A pagina da espera.
Quem espera se alcança se alegra um tanto
Porque a espera sem esperança não pode ser espera produtiva
Mas a esperança quando se pensa nela, e vida se escoa, somos
passageiros
Então será que deve ser fixada no passageiro tempo?
Mas o que esperar depois de viver essa viagem?
O céu, o paraíso, o inferno e seus demônios?
Quando a espera raciocina e pensa, e que maravilha pensar
discernir!
Olhando o céu sentindo a imensidade quem criou tanto e insondáveis são muitas coisas
Não geraria para o grão o inferno nem o ócio eterno! Porque o inferno seria crueldade e ócio inferno!
Então o que há depois da viagem já que os mortos voltam?
Na pagina de espera, no exercício do pensamento, claro,
voltam.
Já que não estão mortos, foram passageiros como eu estou
agora.
Se não o céu será utopia inalcançável e inferno certo porque
não há maior tristeza
que permanecer assim pequeno como sou e se isso fosse infinitamente seria um
inferno!
Já que penso, logo existo, e reconheço a imensidade, logo
busco a verdade.
Bato tanto que ela se abre, e olho pra dentro sem medo de
ter esperança.
O que vejo então, é que a vida continua além da vida é a única explicação
para que eu exista agora.
Eu que penso sinto esperança ate falo dela numa folha antes
branca!
Com vista que tudo continua mais além uma cortina se abre
para quem quiser ver.
Se o inferno existe, esta dentro não fora em fogo
inclemente
Porque a ardência maior será o bem não feito, a amizade não cultivada que leva a solidão e ao isolamento, e
pelo que sinto existimos juntos neste firmamento, bons e ruins, isso é, quem realiza escolha felizes e aqueles que fazem a opção pelas infelizes.
Ah mas inferno então existe? Se a consciência pode ver o que
não fez por si de bom, se pesar sua construção intima e essa lhe revelar penúrias
morais, poderá ocupar espaço de consciência livre e feliz para ate medir de
forma abstrata o céu que realmente existe? E que se leva dentro?
Claro que se perde em angustias e sente-se no averno, triste
sintonia que um dia deve acabar porque não existe canto escuro que não seja preenchido
pela luz da essência que divina, pulsa em todo ser que pensa.
Não é o corpo que pensa! É o espirito; o corpo nada mais é
que o veiculo manifestativo do pensamento do espirito! Assim como a pagina antes foi branca agora tem o escrito pelo espirito.
Logo se eu for depois da
viagem como um sem corpo? Como será ser?
Serei o que pensar. Logo, melhor construir no campo mental
utilizado por meu espirito, construção de esperança, de paz, de alegria, do bem
feito para que a minha essência não reclame, não se ache na maldade nos apegos
doentados ao veiculo da viagem do espirito que chamamos corpo físico!
Assim, o céu ou o averno já se leva dentro quando se escolhe
plantar para quem queira sentir numa folha que antes foi branca, mas que na
minha viagem pude com ela descrever minha esperança.
Posto que se a vida não
continuasse, ser poeta pra que?
Toda letra vai ser perder no tempo, será esquecida, não mudaram
as maneiras de se manifestar o pensamento pela escrita desde a primeira pedra
lascada?
Não existe um grande numero de linguagens? O que fica então?
O que se leva pergunto a esperança que vive em
mim.
Depois que se transportar de mim para ti, para tua consciência,
já não será só minha, vai ser viva em mim e em ti, e quando ela ofereceres para
alguém, seremos três, e quando os três oferecerem seremos nove, e nove vezes
nove serão 81 e assim em crescente a esperança um dia sera de toda gente.
A verdade liberta sempre.
Antonio Carlos tardivelli
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Antonio Carlos Tardivelli