quinta-feira, 24 de junho de 2021

Ascese


 A viagem breve que se faz no corpo, escola onde o amor pode ser morada nas expressões de vida, quem assim sente e expressa em atos, como se constrói pois lhe retorna tudo o que oferece multiplicado, muito embora não se credite a providencia, o compasso dos instantes quais se é amor em construção de vida, o amor supremo compreende e nos anima, a descobrir nas nuances de viver os efeitos produzidos pelo nosso querer.

Pode-se sim oferecer qualidade ou sombra, o egoísmo que enegrece e infelicita por seus efeitos, feita a escolha e oferecida na existência a ação, de certo que o retorno se lhe impõe em dolorosa aflição, já que um mau pendor quando manifesto, transtorna outra vida provocando dor, e a lei perfeita em sua concepção divina, nos exige responsabilização individualizada por nossos feitos em retorno justo.

Mas será que de violências geradoras de efeitos corretivos, como um circular de situações em semelhança em dor nunca termina, onde um semeia e este colhe, por efeito multiplicativo de colheitas obrigatórias, vez que o egoísta a si cega, cega outros que o seguem, teria fim a obra que se faz em evidente desequilíbrio? Há um tempo onde na escola se ensina no reconhecimento dos elementos de vida, quando o período escolar chega a fim de ciclo, um exame é feito, e se avança ou permanece repetindo as lições, ate que se fixem, haja progresso, haja entendimento, e se possa dar o próximo passo, é assim que é junto aos corações endurecidos.

Reunidos em feixes, os frutos agradáveis de vida, almas virtuosas que se deram no necessário labor do bem, outras nos egoicos ensejos não levando consigo o óleo para manter a luz ate que chegue o noivo, como foi dito de forma parabólica, neste tempo, onde os previdentes chegam e entram, os incautos que deram atenção a ser maldade, ficam impedidos, já que é uma questão de ser, vibracional onde não se ajustam, o que se tem e se recolhe no campo onde se cultiva virtude ou seus opostos cria o campo próprio da ascese espiritual

Bem sabemos que muitas almas não se interessam por sua própria história, são as imprevidentes, chorosas com o azeite em falta pois esse é o que nos ilumina no caminhar seguro, ficam batendo a porta, vezes revoltadas em palavras rudes injuriosas, clamam por se sentirem injustiçadas, bastaria entanto como que se por escolha fazes agora, a rever vossos conceitos por ponderações nossas, tendo como efeito em ti uma alteração de rumo, se escolhes absorver da esperança de vida que trazemos, miras teu foco no caminho, verdade e vida, o mesmo que o nosso.

Evocado o espírito de verdade para seu justo manifesto, este educa o que o chama e lhe mostra o justo estagio que te encontras, não te demores ao movimento justo, sempre alerta, pois o que recebes se não posto a terra em ações repetidas, vosso campo intimo não prospera, o joio cresce e as virtudes que tem por efeito elevar-te, permanecem inativas, dormentes, esquecidas, já que inscritos divinos na tua alma, o que deveria ser abundancia para ser luz de ti posto ao velador, oculta-se abaixo como uma faísca ainda na qualidade primitiva do primeiro estagio, sem os agregados do bem que se pratica, sem o perfumar do amor que se escolhe ser.

Não feito como nosso feito em comum com muitas palavras, e mesmo elas sendo fruto de vivenciais conceitos, não bastam  para nossa insistência, tanto batemos que nos esclarece o mesmo espirito, os graus são distintos, chega o noivo e encontra os previdentes, e outros inconsequentes, não recebem o direito por entrar, já que não fizeram por merecer o novo estágio, repetirão por certo, a misericórdia é sempre, entanto para seu presente em aflição dolorida, vê o mestre luminoso a conduzir feliz como um noivo que recebe sua amada, abraça as almas todas, fazendo com que seu amor as envolva, vinde a mim benditos do meu pai, porque tive fome e me deste de comer, tive frio e me cobriste, andava pelas ruas perambulante e deste teu melhor esforço em socorrer-me, vinde para o que vos espera na continuidade da existência.

Aqueles pois que semearam amor na existência, amor a si enquanto presença de amor ao outro, opção de vida onde a alma alojada se encontre, no casebre ou no palácio, na posse dos bens ou na sua completa ausência, o que leva é o que se tem e o transito pela prova que nos qualifica a entrar no reino, desde que no amor se aplique, tudo o que se receba.

O amor multiplica o bem que se leva em si, e por felicidade a vista da obra em seus efeitos luminosos, quanto reconforto, quanta esperança espalhada, quanta bondade exercitada, quanta beneficência amorosa e prestativa, quanta compreensão do outro para o elevar, chega a hora da colheita e o Cristo te coloca diante de ti mesmo e tu te julgas em teus acertos e pedes permissão a ele para entrar em novo feito, o que acontece depois disso? Se te permites, agora entra no teu quarto escuro, chama pelo espírito de verdade prometido e cumprido, está em vós!

Permita-se.

Compreenda-se

Namaste

 

 

 

 

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Antonio Carlos Tardivelli