terça-feira, 15 de outubro de 2019

Elementos dispersos


Nas forças da alma os elementos se unem e interagem, pensamentos e sentimentos dispersos, como se buscantes na imensidão, o entendimento do próprio ser, como estou aqui e agora, já que não me fiz a mim mesmo, serei obra do acaso ou quanto e muitos falam de um soberano criador. 

Parece logico e coerente que alguém me fez ser vivente, a outra opção é que o universo, as galáxias, os infindáveis mundos orbitando pela imensidão, parecendo corpos dispersos em um grande vazio, oscilando entre sua duração por eras, depois se consumindo em choques de estrelas!

Como pode ser tudo obra do acaso? É ilógico já que ponto desta imensidão, com semelhantes dispersos a pensar e a sentir, nós existimos! Porque razão, de onde eu vim surgi com um proposito, certamente não meu desde a origem, desde que fui feito do pó das estrelas, por quem, certamente não pelo acaso.

Considerando as forças da alma, espaços onde o intento ocupa ações ao meio, destas ações as reações como choques dispersivos, parte de mim segue comigo outra de geração por sentir, pensar e agir acontece ao meio, provocando outros choques não vistos, interferências nos campos mais sutis dos que a mim se assemelham, desde o ponto de partida, simples e ignorante, reunindo elementos dispersos, por atração outros, tomando consciência do ser que me fez, ponto do universo pensante, por uma razão de muita inteligência, diria suprema sobre meu ser supremado.

Ai me encontro frente a mim mesmo observante, como tivesse diante de mim um espelho, observando o que tenho e o que me falta, já que por ciência tenho vista para o que é imenso, e o que é infinitamente pequeno, e eu o ser, sentir pensar e agir, tenho para mim que muito me falta ainda, para compreender plenamente as razões de minha própria existência, entretanto, vou juntando os elementos dispersos e construindo o discernimento, vendo que foram colocados a minha volta e em mim mesmo por uma razão educativa, auto construtiva, diferenciando-me de tudo o que existe, sendo único no universo, tendo dispersos pelas infinitas moradas para o espirito, em semelhança, a mesma busca de atingir tal plenitude onde por fim chegue ao objeto da procura, entender o que faço aqui e agora, porque dos presentes, do passado ressurgente, do que aparentemente surge como ideia de auto resgate em valores transcendentes.

Porque tenho que reunir em mim e dispersar como semear por terras outras, para que floresçam e tragam pela razão da ação efeitos, como um jardineiro de mim mesmo, oferecendo a possibilidade quando em ventos fortes tempestivos, que se me arranquem as sementes que se multiplicaram nas flores bem cuidadas em mim mesmo, expandindo os perfumes com bondade, e como fosse fonte, dirigida, conduzida por uma vontade que intervém embora a mesma ofereça  liberdade de escolher, isso é por muitos incompreensível, por onde quero ir, o que quero tratar em mim como cultivo, já que espero como se antevisse minha própria destinação. Em alegrias que sejam frutos, em encontros que sejam resultantes de perseverança, e quanto tudo tenha e compreenda, volta-me por efeito da vontade suprema, olhe o campo, observe quem procura, seja arauto em ventura, onde oferecer o próprio ser em renuncias, possa construir pontes entre os seres.

Chamai isso de amor, e quanto portanto me prenda essa lei suprema me liberta, já que não tendo posse de mim mesmo, já que a direção de minha existência é do supremo, me entrego em submissão, e modestamente posto em entendimento simplesmente aceito os presentes, sigo triunfante como se jamais pudesse ser vencido, como se os louros da vitória já tivesse em minha coroa, meu espirito exulta na vista desta hora, eu sou a porta para aqueles que procuram chegar a fonte, para que nunca mais tenham sede, para que olhem para as forças imensas do universo, que constantemente se torna diferente, mas observando bem do ponto que estou esse imensidade é como se visse Deus em sua obra.

E ao olhar-me novamente enxergo pela vista da alma os campos de flores e odores reunidos, pela lei de amor, dispersando onde possa, ser abrigo, ser esperança posta no futuro venturoso, sem as sombras do engano, sem as sobras dos preconceitos, sem que me ufane  de ser e ter toda verdade, porque toda verdade é Deus, o supremo que me pensa procurando e oferece encontro aos poucos como fosse um pai educando um filho e são bilhões de almas no educandário infinito.

Vindo deste amor concluo, entanto não explico senão em parte, já que vejo de forma embaçada e confusa, deixando ao longo do caminho as coisas de criança para que chegue a maturidade em meu espirito, vista a roupagem celestial, limpa de todas as imperícias, de todos os equívocos, de todos os efeitos das escolhas por mau feitos, redimido, salvo, feliz.

Que assim seja, pois assim será

Namaste









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Antonio Carlos Tardivelli