sábado, 5 de abril de 2014

O poeta

Meu vicio é amar.
Quando menino corria pelos campos amando a vida e não o sabia.
Deitava no chão sentindo os céus.
Mergulhava no rio, fugia da escola, não fazia lição de casa.
Dona Elida, Ambrosina, Lucy, profas. Que com amor me lembro
Ofereciam-me justa corrigenda.
Amava-as, entanto só a do segundo ano espiava entre os dedos eu fingia estudar.
Ela formosa, linda, meu olhos infantis a veneravam.
Tratei desde a infância de coisas profundas quando indagado o que queria ser quando crescesse, por um irmão seminarista, claro queria recepcionar mais um com desejo de ser padre católico ( Hoje sou espirita)
Eu respondi quero ser pintor. Ah mas o pobre não entendeu que  quadros eu queria pintar.
Percebe agora, que pintor eu sou e já fui um tanto criança que me lê a alma?
Chegou a aborrecencia, a descoberta do corpo, o pensar a vida, o pensar a morte.
Vicente perguntou um dia, Tem medo de morrer?  Pensei por um instante já no exercício de acessar o que sou, não, não temo o inevitável, seria uma tolice ter medo, todos vamos um dia voltar de onde viemos.
Na adolescência, um anjo me posicionou no valor da mulher. O corpo de homem aborrencente  ardia em desejos, ela me disse sem que ninguém a visse nem eu!, são suas irmãs me mostrando todas as mulheres do mundo, tomei o leme das energias que eram intensas, aquietei-as com meu espirito. O aborrencente amadurecia ali.
Parece-me que sempre fui mais do que pensava porque as pessoas que me viam queriam ouvir de mim para coisas importantes, como se eu reservasse no semblante, um anjo oculto que poderia oferecer respostas.
Amava papai, acompanhei toda sua jornada, abracei segurando, amei falando, compreendi , ofereci a vista de esperança que tinha papai amado.
Mamãe um dia me disse dos sinais do céu e onde eu poderia encontrar Deus.
Disse também aos irmãos da carne, ouçam ele, todos riram, Ele? o Toninho? 
Afinal que verdade tenho para vos oferecer meus queridos da família da carne, se não o que tenho sido no amor que sinto?
Agora no repensar essa jornada que me parece tão breve, são sessenta os lustros, fico a meditar sobre aquilo que sinto e sou, o que viam em mim e sentiram que eu era, as respostas para minha busca que não cessa.
Encontrar comigo mesmo a cada passo do caminho nesta vida.
Dividir com amor meus encontros e desencontros, fazer historia, ser a diferença na vida de alguém, como mamãe foi na minha, tia Carlota a pequena lata de arroz que não acabava no lar humilde que nos abrigava parece milagre dizia tia Carlota, professoras do primário, tanta gente que citando algumas outras tantas de inesquecível lembrança, deposito de coração em pensamento ao amor e proteção do doador da vida com toda minha gratidão..
Meu vicio é amar, e espero poder realizar o amor para além deste caminho.
Não sou mestre, sou aprendiz.
Tomo o que me cabe e sigo aquele que diz.
Vem, te espero desde sempre...


Antonio Carlos Tardivelli

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