segunda-feira, 13 de abril de 2020

4) Entre irmãos


Quando o choro estridente surgiu com sinalização de vida, todos se acomodaram no entorno, curiosos para que soubessem se era João ou se Maria, sorriram sem deixar de lado no aconchego do lar humilde, a preocupação pois se apresentava mais uma responsabilidade para os que recebiam a incumbência sagrada. Conduzir uma alma nos seus primeiros movimentos no corpo.

Na sequencia cresci, e muito cedo amadureci, a vida é preciosa mestra quanto se queira aprender e não é preciso ter senão o necessário, tanto a pobreza e simplicidade traz perolas preciosas em aprendizados com também no lar farto de bens materiais, lição semelhante se apresenta. Todos no fardo da existência, que pode apesar de ser dificultoso a todos, tornar-se leve, pacificado, desde que haja disposição interna, como aprendiz de vida, justificando a crença de que no presente se constrói o futuro, assim, o berro é o primeiro manifesto do espirito renascente.

Fica na lembrança embora bem poucos consigam acessar, recordo das palavras ternas, do balanço no abraço materno, dos seios fartos que alimentam, do adormecer seguro sem temores,  aquele abraço aconchegante promovia os sentimentos mais puros em meu espirito, feliz por iniciar, como se visse vida mais a frente, novas descobertas, companheiros que seriam caros amigos, dando cada um sua contribuição para que a passagem pela experiencia necessária fosse  de vitorias realizáveis.

Na inconsciência somos entregues a vida, esquecidos do passado mais remoto, de onde  estávamos antes de chegar aqui, em alguns momentos podemos como que acessar algumas lembranças, intuídas ou na análise de nossas impulsividades,  embora não as possamos expressar porque quem acreditaria se uma criança falasse que de onde veio a paz e a alegria eram completas, os amigos verdadeiros diamantes, muito preciosos, dignos professores, instrutores da matéria amar em plenitude, então, nos calamos, apenas manifestando em momentos oportunos fé inata do provedor de vida.

Claro que os irmãos adultos ainda terão um  riso de descrença, entanto ao meu espirito foi  dado a lembrança, de criança, na adolescência os que me agrediram, compadeceram, me vestiram, ensinaram com o que tinham, e fomos reservando no corpo sutil qual reservamos as memorias, como pontos de luz de nossa trajetória, aprendendo no caminho sinuoso do amadurecimento dentro de melhor compreensão de vida.

Rogo-vos, não me rotulem como inapto ou desajustado mentalmente, é da minha natureza acessar tantas lembranças, considerar mestres, os que utilizaram de maldade para comigo, foi aprendizado importante para discernir claramente entre um e outro, e os que generosos contrapuseram balanceando entre um estado de estar e outro, nascemos com o proposito  definido pelo mais alto, com uma programação especifica para os possíveis atos, digo possíveis, pois postos ao livre arbítrio, esquecidos do passado, somos compelidos a ir por uma diretiva interna, entanto os desvios podem acontecer, mas, cedo ou tarde o juiz severo, nossa consciência, no  abrigo de dificuldades ou na busca de felicidade nos recoloca na trajetória agendada.

Sermos em compreensão amadurecida e precisa, de que somos todos irmãos, é uma das conclusões auxiliares para nossa obra, portanto, não restritos aos que ouviram nosso brado primeiro com risos fartos ou semblantes preocupados com mais uma boca para alimentar por fato, entramos na vida para redescobrir e tratar do nosso espirito no campo de realizações próprias.

Com o olhar amadurecido na compreensão, entendemos mais as limitações particulares,  nem todos se interessam por nossa fala, se bem que sentimos seja um caminho comum a toda alma, descobrir-se parte de um composto único, em mentes assenhoradas de si, que se aceitam com naturalidade, pois de mesma fonte, do senhor de vida, surgidos bem antes de estarmos ligados a um corpo, no primeiro movimento ensaiando nossa humanidade no lar que nos recebe o espirito, nos pais que nos forneceram os dois elementos primordiais para formação do corpo, depois, esta vista de que por igual origem, todos irmanados, a grande questão que fica, é quando iremos ser como éramos quando somente espirito!

Ao repetir a experiencia corpórea? Porque não agora num  rebuscar constante, vendo o outro como se fosse parte de nós mesmos porque é assim que é, já fomos rudes primitivescos como muitos que ainda insistem em permanecer nesta condição, chegarão onde chegamos é indesviável e nós não estaremos mais aqui neste ponto, ele é apenas um marco de recomeço, de tomar o leme por nossa história construída em nossos atos, e quando quanto acessarmos em nossas lembranças todos os que amamos, todos os que nos amaram, os instrutores rudes e tantos amorosos, os que nos feriram outros que nos curaram, tolerantes e pacientes com nossa lentidão em compreender por fato

Que todos sem exceção somos irmãos.

Por hoje é isso, um misto de lembranças, querências, realizações compartilhando lembranças.

Namaste






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Antonio Carlos Tardivelli