sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Ter a fé e ser a fé

 

No universo de crenças muito há que se considerar verdadeiro, porque o homem em sua espiritualidade isso busca com esmero, tornar-se melhor a cada passo, e isso o identifica como alguém que crê em si mesmo porque as forças internas ativas, encontram respostas com discernimento, do real, do que é ilusório, do que é fundamentado na divindade criadora, e que ele mesmo cria no campo das ilusões quando em trânsito pelo corpo, visto que terá por lei que deixá-lo, muito ou pouco pensa nisso, o que pensa mais encontra um caminho em fé e alimentada pela esperança, nada vazia, sim repleta de substância.

Sua destinação por tudo o que conclui em si mesmo é sempre pelo fluxo constante de vida, matemática divina que desde o sopro que forma o espírito, este jornadear pelo encontro de si mesmo observando que a cada passo, a cada conquista que realiza, torna-se ampla a vista do que é para o que se torna, pois se insere em programação interna aquecendo de valores transcendentes, que despertam a medida que a consciência avança no entendimento de si mesma, o que permanece inalterado é o campo das conquistas sobre si mesmo em ato de fé e coragem, quanto enfrente as próprias limitações no tempo espaço a que é conduzido seu espírito.

Aberta a porta do entendimento a vida se renova em sentido verdadeiro, as aquisições que não se perde, por fé em si no prosseguimento mesmo frente às provas mais ásperas, tem como retorno o efeito  em qualidades de alma fixadas, pois a progressão da coragem em seu efeito, molda o caráter reto, os objetivos a serem alcançados com determinação e perseverança, ele os traça por fé em si e quanto analise sua origem, mais se dedica ao trato dos deveres que  vai tomando como seus diante de uma lei de progresso, quanto mais alcance em seu discernimento, mais pensa no que pode sua fé tornar efeito construtivo, e quanto mais se importe com o outro e consigo, estabelece o campo autuante de sua fé, aí neste ponto ela é muito verdadeira, pois isola o ego dando vazão ao campo de fraterno aconchego.

Exercitando uma virtude com fé já ela se é nos efeitos constatados, ser amigo por exemplo produz na convivência um solidário apoio  pois o que recebe desperta algo em si para também ser, aí os amigos descobrem um campo de convivência amorosa, e a amorosidade produz seus frutos podendo ate ser onde se confinam numa crença religiosa almas afinizadas em seus propósitos mais íntimos, como a necessidade inata de ser filho do eterno diante de outros filhos do eterno em semelhança, caminhando juntos, apesar dos ismos que estabelecem como forma  de congregar propósitos, se pensa com a fé que abraça, caminhos se abrem para as aquisições que a fé verdadeira em ser implica, pois ela se ativa na convivência fraterna, caminhar juntos é um campo de auto descobertas dos limites que eu posso no que dou e do que posso receber se bem entendo a fé que tenho para a fé onde sou.

O homem em sua humanidade desde que observe em si consciência, busca sua origem, olha no entorno num primeiro passo, descobre-se vivo e atuante junto a outros, como uma semente semeada em sua intimidade, valores de fé em si e no outro se acomodam, pois dividem lutas comuns para a sobrevivência na oportunidade corpo, passado esse ciclo inicial em aprimoramento que segue seu fluxo interminável, a fé em si estabelece campo de resultantes pois em sua essência está gravada que ela também se torna algo maior em cuja jornada aquisitiva estabelecida desde sua criação, como uma força interior que promove movimento ascensivo e progressivo, torna-se veículo de sustentação para a grande viagem, ora no templo corpo, ora fora dele nas paragens diversas das consciências, da fé em si que age, da fé conjunta com seus semelhantes que transforma a sociedade.


Assim para ter a fé é preciso que ela seja mais consciente, ciente de que nos atos se manifesta, nos comportamentos conjuntos de mesma ética, que lhe ofereça forma manifestativa comum, ela cresce em seus efeitos comunitários, “onde estiverem duas ou mais pessoas reunidas em meu nome aí me farei presente”, ele não se divide em igrejas ou crenças religiosas, ele ocupa o sentimento de fé em corações audaciosos, que fazem de sua vista do que creem, um caminho comum construtivo e solidário, onde o mestre ensina valores verdadeiros para ser a fé , tendo-a como norte conceitual para toda ação do pensamento.

Assim sendo, tu que órbitas por uma busca de si mesmo, hás de concluir Deus na obra realizada em ti mesmo, quando chegas aqui, concluindo em si os parágrafos anteriores, temos fé comum, coragem com ética de avaliar acerto ou equívoco, logo nos tornamos mestres de nós mesmos, onde somente a verdade  faz seu porto em nós, para que com ela e para ela atuemos junto a fé que temos, no inalterável fluxo de vida, oportunidades realizativas uma após outra, como presentes oferecidos, para que aceitemos ou não, tomemos por nossa a fé que pensa em seus efeitos, em nós e por amor que flui de nossa essência ao outro em comum acordo onde se dando mais se recebe porque o amor com fé tem essa característica construtiva de nós mesmos em uma sociedade fraterna.

Onde um não tenha prevalência sobre o outro, por desejos de posse, sim por desejo de compartilhar experiências porque a fé que se tem se oferece e por ser amorosa em sua ética mais recebe, pois é lei de eterno alcance no corpo ou fora dele, os efeitos das ações são inevitáveis, indivisível quaisquer que sejam, logo se sabemos ou se cremos nisso entendemos desde agora que somos autores em nossas histórias. E concluindo uma pergunta em duas: O que somos com fé e o que teremos sem ela? A resposta é individualizada uma vez encontrada pode ser fraternalmente compartilhada para que se torne uma arvore frondosa onde venham se abrigar os espíritos aflitos, que sintam sozinhos, em analogia que fazemos neste fechamento com a parábola da semente de mostarda do maior mestre de amar, entre todos os reconhecidos por essa humanidade.

Seu nome é Jesus de Nazaré, Yehoshua na origem linguística, “busca a verdade e a verdade vos libertará”

Pax et lux


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Antonio Carlos Tardivelli