sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Da corrente de Maria de Nazaré

Qual verdade ainda há por ser dita?
Se o homem houvesse entendido que a vida é eterna
E que sendo eterna, por sua própria escolha vadia ou é operosa
Saberia que o certo do que virá hoje se planta
Como quem constrói a própria felicidade futura na própria Terra.
Ah mas só experimento dores!
Porque será, pois que choras hoje?
Não fora por ação no seu passado reagindo agora!
Se te conto por verdade o que trago do espirito
Por vezes não conta como algo que o outro deveria por dever?
Mas não a ti se na dor vicejas? Compreender por quê?
O que aconteceria se dentro da harmonia da água se lhe acendesse chama?
Não entraria em ebulição o liquido e em vapor subiria as nuvens?
Não é verdade certa que antes da chuva o calor a elevou as nuvens?
De certo que verdades não ditas ainda sobre a vossa origem
Vossa vista hoje suportaria? Não se fecharia afirmando é mentira?
Afinal se muito atribui às más personalidades externas e ao bem também
Quando por instrumentação segura deu-te a vida momentos preciosos
Mas se fazes pouco caso do que tens agora
Por ventura acrescentas leveza para que às nuvens te eleves?
E caias como é vosso desejo, água preciosa saciando a  própria sede de verdade?
Ora se o céu não acorda dentro o anjo fica adormecido!
Ah direis não sou anjo, antes bandido.
Não o és eu digo porque só há sombra onde a luz de dentro não cintila!
Que verdade é essa que me trazes diz.
Se prisioneiro das aflições na vida, não descanso, só sofro.
Ah mas se trouxesses o que liberta dos grilhões do ego
Fervilharia teus sentimentos em caminho  que o céu de dentro desperta.
E olhando a nossa lida como apenas verso congelarias nas prisões do ego.
E não descobririas qual verdade ainda há aqui dita.
E cabisbaixo sem saber se sobes, voltaria a terra como ser sedento
Olhando para os céus de fora, olvidando o céu de dentro.
Se queres verdade que ainda não te amadureces para retê-la
Como haverei de oferecer-te para que entendas?
Se as da terra vacilas como vos haveria de oferecer as celestes?
Acolha agora no presente que te movimentam os anseios no que possas
E talha no tempo ao novo que renasce fervilhante em amor
Ai quando subires bem acima olharas os abaixo sedentos
E como contas diamantadas do amor que tenhas
Lhes oferecerás a alma o alimento na tua vista do amar que sintas.
Se o cultivas dentro há de ser por amor que renasças.
E o céu que trazes despertando o anjo dormente
Ofereces então Como teu que sendo também meu te ofereço.

Chamai-me Amor

Da corrente de Maria de Nazaré


Antonio Carlos Tardivelli

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Antonio Carlos Tardivelli