terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Ao infinito ser


Ser um com ele é estar ouvido ao que ensina enquanto vida

Há no homem uma condição inata, que por ser divina vem nele antes que fosse corpo, é algo que teve princípio não concebido por ele, entretanto que ele traz em si como condição de infinito alcance. Por isso o homem sonha e realiza, como retendo uma força que o impele a frente e mais acima, não importa o ponto que este esteja, nele está a condição para que alcance sonhos e realizações.

Sendo um movimento da vontade divina, sempre reconhece a sua necessidade de recomeçar quanto se engane, se há desvios por próprio arbítrio, ou por ilusões que cria do seja vida, é como retendo em si, uma recomendação de qual não possa se desviar, uma espécie de “destinação” por falta de melhor expressão na linguagem pobre, ele sabe que precisa adquirir virtude, e quando não há neste sentido movimento de conquista, uma espécie de vazio se apresenta a sua vista, onde somente ele pode preencher, sonhar em ser, realizar anseios


Por essa razão interna onde luta intima se fixa como diretriz, que lhe indica direção e objetivo, tão íntimo e silencioso que somente sua alma sente enquanto escuta-se, seu pensamento deseja a chegada, de um estado a outro onde se aprimora, e não mais se reconhece no estágio primeiro, sonhou ser livre e isso compreende o real valor, onde atribui-se deveres por valores em auto conquistas, primeiro sonha depois realiza, e uma vez encontrando o feito em si mesmo se alegra um tanto por cada movimento de seu trajeto pois escolhe ser alegre e feliz.


Em um momento de sonho pensou ter, até que descobriu a importância de ser, porque o ser amigo mais alegra do que pensar que se um se tem, o que se tem conquista muitos por sua simples presença, na conquista de si em sua alegria, não existe força que a tire, pois é dádiva enquanto autoconhecimento, de que pode mais que um momento e que este que chama vida, é apenas um instante da existência que lhe parece no ponto primitivo de seu entendimento, ter fim, mais amadurecido constata que o delírio foi pensar que tem enquanto o valor de ser vai sendo construído, presente após presente infinitamente. 


Em seu rumo certo, em função de sua essência, parece que sabe porque intui que chega ao seu “destino”, por falta de melhor palavra que defina um ponto abstrato de surgimento na vontade de seu criador, enquanto outro ponto em si mesmo deste criador divino lhe incita a conquistas meritórias, ser presença atuante por amor a si enquanto se torna manifesto de amar ao outro, reservando no mais íntimo sacrário que torne o corpo, a perfeita adoração ao divino senhor que lhe diz sempre, “sempre exista filho meu, no meu amor que pode ser seu manifesto”.


É como se o amor supremo quisesse seu amor manifesto em meu amor supremado, e para tanto oferece ao ser uma espécie de procura por ser, enquanto conquista nas oportunidades que recebe, se escolhe o caminho luminoso de ser fraterno aconchego, o divino em si mesmo preenche campo atuativo vasto, inicia com um sonhar inspirado para que conquiste-se, realiza seu sonho caminhando por uma diretiva que motiva o sonho, depois que alcança-se na plenitude de ser, movimenta-se na gratidão por já não ser somente o anseio, o sonho, o objetivo, já formado como quem conclui a tarefa em si, sua alegria é sem fim.


Não vos trazemos utopias inalcançáveis, toda criatura traz em si, o sonho e o desejo também o encontro, no sonho alimenta seus anseios de ser nobre, enquanto o desejo é um caminho onde se  movimenta para que alcance realizações,, o discernimento que os meios já estão postos, como instrumentalizações diversas em si mesmo, como é a inteligência que admite a necessidade da perseverança, instrumentos de ser que traz em si desde que foi criado, como uma lei de eterno alcance, tu podes tudo, dentro do discernimento estabeleces que nem tudo lhe convém, por essa razão inata de ser escolhe com acerto, e se houver engano corrige-se, perdoa-se e, não repete mais o mesmo erro.


Julgar apropriada as ponderações de cada parágrafo, é de responsabilidade de quem sonha para que equacione o que entenda e já possa, alerto-vos entretanto da necessidade de ser o que se entenda, como o certo, a luz que existe dentro, insistentemente paciente para que se realize o bem em si como auto amor, o bem ao outro como manifestação deste, e os dois juntos dobrados diante do amor supremo com o íntimo desejo de ser perfeito, como o imenso amor de Deus por suas criaturas, assim, em perfeita adoração o espírito se põe a obra, em si mesmo como resposta sua ao amor divino, que tem intimo desejo de estar manifesto enquanto na própria existência, sempre, porque o agora é Deus que oferece, o futuro importa porque Deus concede, a trajetória ele diz que é nossa, como se o ouvissemos em nós mesmos.


Não é uma maravilha sentir-se possuidor de si, autor de sua história? Senhor de suas memórias? Artífice da beleza ainda não sentida em si, como que sonha com a plenitude mesmo que por agora não se sinta nela, mas se sente filho, portanto portador da herança do pai no filho , na imortalidade de seu espírito, onde a maior glória é sempre estar no pai e o pai em nós.


Na mais perfeita sintonia que nosso ser aqui e agora concebe concedendo-se no direito de ser.


Namastê

pax et lux



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Antonio Carlos Tardivelli