sexta-feira, 25 de junho de 2021

O centurião Romano.

 

Longinus.

A alma quando necessitada, como a minha ao deixar o corpo, revia minhas atrocidades entre elas a de transpassar o coração da mãe sagrada, um grito de pavor ao saber-me vivo e obrigado a presenciar o seguimento do que a minha vista parecia ser minha demência, via-me em reuniões as escuras nas catacumbas, onde um tomava a frente e falava do seu amor e sua devoção aquele que eu transpassara.

É como estar mergulhado nas próprias sombras, ouvindo gemidos e não tendo onde buscar paz e quietude, como se o sol não mais nascesse no horizonte como dantes, mas era atraído para as catacumbas onde os seguidores do crucificado se reuniam para lembrar dele, falar do que fizera, da esperança que trouxera, e eu insano o transpassara, me sentia o seu assassino muito embora para minha desgraça, cumpria ordens insanas e cruéis.

Assim fui presenciando devotamento, coragem, resignação, embora não mais estivesse entre os vivos aquelas palavras pareciam despertar em mim algo novo, como se eu nas minhas sombras, tivesse um raio a surgir tênue direcionando as forças intimas para uma espécie de renovação que ocorria a cada vez que ouvia os seguidores falar dele, do crucificado.

Não dava para não perceber que o que falavam, era em seu conteúdo verdade, a vida seguia seu curso no fluxo interminável para minha alma, que sofria as consequências dos meus atos, porém aquelas palavras de esperança e fé junto a exemplificações de coragem, as vezes ate no circo romano onde eram sacrificados junto as feras, como que queimavam minhas angustias e inquietações, era como se acessasse lembranças de antes da existência física, onde tinha me proposto a seguir rumo diferente nas ações, cai, e como desencarnado assistindo as predicas de esperança, foi novamente abrindo minha vista sobre mim mesmo, em um processo de renovação.

Bem mais tarde, junto a tarefa que se me apresentava a frente, já que nestas reuniões não me encontrava só, eram muitas as testemunhas chorosas ainda por seus equívocos, como a minha consciência era desassossegada, outras tantas buscavam esperança e encontravam, o que não percebia no primeiro estágio, já que as disposições em escolhas infelizes promovem a cegueira temporária, quando se deixa o corpo, como foi no meu caso, não percebia o amparo que recebiam todos os que ali estavam, uma multidão reunida em torno de um foco de luz ouvindo os seguidores do crucificado.

Atentai, vossa fala quanto diga de vossa fé, é reconhecida por almas infelizes como a minha foi durante séculos, pois a consciência dita que devemos corrigir o mal realizado, em todos os aspectos, onde envolveram outras almas e as desencaminharam do caminho reto e justo, na colheita em nós mesmos entanto, há misericórdia que nos assiste, como a nós junto aos primeiros seguidores do crucificado, aos vossos dias, em reuniões sérias envolvidas pela verdade e vida, que ele traz a todos nós, vivos e os chamados mortos, multidões de aflitos ali se socorrem e são amparados, não importa o rotulo qual sirva para vos identificar, se vosso coração encontra-se em sincero desejo de acerto e correção, as testemunhas do senhor  crucificado se apresentam prestimosas ao amparo.

A história de amar se repete, desde que a lança transpassou o coração da mãe sagrada, claro que essa lembrança agora tem o fito educativo da esperança aquele que a busca, vejam, o soldado antes que arriscava sua vida sob ordens insanas, mas era como uma criança que escolhe caminhos tortuosos, e quando se dá conta, já tem feitos somados a si que clamam por correção, onde corrigir nossas antigas transgressuras  senão nos braços de misericordiosa oportunidade de vida!

E ela renovou-se, e tivemos a oportunidade de corrigir as disposições intimas desavisadas, estabelecendo um roteiro para acertos nas ações em vida, foi grande a luta, já que a colheita obrigatória nos traz os comprometimentos frente a lei divina, e recolhemos em nós mesmos, hoje entendo que aquelas reuniões, na acepção da palavra, de vivos e mortos, os mortos que estavam vivos eram em maior quantidade naturalmente, era o abraço da misericórdia divina em instrução de vida, já para os iniciados nas duas esferas para o reino dos céus que muita vez dormita no ser vivente, em termos de exata compreensão pela consciência evidentemente.

Pedimos permissão para contar um tanto de nossa história, tudo o que fazemos no que pensamos e expressamos torna-se em efeito o produto de nossa ciência ou crença, admitida pelos afins em serenidade, pelos contraditores, o que no final das contas é visto por verdade no próprio ser, consciência viva, no templo corpo como dizem aqui, ou fora dele, em outro mais sutil é claro, para nos comunicarmos, é necessário o veiculo apropriado, a proximidade das esferas espirituais deste tempo de transição, pode-se descrever como intensa movimentação daqueles amparadores, o tempo é chegado, da separação dos bons e maus pendores, os cruéis ficarão entre seus afinizados, os mansos herdando a terra onde não mais a crueldade e violência que hoje ainda se perpetra, não mais a visitarão, senão quando se corrigirem, a misericórdia atinge a todos, mas esse ponto é outra história, que se tiver permissão, contaremos um tanto mais a frente ou mencionando nesta obra.

De certo que desde que o transpassar do coração da mãe foi feito, e fui socorrido por ela em muitas de minhas angustias em correções de rumo, agora mais uma vez, peço sua graça e condução serena, para que a prova de vida de além vida, possa servir de esperança aos que  se encontrem no vale de lagrimas.

Que Maria nos ampare e seu filho que nos perdoou em seu amor possa nos tratar como um de seus aprendizes, e permitir por esse caminho, que tragamos contribuição em esperança e fé a todos os que aqui chegarem

Graça e luz

Gratidão

Longinus Lucilios

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caso goste de alguma postagem do meu blog, fique a vontade para comentar, criticar, compartilhar
Antonio Carlos Tardivelli