Observa-te
Nas sutis descobertas no teu caminhar
Enquanto tu te preenches de vida nas respostas oferecidas
Trata-te por divino e o sois
Na esperança, criança que se entenda ainda!
Nos albores dela quando te constróis
Como se antevisses o estágio sequente onde te situas agora
Na paz que te ocupe todas as horas nos labores incessantes
de tua alma
Eis que a vida não termina no tumulo frio que te recebera o
corpo
Pois o espirito que o anima encontrará porto no que cultiva
hoje
Afiança seu próprio futuro nos labores caridosos
No recepcionar almas aflitas, chorosas, sem rumo sem norte
Para ser nos albores da esperança a força que incita vida!
Não te demores, ah não te demores na ativa espera que apenas
crê enquanto labora
No cantar de melodias celestes inspiradas para que sejas o
balsamo que alivia
O contar de histórias de várias vindas onde situado
sentimento te eleve
Enquanto apenas amas amar apenas
Que fulgor a alma que se encanta dos prazeres da vista que
alcança
No tratar a si que sempre alcança, na esperança, de ser o
amor que sinta.
O sol que alimenta desde dentro como quem pode tudo no saber
de amar
Há que encontre o caminho para unir sem ferir, para consolar
sem que haja dor
Como pode ser consolo sem que haja dor, a dor muito pode ser
no trato do desamor
Daquele que não se encontra como ser divino, e se apequena
nos egoísmos
Do que suplica aos céus assistência no perdão na graça mas não
se movimenta para alcançar no passo seguinte a conquista de si mesmo!
Não existe vitória sem os entraves das lutas intimas
Não existe graça sem que a graça alcance por seu saber de
alma vivente ainda
Na imortalidade de um poema que sejas lido na lida de quem
anseia por vida
Já que não a sinta que a tem por fato porque não aprendeu a
medir seus atos
Já que eles são a verdade da autoconstrução que labora o
amor dentro do perdão
A si por ainda não ter alcançado a culminância
De ser plena esperança que só concebe vida que se tenha
ainda
Nos passos vacilantes porquanto nas aflições é presa fácil
De quem se oculte no ócio querendo o céu de ser sem esforço
para esperançar
Na ação de amar o retorno progressivo em suas obras ao bem
intimo!
Não te esqueças oh criatura que tu te tornas no filho do
homem capaz de maravilhas
De tornar em continuada lida nos efeitos do amor que sintas
O amor que sejas enquanto colheita dos efeitos felizes
Se assim pesando todas as palavras e retirando delas o que
te sirva
E te encontrando em ti mesmo terei cumprido a lida
Do abrir da porta por profetizar o que podes ainda
Já que sois, observa-te
Uma alma que recebe almas
Simão de Keriot
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Antonio Carlos Tardivelli