Na minha existência enquanto física,
já que deixei, por minha impressão a bem poucos lustros, em verdade nunca me interessou
assuntos religiosos, muito menos o que encontrei aqui, uma fila de gementes,
uns dementes, outros como eu indiferentes. Nada muda, ou mudou para mim dentro
de minha existência, tinha um corpo febril, desacertos hormonais, tormentos,
que me qualificavam como desajustado, algumas destas condições permanecem inalteradas, como se viver fosse uma espécie de viciação que não se liberta.
No movimento de abandonar o corpo
físico, tive consciência disso, foi como uma liberdade repentina e uma leveza
que jamais havia sentido, e muitos diziam que ao inferno, um desqualificado como
eu, era destino certo, até os poucos que foram junto comigo para a despedida do
corpo, percebia suas censuras, seus julgamentos quanto a minha vivencia,
amigos, verdadeiros bem poucos neste dia, muitos estavam irreconhecíveis, tinham
quadro de prepotência onde infelizmente eu enxergava por amigos sinceros.
Como cheguei a esse lugar não o
sei, só sei que aqui estou, e disseram que podia me aproximar do Sr e pensando
firme, isso seria transformado em palavras, confesso sinto isso algo insólito e
inútil, entanto cá estou, em um espécie de procura, uma busca de compreensão,
primeiro porque estou aqui, e já que tem um grande número de mais qualificados,
porque eu tenho que fazer esse relato?
Bem, já que estou, vá lá, mas vou
avisando, não vim contar coisas novas, muito diferentes da vida que todos levam,
grande maioria, ( Maria vai com as outras), ou seja, pouco mudou a situação do
lugarejo qual vivia, um religioso que dominava as consciências, falava uma
coisa para que todos procedessem a sua maneira, ocultamente não realizava o que
falava, e foi essa uma das razões do meu desencanto.
Quem pensa que se pode saltar da condição
que estou, mesmo sem um corpo, para uma situação de pleno entendimento, está equivocado,
o único salto que os instrutores daqui salientam pra nossa observação é de um
instante após o outro, variando nesta contagem a valorização da unidade tempo,
dentro do melhor esforço. Como me acostumei com a vadiagem, pouco avanço vai
encontrar em minha narrativa, de certo, que a vida continua tanto que eu estou
aqui não é mesmo?
Dizem aqui que não me julgam, mas
convidam para que eu reavalie meus valores, preciosos tenho poucos, como devem
ter notado já, mas vamos lá, eu se fosse afirmar que sofro, seria fantasioso,
continuo indiferente, dizem que isso precisa mudar, mas como mudar uma pedra
fria que não se importa com nada? Não me sinto importante para nada, tá, o sr
deve estar certo, afinal quem poderia supor que eu estando mortinho da silva, estaria aqui hoje pensando, enquanto o sr me escreve os pensamentos, coisa de
doido isso!
Preciso terminar, o instrutor
assim determina, e quem é inteligente obedece, não é assim?
·
Instrução segura.
A verdade por sua exposição, sem que
coloquemos juízo, sim analise com critérios definidos, vez que sem a roupagem física
os caracteres da personalidade permanecem irretocáveis, ate que lhe desperte condição diferente, algumas já
foi tocado, pois ficam marcas em seu inconsciente quando o aparelho comunicador
é disciplinado, possui um cabedal de valores que lhe confrontam a situação presente,
chamai a isso de influenciação anímica, para melhor compreender como se dá com
o auxílio mediúnico, o movimento consciencial de despertamento, vezes vagaroso
da entidade comunicante.
Embora o processo seja vagaroso
do ponto de vista da contagem do vosso tempo, para o espirito na confrontação com
a vida física, tudo é mais relativizado, ou seja, a percepção de tempo se vê
algo modificada, e a consciência do espirito vai por essa proximidade com toda
segurança e amparo, adquirindo valores renovados. No conjunto das expressões, nota-se
a predominância da indiferença quanto a própria boa sorte, naturalmente não tem
consciência exata de si mesmo, marcando por isso, que nem sempre os espíritos experimentam
sofrimentos como muitos intermediários por vezes narram.
Isso entretanto é assunto para
uma nova narrativa, por hora, que os leitores que apreciam a verdade da vida,
para além desta qual se habituam a gostar dela, em um corpo, saibam que nenhum
processo evolutivo violenta a lei do livre arbítrio, portanto o que estás agora
pode sim sofrer um processo de continuidade,
mesmo depois de terem deixado o corpo físico, portanto a grande indagação desta
proposta é: Estão satisfeitos como o que estão agora? Em todos os aspectos de
vossa consciência de vida? nossas respostas sempre indicam as diretivas para nossa busca de nós mesmos ou a indiferença quanto aos próximos movimentos de nossas vidas.
Se não, é hora de retomar a busca
para um profundo auto encontro, nossa principal atividade na assistência, é
promover os despertamentos, por vezes aproximando seres com diferentes posturas
mentais para que um interceda a favor do outro.
Eis a caridade que podeis prestar
enquanto buscadores da verdade, no cultivo da prece, orar pelos indiferentes,
grande causa dos suicídios entre vós. Quando não se consegue atinar para
valores espiritualizantes, quais pequenas perolas que se reúne com esforço da
vontade, nas mudanças necessárias, para a passagem de um grau de compreensão a
outro.
Fica posto a vossa consideração
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Antonio Carlos Tardivelli