quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Ponto de partida, porto de chegada!


Vida que se tem.
No campo das aspirações mais enobrecidas, vibra nossa alma com intensa alegria
Nas circunstancias os fatos se encadeiam tomando corpo uma história a lembrança
Os dados reservados, segredos não contados, amores ocultos, amores pessoas, flores que se tornam frutos
Na vida que se tem, na lógica que se sente corpo , enobrecidos ou rudes formamos nossa história depois, ah depois!
Colocados em quarto sob penumbra com um espelho ao centro, espelho dos quatro lados
Se nós negamos na construção da nossa história a ler o campo da construção divina
Na vida chega a hora em que não nos podemos mais nos furtar de avançar, compreender mais
E não importa a nossa posição neste cômodo, em canto que nos coloquemos temos diante da vista o espelho.
Por fim ao correr do tempo, neste comodo e como se não contássemos,  nossa consciência tomando rumo, prumo, harmonia, olha para esse espelho
Avaliadores, juízes, executores, amparados pela providencia nos olhamos e medimos o quanto já somos vida.
Aquela de nos ocuparmos corpo passou a ser história , não as obras, não cada ato, nos conta o espelho é a historia de agora. 
Sem ocultar nada, vemos quando infantes, na natureza da madureza as escolhas que fizemos, tudo se apresenta.
Alguns descrevem como um filme sendo passado, na verdade são vida que nos fizemos e nos ocupamos dos efeitos em nos mesmos.
Por isso por algum tempo resistimos a olhar para o espelho, temos coisas ocultas que não queremos lembrança
Do bem não feito, do mal feito, e raros os que são misericordiosos com o pobre do espelho, preferem que a justiça seja feita.
Que pague, mas que a cobrança seja branda, suplicam, se possível estar em paz, já que o espelho também mostra além da face ocupada em julgar-se, auto avaliar-se, por vezes com sentimentos de culpa paralisantes, noutras por experiencias ocultas o amor que não tornamos fato, vivido, expressado, tomando vida emprestada em cada ato. E nosso futuro já que deixado o corpo estamos frente a frente aos nossos atos, como frutos em um galho, ou a ausência deles na justa medida da figueira que secou!
E não há desvios, mesmo que queiramos, e esse querer não nos ver é angustiante, melhor enfrentar os fatos, sentimos e pensamos, mesmo que vendo na construção de vida a desconstrução da alegria que deveria ocupar-se com risos  fartos o momento de olhar-se, e gostar-se mais ainda.
Parece, quando neste cômodo por vezes repetidas, que não temos jeito, endividados com o bem e o amor olvidados, as mascaras caem diante de nós mesmos, não podem ser ocultadas as obras que realizamos, ou a negação da execução do bem, colocados ao nosso caminho por orquestração divina, as respostas foram dadas por nós a tanta vida, e neste momento de nos olharmos o que fica?
Do ponto de vista de quem anseia a angelitude, e todos anseiam, com diversos graus de consciência sobre isso, se apresenta a nossa vista a distancia disso ou a proximidade, na distancia olhando para o espelho visitamos a próxima trajetória, em orbes escolas que se nos aprimoram, se quisermos, podemos ser omissos, ociosos, displicentes, caluniadores, maldosos, egoístas, orgulhosos, e essas qualidades de sombras nos afetos em vida, terão que ser revistos, os caminhos onde influenciamos ou ate desviamos do bem outros, no espelho, a sentença já foi dada, só nos restará olhar  e reconhecer em nossos feitos a justiça divina.
Ninguém a nos apontar o dedo, nenhum juiz acima orgulhoso dos seus saberes, ostentando o martelo ruidoso, o brado da sentença segundo a leitura que fizemos será sempre de nossa consciência, deixamos nestas letras, um tanto de passado, de presente, de olhar mais a frente e sentir-se, quem se queira, onde se apoia nosso discernimento, já que a vida que nos é oferecida e olhando para o espelho vemos que não se finda.
Apenas deixamos uma experiencia a mais no nosso histórico, e visto que precisamos rever, analisar, resgatar a nos mesmos, corrigir os efeitos danosos que nossas ações trouxeram em suas expressões no tempo, é justo que, ao termino do dia em atividades construtivas, olhemos a obra que fazemos, ajustemos os elementos organizando para um novo dia de trato no trabalho em nós mesmos.
Chegará um dia, e pode ser hoje, agora, neste instante, ao olhar para o espelho rogando a nossa consciência que tenha atingido a compreensão, vejamos o ser luminoso que somos em nossa essência, tendo de um lado a asa distendida abraçando com amor a toda obra, de dentro brota outra igualmente luminosa a da sabedoria, que trata a existência pela vista da imortalidade, a obra de Deus é perfeita e nosso destino é:
Do ponto de origem: Deus, ao ponto de chegada: Deus.
Namaste




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Antonio Carlos Tardivelli