Enquanto silenciando a mente, meus receios e medos, inquietantes questões foram surgindo, no despertar do corpo ainda dormente, que produz o pensamento será o corpo? E de pronto o espírito de verdade responde em mim mesmo, se limitas tua vista ao corpo que abriga espírito é somente isso que percebes, entanto o pensamento puro não provém do corpo em sua íntima elaboração, vem do que chamai espírito, que as muitas palavras não te confundam, experimenta o espírito que há nelas, rompendo as mais antigas correntes.
Um ato de pensar desesperado ao lado, gemendo e chorando e pedindo para que lhe socorresse nas aflições, visto o quadro mental projetado, a busca natural das razões profundas do sofrimento fazem como que um rebuscar de quadros anteriores, a essa impressão mental de correntes limitantes. Já que no pensamento é onde o ser criado é mais livre ou preso, muitas vezes reunindo equívocos discernitivos, coloca-se em situação aflitiva como efeito, por isso o olhar posto a causa não fixado no efeito, logra melhor entendimento e a possibilidade de romper com as correntes se apresenta factível.
Sentindo a vida que há no corpo, há que se concluir que o que a move é o espírito, que escolhe o nível de pensamentos em sentimentos que elabora, vezes em causa anterior a atual vivência e romper do que lhe aflige necessita da educação elementar do que seja vida, é vida onde o espírito sente e pensa que pode ser entendida no estágio corpo ou onde sua consciência órbita, portanto perdoar o que se tenha por efeito, propondo-se a acertos continuados, nos parece, entendemos assim, que a cura dos aprisionamentos ocorre por ação depois por reação no próprio espírito.
Veja meu amado filho, a corrente do medo do porvir, é no coração humano fator de angustiante espera, entanto é dado a inteligência perseguir o entendimento dado pelo Cristo em suas palavras de vida eterna, no primeiro estágio rompendo com o primitivismo, afirmando da necessidade de renascimento da água e do espírito, movimento educativo ao nosso ver, já que do ponto de partida igualitário a todos nós, Deus, ao ponto de chegada com lucidez clarificada, rompemos a barreira do medo, laborando no nosso pensamento esperança bem viva, como que antevendo a resultante do esforço discernitivo que realizamos sobre nós mesmos.
Na corrente acusatória da própria consciência diante de si mesma, quanto a quantos “pecados” tenha, em outra palavra mais adequada “equívocos” , não como desculpa para a consciência culposa, sim como alento que parte do auto perdão que aquieta a alma, baseado no saber de Deus misericórdia em perfeição suprema, partindo do pressuposto de que posso ser melhor agora, posso o bem que entendo, posso compreender mais meus próprios pensamentos, direcioná-los na construção da paz a mim e ao outro, o auto perdão é certo, é o primeiro passo para romper com as correntes asfixiantes da culpa, do medo do porvir, a alma adoentada só vê a própria falta, mas não se emprestou um corpo para que pudesse afirmar o Cristo, que veio para os doentes não para os sãos?
Quando não me limito nos apegos egóicos, rompo a corrente do é meu para o saber que no corpo tudo é empréstimo, de um pai zeloso por seus filhos para que amadureçam em entendimento, aceitas as lições educativas construtivas do melhor discernimento ,rompendo a corrente da ignorância, até sobre acertos e desacertos,entrando assim no campo da misericórdia para consigo mesmo, já que despertando para esse fato em si mais recebe que doa,”bem aventurados os misericordiosos pois alcançarão misericórdia” e quanto entenda o propósito educativo das provas mais ásperas, instrumentalizado está ao nível superior de consciência. E as correntes que sobram, não são tão angustiantes, são como lições reservadas ao espírito atento.
Afinal entende a razão de tudo na criação, aceitando humildemente todos os presentes que recebe.
namastê
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Antonio Carlos Tardivelli