grande festa, pois esse meu filho se achava perdido e foi achado, e um profundo sentimento de paz me ocupou neste momento.


Essa é a primeira parte do meu retorno, o amor do pai oportuniza realizações, portanto a mensagem que fica é, não esperam privilégios filhos queridos, sim oportunidades realizativas, no tempo do pai onde o filho inicia a contagem do cuidado da terra intima .


João


Namastê 


 



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Antonio Carlos Tardivelli