Por quem procuras?
Quando contas tua história
lamentosa em suas dores o que buscas fora se dentro de ti é que tua essência
diz eu te encontro! E por força desta essência que te impele a pena o que
procuras que já não tenha te sido dado.
Observa-te em tua procura não
deixando desditosa tua essência que é divina, teimando em conceituar por
caminhos tortuosos dando a outro o direito de dizer como deves sentir, é uma
espécie doentia de auto aprisionamento pois os sentimentos são teus, em dores
ou alegrias.
O que procuras fora que não
esteja dentro de ti mesmo como resposta precisa, então por quem procuras? Ah
tá, alma amiga e boa, se estendes suas mãos a santidade não torna teu coração
piedoso frente a impiedade? Tua essência cobra posição definida frente a adversidade
então por quem procuras que em ti já não esteja?
Pode haver prisão mais fria do
que aquele que se deixa conduzir por outros aquietando os questionamentos
provocados pelo divino em si mesmo calando essa voz sublime que te faz arauto
das verdades que absorves nas experiências de vida. Acaso por se deixar
conduzir sem que questiones de onde vem o espirito da letra não irás comigo se
estiver em engano discernitivo para o abismal das minhas dores?
E se minha vista do ponto que
encontro quem procuro estiver mais exata que a tua, mais lucida, mais
abrangente olhando o quadro todo mesmo que me julguem demônio! Não podes
discernir entre o bem e o mal que podes a ti? Ou atribuis a mim espirito
desterrado o exato cumprimento dos deveres que te cabem para que encontres a
quem procuras?
Já foi dito que por mim vieram
palavras não ditas por minha boca, os que distorcem as verdades da minha
procura são responsáveis pelos efeitos que recolhem nos encontros com a obra
que de si se fazem, não os julgo, o juiz severo está posto não há desvios nas
leis sublimes. Ao justo o salário de justiça, ao que busca a verdade o encontro
já está posto na integridade das leis divinas.
Então a quem
procuras?
Voz clamante no deserto? Aplainai
os caminhos do senhor! E o que plantas na terra que o provedor da vida te
concede em tantos presentes? Ou credita que o que o profeta disse quando afirma
não ser profeta pois sua vista está posta naquele que vem e virá é certo como a
luz das estrelas nos milênios a perder de vista aos quais chamais eons, vem
para quem? Não é para teu saber que te fazes buscador da verdade que vos
liberte?
Não vos tornais também ovelhas do
bom pastor que as reúne e lhes oferece para o trato de vossa busca, o auto
encontro com a verdade que sois por fato!
E o quanto teu discernir avançou
para que do Cristo recolhas o que te cabe em vossos deveres, acaso veio ele
mergulhar vossas cabeças em agua para que lavado fosse teu passado delituoso?
Não vos queima dentro o fogo do divino assopro do mestre? Ou achas que sua vida
foi do berço a crucificação? Sem nada mais ser em elemento de salvação!
Ouça o chamado da voz que clama
no deserto! Aplainai os caminhos do senhor! Não vos parece que de coração
endurecido nas ilusões quais se auto impõe com vosso ego que tu és o campo a ser
tratado primeiramente, aplainando os caminhos do senhor que veio para
distribuir amor e quando o faz e tu te sentes neste amor ele não te impõe que
cultives a ti em virtudes, dando mais beleza aos caminhos de tua alma por
condução do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
Ou ainda vagueias nos enganos discernitivo
que fora está o reino do mestre amorável, aplainar os caminhos do senhor para
que penetre em mais corações e estes multipliquem seu amor eis a premissa do
mestre aos seus discípulos, pois eis que o reino dos céus que dentro de vós
necessita se expandir em entendimento, sobre vós mesmos pois o reino posto para
os corações dos homens em entendimentos divinos e precisos sobre sua redenção não
se prende ao transito ilusório de paixões bestificantes!
Sim na manifestação de quem
procura e quem encontras, não que o mestre faz por seus discípulos, mas o que
estes fazer por amor do amor que receberam do ungido!
O quanto entendes em tua procura
que necessário vos é dotar o mestre interno das luzes do discernimento,
educando vosso mental nas abstrações intuitivas que o reino em ti mesmo já alcança
com pureza em verdades transcendentes, mas não inches vosso ego se algo
entendes da fala deste servidor na messe veja que para ser maior precisas da servidão
a todos!
Não vos foi dado saber que o
condutor e salvador da humana idade na qual te situas por agora, dobrou-se ante
seus menores que fez usando doze, levando-lhes os pés em digno e luminoso
ensinamento para fazer com que brotasse do reino dos céus dentro as diretivas a
serem observadas como plantio individualizado na gleba do cordeiro onde reúne suas
ovelhas?
Ou por dureza em vós entendes que
a voz que clama no deserto parou de clamar por piedade e deixou de apiedar-se
pela situação de penúria na humanidade não agindo mais compadecida? Fechou-se
acaso o portal do reino depois de escancaradas suas portas para o entendimento
justo em verdade e espirito, ficando apenas contemplando o infinito?
Ora não te enganes, se procura o
divino condutor da humanidade vais encontrar por verdade a grande messe como
campo do divino condutor, e se tens amor, trarás por ti em vossos deveres a ação
compadecida de quem compreende, que aplainar os caminhos do senhor está para o
movimento da charrua primeiro no labor íntimo de quem procura depois por compaixão
ativa em discernimento justo e lucido, usar o te dá por graça oferecendo da
mesma forma sem cobrar reconhecimentos!
Aplainai os caminhos do senhor,
arrancando de vos mesmos as vossas ilusões, olhando a face do abismo e se
orientando pela escada ascensiva oferecida pelo divino condutor que em vós
planta amor!
Então novamente, a quem procuras?
Não é a ti mesmo em tua busca? O que te confidencia teu mestre interior para
que alteres o rumo de vossos procedimentos para a digna instrumentalização que
recebestes do cordeiro?
Ou achas ainda que te deu amor
para ser entre as ovelhas do seu aprisco menos aplicabilidade a ti mesmo e ao
teu próximo do amor que te tornas nele?
Retira, pois, do campo do senhor
aplainando seus caminhos, rebuscando-se e lapidando a voz intima que te incita
a buscar o alto mais alto a ser maior ainda do que te torna o amor divino
servindo a todos pelo caminho.
Do que te foi dado e somente por
esse peso vos será pedido!
Queres o fardo leve? Mais leve
que a pena esvoaçante ou o perfume das flores do campo trazidos pelas brisas
flutuando? Sejas, pois, amor!
Eis o fardo do digno ungido de
Deus que está nos céus em seu reinado em ti se o recebes.
Pai João
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Antonio Carlos Tardivelli