Acordei pesando meu silencio. E nele
ruidosa como sempre, minha alma é preenchida por gratidão.
Apesar dos pesares da vida qual
me tem como escola, antes que o sol surgisse, lá estava no meu silencio
aguardando seu ressurgimento.
Sinto que é assim a vida, ressurgimos
de nossas cinzas, até a dor a gente agradece pois ela é uma mestra, de que, se
fosse apenas ela não teria sentido ser, nem retomar os dias, gloriosos em todo
ponto de vista quanto se meça vida, entanto junto dela, da dor, que ensina, a
faculdade da alma que vê além da luz surgindo aos poucos, nos amanheceres, a mede
como passageira que é diante da beleza e grandiosidade de tudo o que foi criado
pelo provedor de vida.
O frescor, o colorir lentamente o
céu, as próprias cores repletas de luz e quanto há em saberes neste quadro,
quais muita vez a gente esquece, nos automatismos quais nos impomos, escolhemos
estar solitários em nossa solidão, sim, quando a alma se abate em desalinho com o amor divino, ela pratica
o desamor, razão da dor, por outra ,quando se lembra que para que a luz fosse refletida, os
elementos gerados pelo divino, que estão a vista, corporificam em nossa vibração
a alegria! Vivo e penso, logo existo!
Assim em meus silêncios provoco o
seu, para que se lembre de que a vida que passa é uma infinidade de presentes,
se pensas que tudo acaba, alerto-vos e tua alma intui que é assim, a vida segue
em amanheceres intermináveis, e como sabemos disso? Ah sabemos pelas faculdades
da alma, tão pouco utilizadas para perceber em nossos silêncios os ruídos no versar
de nossas almas imortais diante de nossa existência!
A vista disso, os presentes
certamente serão tão luminosos quanto luz de dentro seja mais que anseio, seja
ruidosa conversação com o espirito de verdade que está em nós, para que, no
correr dos presentes tenhamos vida plenamente, libertos dos grilhões de ilusões
auto impostas, como os automatismos presentes que nos fazem adormecer em nossas consciências,
do que somos, de onde viemos, e para onde vamos nos situar em vida sempre. Condição divina em perfeição nas criaturas de Deus.
Em verdade, não vos trago novos
tesouros de conhecimento, apenas palavras que te recortam e te mostram em algum
grau segundo vossa compreensão, o que tens no que te falta, teus movimentos
intuitivos para que se redescubra nos saberes dos amanheceres, de toda vida que
já viveste, em todo presente que te situas, com alegrias, tristezas, lutas
quais te superas, noutras que se deixa abater, entanto como a vida é repleta
infinitamente de presentes, olhar-se, reconhecer-se, medir-se pelo que se tenha
ou pelo que nos seja falta ainda, rumo a nossa completude de consciência.
De certo que não existem atalhos,
há os que recordam da beleza da existência, mesmo frente as provas, como se elas
fossem o despertar de nossas almas, em suas faculdades perceptivas de vida em
presentes luminosos cada vez mais, pois isso é presença da vontade de Deus para
todos, que sejam felizes, mas que não seja uma felicidade egoica, que seja
movida pela luz do amor que compartilha suas vistas de agora, porque ao
aparente final da estrada, como uma estada em campo transitório, nos localizamos
entre a luz de Deus que percorre o universo, e nas moradas que nos acomode o
espirito, vivemos as experiencias presenciando os fatos, a luz dos amanheceres,
dos saberes, da fé que se estrutura na lógica de lucides ascendente.
Quando criança ansiava estar a maior
proximidade possível de Deus que tudo fez, ignorava, entretanto, que ele está
todo tempo comigo, nunca jamais se distanciando no amparo preciso, para que minha
alma além da vista dos sentidos físicos, visse, por espirito de verdade sua
obra em mim mesmo. Como Khalil Gibran assevera na sua obra, o Profeta.
” Quando um de vós ama, não diga: Deus está em
meu coração, mas que diga antes: Eu estou no coração de Deus”!
Namaste
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Antonio Carlos Tardivelli