Quando o choro estridente
surgiu com sinalização de vida, todos se acomodaram no entorno, curiosos para
que soubessem se era João ou se Maria, sorriram sem deixar de lado no aconchego
do lar humilde, a preocupação pois se apresentava mais uma responsabilidade
para os que recebiam a incumbência sagrada. Conduzir uma alma nos seus
primeiros movimentos no corpo.
Na sequencia
cresci, e muito cedo amadureci, a vida é preciosa mestra quanto se queira
aprender e não é preciso ter senão o necessário, tanto a pobreza e simplicidade
traz perolas preciosas em aprendizados com também no lar farto de bens materiais,
lição semelhante se apresenta. Todos no fardo da existência, que pode apesar de
ser dificultoso a todos, tornar-se leve, pacificado, desde que haja disposição interna,
como aprendiz de vida, justificando a crença de que no presente se constrói o
futuro, assim, o berro é o primeiro manifesto do espirito renascente.
Fica na
lembrança embora bem poucos consigam acessar, recordo das palavras ternas, do
balanço no abraço materno, dos seios fartos que alimentam, do adormecer seguro
sem temores, aquele abraço aconchegante
promovia os sentimentos mais puros em meu espirito, feliz por iniciar, como se
visse vida mais a frente, novas descobertas, companheiros que seriam caros
amigos, dando cada um sua contribuição para que a passagem pela experiencia necessária
fosse de vitorias realizáveis.
Na inconsciência
somos entregues a vida, esquecidos do passado mais remoto, de onde estávamos antes de chegar aqui, em alguns momentos
podemos como que acessar algumas lembranças, intuídas ou na análise de nossas impulsividades,
embora não as possamos expressar porque
quem acreditaria se uma criança falasse que de onde veio a paz e a alegria eram
completas, os amigos verdadeiros diamantes, muito preciosos, dignos professores,
instrutores da matéria amar em plenitude, então, nos calamos, apenas
manifestando em momentos oportunos fé inata do provedor de vida.
Claro que os
irmãos adultos ainda terão um riso de
descrença, entanto ao meu espirito foi
dado a lembrança, de criança, na adolescência os que me agrediram, compadeceram,
me vestiram, ensinaram com o que tinham, e fomos reservando no corpo sutil qual
reservamos as memorias, como pontos de luz de nossa trajetória, aprendendo no
caminho sinuoso do amadurecimento dentro de melhor compreensão de vida.
Rogo-vos, não me
rotulem como inapto ou desajustado mentalmente, é da minha natureza acessar
tantas lembranças, considerar mestres, os que utilizaram de maldade para
comigo, foi aprendizado importante para discernir claramente entre um e outro,
e os que generosos contrapuseram balanceando entre um estado de estar e outro,
nascemos com o proposito definido pelo
mais alto, com uma programação especifica para os possíveis atos, digo possíveis,
pois postos ao livre arbítrio, esquecidos do passado, somos compelidos a ir por
uma diretiva interna, entanto os desvios podem acontecer, mas, cedo ou tarde o
juiz severo, nossa consciência, no
abrigo de dificuldades ou na busca de felicidade nos recoloca na trajetória
agendada.
Sermos em compreensão
amadurecida e precisa, de que somos todos irmãos, é uma das conclusões auxiliares
para nossa obra, portanto, não restritos aos que ouviram nosso brado primeiro
com risos fartos ou semblantes preocupados com mais uma boca para alimentar por
fato, entramos na vida para redescobrir e tratar do nosso espirito no campo de realizações
próprias.
Com o olhar
amadurecido na compreensão, entendemos mais as limitações particulares, nem todos se interessam por nossa fala, se
bem que sentimos seja um caminho comum a toda alma, descobrir-se parte de um composto
único, em mentes assenhoradas de si, que se aceitam com naturalidade, pois de
mesma fonte, do senhor de vida, surgidos bem antes de estarmos ligados a um
corpo, no primeiro movimento ensaiando nossa humanidade no lar que nos recebe o
espirito, nos pais que nos forneceram os dois elementos primordiais para formação
do corpo, depois, esta vista de que por igual origem, todos irmanados, a grande
questão que fica, é quando iremos ser como éramos quando somente espirito!
Ao repetir a experiencia
corpórea? Porque não agora num rebuscar
constante, vendo o outro como se fosse parte de nós mesmos porque é assim que
é, já fomos rudes primitivescos como muitos que ainda insistem em permanecer
nesta condição, chegarão onde chegamos é indesviável e nós não estaremos mais
aqui neste ponto, ele é apenas um marco de recomeço, de tomar o leme por nossa história
construída em nossos atos, e quando quanto acessarmos em nossas lembranças
todos os que amamos, todos os que nos amaram, os instrutores rudes e tantos
amorosos, os que nos feriram outros que nos curaram, tolerantes e pacientes com
nossa lentidão em compreender por fato
Que todos sem exceção
somos irmãos.
Por hoje é isso,
um misto de lembranças, querências, realizações compartilhando lembranças.
Namaste
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Antonio Carlos Tardivelli