Visitando um sonho, torne-o teu. Se desejar compartilhe. Namaste Atualizado em 22 de março 2021 segunda feira
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Choro de criança
Havia um campo e nele uma históriaDestas que se conta à beira da fogueira.Noite fria lua quase oculta pelas nuvens mais escuras.Relâmpagos no horizonte, ventos fortes uivantes!João Roberto assim contava:
Tinha o menino que corria pelos campos, ria a toa, Brincava com os passarinhos, tinha amigos imaginários.Vez ou outra se isolava e até parece que com o vazio falava!Coi de doido seu Joaquim vendeiro comentava. Coi de doido!Mas vamos ver o que diz João Roberto quando conta de Pirim!
Pirim, que nome mais estranho para um menino tão pequeno!Magrinho que dava dó, como olhos grandes, pareciam saltar pra fora! Cismados.E quando olhava para alguém, dava impressão que via fundo, mais além!.Na maior parte do tempo ficava brincando sozinho.Pois ninguém eu acho, gosta, de que se lhe olhe por dentro.
Pirim era assim, criança alegre, imaginativa, vivia imitando passarinhos!E quando seu Joaquim confabulava bem baixinho, Coi de doido vai ali.Pirim imitava! Bem te vi! Bem te vi! Parecia Bem te ouvi! Seu Joaquim então grunia! Sai peste!E era assim todo dia de Pirim. Nunca se vira Pirim chorar.Tava sempre rindo, mesmo quando seu Joaquim dizia: Coi de doido! Ele ria!
Lá no monte das oliveiras, havia um campo a contar historia.Conta-se que tinha vindo um homem de porte belo, que pregava algo lindo.E Pirim que a noitinha se escondia lá na oliveira mais alta, ouviu tudo o que era dito.Viu em noite fria e escura, os archotes da loucura, pegar o tal homem!Depois disso ninguém mais viu Pirim! Evaporou-se!Seu Joaquim até ficou triste, pois se acostumara com as travessuras de Pirim.
Lá no monte das oliveiras em noites frias se ouvia um sentido choro.Que ninguém sabia donde vinha! Quem ficava a beira da oliveira mais alta mais ouvia.Até que um dia uma mãe que também passava chorante, se dispôs rogante ao céu.Como se chorasse também por alguém e aquele dia foi muito especial para Pirim!Era a mãe do moço belo, que tanta coisa bonita dizia! E ela rogava por perdão!Para tanta incompreensão tantas loucuras, tinham matado o belo moço que era seu filho!
Enquanto Ela chorava e pedia, Pirim ficou pasmo! Na oliveira que se escondia!O Moço que ouvira tantas vezes, como envolto em luz cegante. Veio socorrer a mãe chorante! E dizia: Mãe! Eu já perdoei!Pirim levou um belo susto nesta hora, pois o moço olhou pra cima e Pirim quase caiu!Olhou fundo nos olhos do moço e suas lagrimas e seu choro para sempre se calaram!Pirim desceu emocionado, abraçou o moço luminoso! E daquele dia em diante.Ninguém mais ouviu Pirim Chorar onde se escondia na Oliveira mais alta!
Pirim agora se alegra numa outra dimensãoviu as almas aflitas e espalhou o que sabia sobre o moço.Dizia dos belos olhos e da sua alma a mais linda como jamais vira!Quem quizer agora, que conte história, e se puder ser como PirimUm dia, subindo na oliveira, pode ver o moço chegandoe se quizer ser mais feliz, olhe nos olhos dele!e o abraçe!Ele ama a todos...
A.C.Tardivelli 14/3/2007
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Antonio Carlos Tardivelli