domingo, 5 de junho de 2016

Verdade e espirito


Dia de aventura.

Certa feita inda criança sentia Deus em toda natureza e olhava a criação e as criaturas com os olhos da inocência. Não as julgava senão como a flores do campo que embelezam, no brilho de cada olhar a cismar na própria vida em suas atividades tantas que pareciam ter saber de ser.
Pobremente, adoentadas, algumas mentes desvariadas falavam de um criador em língua estranha o latim não entendia nem dizia amém, porque gritava a minha razão ainda na inocência que aquelas almas que pediam ao doador da vida com tantas preces repetidas e tantos ritos exteriores pareciam não conhecer ele de fato como se estivesse distante, portanto o meu amem em conjunto negava.
Quando não falavam em língua estranha que nada edificava, voltavam a vista a imaginação fantasiando como muitos ainda fazem sem contato com outra dimensão que não a que estão sentindo que vivem, embora mentalmente ainda gatinhem nos enganos grosseiros, falavam por sua conta de um inferno um lugar de padecimento eterno e foram tantas vezes que energia da palavra foi sentida que por envolvimento acabei crendo, eu anjo de inocente trato com tanto pecado introjectados que só merecia averno! Que insanidade.
Claro que a vida no correr do tempo a consciência desperta, o espirito de verdade esta alerta, não aquela de ser peso de débitos tantos desta estrada de escolhas entre caminhos retos e tortuosos, ensina a alma atenta enviada pelos céus a terra a discernir com pleno entendimento que existem elementos na natureza humana como a crueldade, a maldade, a incúria a veste rica em ornamentos enquanto a alma enegrecida resvala em erros incentivando enganos no entendimento.
Outras há entanto que trazem na bagagem coisas belas para serem apreciadas pois o dia de aventura por mais que dure termina quando o sol se por no horizonte que para bem entender é o ponto determinado pelo criador.
No dia de aventura, criança ainda buscava a agua límpida dos rios bem perto quando por certo descobriu minha alma o inusitado, a beira do rio caudaloso para meu tamanho, de corrente forte descendo alguém nele me joga porque eu afirmara que sabia flutuar nela. Claro foi um choque me sentir mergulhado naquele reboliço que não sabia se era maior fora ou dentro com o pulsar acelerado do coração e a mente me perguntando no mais fundo da alma e agora o que vou fazer? Morrer?
Claro que estando aqui no corpo sai flutuando nadando pela primeira vez.
E assim entre um choque e outro fui realizando o que hoje eu sou. Poeta, alguém que ama sem que se me espere na outra ponta ou como retorno amor em mesmo patamar de intensidade e verdade. Vezes sinto que o céu me mandou para o averno de ser poeta para de alguma forma mostrar a vida quem tem vida em quem ainda não a descobriu em si nem além de si compartilhando abertamente.
Pintar quadros assim é tarefa solitária, solidários entanto seres extra físicos se aproximam e como que em dueto, a três ou quatro traçamos juntos ora da minha mente ora deles emanados os pensamentos vão se somando tomando corpo de texto evidente vida para mim de dois lados do mesmo lado.
Logo para bom entendedor já que a proposta e ser de um dia que aventura que ligue os pontos as reticencias aspas e outras paradas do verbo que tragam respiro ao entendimento que o que se trata aqui por ser poeta é de um dia de viagem na aventura de viver. A vida é um dia na contagem da eternidade.
Tempo limitado pelo nascer do sol e seu poente como lei que não há desvio, entretanto ainda no campo de bem entender já que minha linguagem alcança patamar de abstração vezes angélica, com toda modéstia, os benfeitores do amor profundo e verdadeiro aquele que é a agua viva oferecida a mulher samaritana, nos preenche e nos tornamos apenas um, eu na dor de ver falta de amor de forma mais direta ate sentindo as vibrações da maldade na terra, e eles, anjos de consolação ensinando pela via da inspiração a confabular com os espíritos que desejam se inserir na letra demonstrando para bom entendedor que a vida continua mais além com muito amor.
Então a pergunta que não quer calar já que estamos aqui a confabular, o poeta, o espirito, o olho que seja dirigido a pensar com a gente. A vida pode ser um dia de aventura onde se podem entregar as sombras da loucura porque o que se tem de fato tem diferente peso do que se pensa ser sem entender a própria aventura de um dia da tua eternidade.
O que somas nos instantes amiúde vão sendo de luz ou sombra de bondade ou maldade escolhas que fazes então não há reclamo justo quando estando noutro campo onde poderias mergulhar na luz da alegria de reencontros com afins que te beneficiaram com lições de suas vidas e ida pela eternidade mergulha entres seus pares de maldade, perversidade e egoísmo ai o abismo entre nos e tu é intransponível!
Como diz o Cristo, repetindo o espirito de verdade que esta em ti, corrige agora teus caminhos, aperta o passo da bondade esquecendo a indiferença, seja a diferença para quem precise do que tens agora porque quando das no teu dia de aventura caridade pura mesmo que seja pouca não tens como saber que somada no retorno com a alegria do Pai amoroso por teres escolhido seguir por suas leis, note, escolher já é estagio de maior consciência, te  retorna em algo indescritível que quem mancomune-se com as sombras não pode ver!
Sentir seu ser, observar no dia de viagem num vislumbre da eternidade que o caminho começou por fato, no mergulho do rio, no abraço da mãe, no carinho do amigo, na frase aparentemente perdida que te caiu como uma gota de luz a clarear teu caminho.
Então medita na tua aventura, que seja de ventura, de alegrias sobretudo que aprendas com as estações que são impostas por eternas leis, que mudas como a semente que germina vai se desenvolvendo se torna planta flor que embeleza e perfuma deixando a terra como alimento os frutos do teu discernimento que se educou no amor.
Logo pensa, chegou ate aqui então sinta.
Sois criatura divina vivendo uma experiência dentro da eternidade


Espirito de verdade.

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Antonio Carlos Tardivelli