Transporta para alem da dor
Anuncia futuro que só pode ser sentido
Credita a si força de auto superação
Traz-se no coração - alavanca o melhor sentimento.
Não é fé o que de Deus se espera
Sim a que acessa, ela, força divina todos tem em si!
Porque daria o Pai pedra
Se pede o filho pedaço de pão?
O pão do entendimento
Da liberdade dos grilhões da ignorância
Ter fé não é esperar que divino faça
O que nos ofereceu ferramentas precisas.
Não é esperar o céu agredindo a vida
Com mágoas e desalentos contagiantes
Perceber a morte e não sentir existência além dela
A fé por ser divina tem ciência. Consciência
De que o céu está onde seus filhos convivam
Na liberdade de amar servir e crer em qualquer dimensão
Que o mundo se renova a partir dela mesma
Em si no outro e que tudo no universo esta certo!
A fé faz ver além da forma de dizer ou escrever ler
Tem vista para além da dor, da fome, da miséria.
Sacia a sede do sedento é consolo ao desalento
Trata tudo como preciosidade divina. Dor ou alegria.
Desde o charco canta louvores
Porque sabe que virão as flores e seus perfumes.
Na dimensão finita olha os céus e reconhece
Ah tantas são as moradas celestes!
A fé faz constatar que o Pai nos oferece.
A vida como lapidar de uma pedra bruta
Pelas ferramentas da vontade, da prece.
Da sincera opção pela verdade.
Quer ela nos mostre a rude prova a ser superada
O constante trato do bem maior no amor a si
Vestindo a luz possível que se tenha agora
E acreditando que após tanto presente o que nos espera?
A fé nos leva a crer diante desta imensidão
Diante da existência do nosso próprio ser!
Num corpo transitório onde pensamos ter
Que o divino Pai não só nos fez para depois morrer
A fé nos faz encontrar a razão de tudo
Do infinito ao grão mais pequenino
Da nossa própria dor neste caminho
Mostra-nos a verdade tal qual somos e o que seremos?
Indica-nos por ciência precisa
“Que Deus é por nós o que será, pois contra nós? “
A fé então recepciona o pão celeste
Sem ela levamos pedras por nossa própria conta.
Antonio Carlos Tardivelli