Porque me abandonas...
Como se tivesse dado tudo para o sonho do serviço e acordado
Antes mesmo de conclui-lo
É como chegar a porta e não poder entrar ouvindo o ruído de
festa dentro
É como dizer do sentimento e ocupar-me de um grande vazio
Como se o sentido, o norteio, o rumo tivesse por perdido.
Quem ouve as dores da alma de um poeta entristecido?
A não ser que seja para que me faça em alegria novamente
Tome novo rumo e quiçá desta vez a acerte e nada espere senão
viver
Viver o sonho novamente, ter a frente da vista a flor antes
do fruto
Ser na alma a certeza calma que os propósitos de construir o
sonho seja certeza, encontro, entrada depois do sonho!
De que valeu a pena cada espinho do caminho e chegante a
porta possa entrar por sorte
Ah meu suspiro de alma é profundo, porque diante de mim não existe
mais tempo
A terra já reclama a posse do que é dela e o espirito não sei
para onde sopra.
É como estar em uma estrada sem saber para onde ir sem mais
sonho pra viver
Como um que se descobre delírio e nenhum delírio vale a pena
Asserena-te oh diz a minha alma, como se minha essência soubesse
para onde torna
Que fatos terão importância agora senão a vida que segue em
frente pois tudo passa ate viver um sonho e acordar em outro?
O momento de estar poeta de ser no verso sua melhor vista de
ser no amor o melhor do sentimento
Quem pode entender a amplitude nos conflitos de um poeta senão
quem fez o poema poeta
Como um canto de vida que toca outras com cordas vibrantes
da harpa vida no silencio!
Como um som que surge dentro distinto em um berro estridente
e diz que é gente, está escrito!
Não! Não! Surgiu um sonhador em vida em meio a dor
É como um gemido no silencio e quem escuta o lamento do
poeta?
Quem pode lamentar comigo a pouca sorte e a dor que não cessa?
Quem tem amor de quem ama, quem compreende que ama? Quem acompanha
meu canto?
Porque todo desencanto sempre precedeu a alegria como se a
tempestade quando cessa
Vem a harmonia? E pergunta fosse respondida num jorro de
energia que felicita!
De certo que neste canto dolorido em minha alma ninguém queira
estar ouvido
Porque o canto entristecido do poeta não há quem queira ler!
Então já que abandono porque ser poeta? Se não tenho já mais
a vista do sonho
Da porta podendo entrar e sorrir na festa?
Porque sorrir se tudo o que se sonha de enobrecido poema só
é notado
Pela anotação de que o sonho termina e a voz que dita silencia?
É como se virasse a pagina e outra devesse ser escrita, é o
sonho que termina para dar lugar a outro?
É a vida de um tempo? Um sonho no eterno? Vista de sempre
que procura?
Ah me parece loucura ser poeta, estar no sonho e não poder
entrar pela porta da alegria.
Não aquela fugidia, mas a que fica entretendo de energias
suaves em encantamentos
Quase que entrando pela porta que seja paraíso onde é o paraíso
de um poeta?
Será que existe, será que é sonho ou tudo o poeta imagina!
Talvez tenha terminado a procura e se me abandono na
tristeza ela só aumenta
E meu desejo, meu sonho, meu querer é cobri-la com a mortalha
e deixa-la!
Não como herança a quem fique, não como histórico de lagrima
para ser dor
Em mais ser poema, sem mais ser poeta, sem mais ser sonho de
entrar pela porta.
Talvez quando terminar por fim de acordar encontre a
resposta que procuro
A pergunta do abandono, quem me abandona primeiro serei eu?
Será que importa a porta o que levaria depois dela, a sensação
de ter terminado em vida a história de um poema e um poeta solitário que definha
será enfim o ser ouvido no ser lido que será ser depois do abismo?
Outro conto, outro poeta, o mesmo? Não! Nunca mais o mesmo!
Comecei com um sentimento de abandono, de solidão em ser
poeta
Termino no abraço da esperança, pois tudo passa, um segundo
é apenas conta em ser poeta sempre.
Hoje é apenas a lição de ser presente, a mim, simples
assim...
actpoeta@gmail.com
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Antonio Carlos Tardivelli