Despertar
Um sonho quando desperto parece que surge outro enquanto me
assombram muitos outros
Por medo digo que não quero enquanto o desejo me toma a isso
de anseio de toda hora
Sinto o fogo crepitante em minha alma vadiante pelo verso e
o frio por vezes gélido da indiferença de iguais
Grafo o que sinto agora, sem hora para termino. Pois a vida
do poeta continua verso após verso para todo sempre
Pois desperta minha alma para o alcance da vida que sinto, e
o que sinto é tudo que tenho muita vez em vida
Na palavra que vai surgindo talvez conte antigos segredos
para os olhos atentos, para os olhos que entendam o que oculto
Aqueles que sintam o que sinto e que contem como seu conto o
meu! Eis a síntese de ser um em um mesmo presente
Talvez seja assim que despertam as almas carentes por mais
afeto, mesmo sendo inconsequente anseiam o toque de carinho que não se cobre
por tanto
Mesmo que anseiem o fruto proibido e queiram se dar um ao
outro como abrigo se dão por fato quando despertam seus atos de acolher o outro
como acolhe a si com amorosidade
Afinal carência não foi feita para ser satisfeita, embora
tudo possa nem tudo me convém!
O verso ensina o comedimento e lamento de não ter
Pode ser doce o sabor do fruto mas amargar a alma em
arrependimento?
E há arrependimento na luz do amor mais puro em contentamentos,
não é feito de alegria só tristeza quando não tenho?
Ara o arrependimento me desperta para o bem que devo
reclamar para minha alma se não busco o afago de outra como ternura como
despertar a minha que procura?
Tenha querida alma uma paz em vida e se escolhes ficar a
sombra que seja porque o sol fustiga
Não seja feito de sofrimento só aquele que te ensina a
despertar na alegria!
Não desista de subir
pelo campo agreste a decidir quanto amor como agua jogar a terra
Pois ela fecundara outras almas com a aquecencia da tua que
se oferece como despertar prazeroso
Ela te respondera, a terra, com germinações em belezas
tantas que ao despertar como criança rirás muito por certo em tua inocência quando
ofertas o que sentes com querência do que sinta o outro e te expresse pode ser
em um olhar no silencio!
Ah felicidade de abrir os olhos e sondar meus feitos, uns de
paixões irremovíveis como é a amada proza em letras qual minha alma sempre
tenta, no campo da vida, o melhor efeito.
Já que desperto no caminhar a minha, outra alma toca com
palavras tantas, um certo calor desperta na que ama, ela geme por alegria do contato,
mas não grita por seu ato apenas silencia, saboreia o momento e recepciona a
fala de minha alma
Se te amedronta tal intensidade nunca minha alma pois ela, a
intensidade está em ascensão continua,
hoje o fogo que me abrase amanhã o vulcão em lavas que seja incandescência a
todo coração que ouse! Já que não ocupo do pouco que posso estar, em meus
sonhos quiméricos dirás! Insano não existe o amor deste tanto!
Mas acreditar na feliz idade que surge na sequência dos movimentos
do tempo é um dos saberes de minha alma querente. No frio de proximidade de
outra e quando no calor de um abraço então desperto, um sorriso largo se
apresenta no silencioso afago.
Olho no olho enquanto o sussurro surge, quase um verso louco
sem palavras ditas,, quase um soneto onde elas pouco importam O que vive dentro
é de um calor tão prazeroso que se não houvessem palavras para o dito, pouco
mudariam o despertar de almas.
Só o que semeio a terra eu colho, então porque não o abraço
caloroso a outra alma que queria o mesmo calor de vida?
Porque não sentir-se abraçada como fosse minha alma envolvendo
a tua ou a tua envolvendo a própria existência, te felicitando com o despertar
de um novo dia que se apresenta, louvando os céus pela divina presença dentro,
manifesta por sentimentos ao alcance de alguém, se chora seja consolo, se sente
frio seja o calor de alguém igual ansiando por abraço no silencio e quando
toquem as palavras como música sonorizada desde minha alma que te conta meus
encantamentos, te fascine, te enfeitice por poder de ser feliz agora.
E talvez, talvez apenas me oferecer o teu abraço como um
laço em desejos minha alma atenta recepcione.
Eis-me aqui a contar história oculta em mim mesmo, para que
vejas e sinta como sinto quando quero, se sinta abraçada (outra alma apenas)
por energias que não encontras senão explicação em ti mesma, alma amada buscada
por essa prosa não sem oferecer os perfumes de uma rosa
Sinta no perfume, a beleza que te espera ao despertar em tua
alma o que vivo está na minha
Assim seja
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Antonio Carlos Tardivelli