Em um dia de nosso senhor, jovem ainda rogava aos céus iluminação para seguir sem tantos tropeços,
culpas em sua jornada.
Atento aos sinais na existência sua essência interagia com
tudo o que lhe era colocado no caminho, pois considerava sagradas todas as
coisas.
A perseverança era sua marca característica, muitas vezes
sem deixar se abater com as decepções da ingratidão, da malicia, da maledicência,
travava intensa luta com forças muitas vezes desconhecidas, a favor de quem
sofria.
Nos processos de perturbação espiritual sempre como
instrumento dedicado abria-se para o mundo maior buscando elementos para a assistência
justa, dentro dos parâmetros orientados por essa vontade maior dentro de si mesmo.
Nos pequenos tropeços da vida, quando reconhecendo enganos próprios
de mentes atuantes em si mesmas, procurava inspiração ou orientação precisa
para devidas correções interiores.
Aplicando-se no campo afetivo, pois a todos entendia sagradas creações de Deus, buscava
servir sem olhar a quem, jamais julgando e confiando que a providencia sempre
traria lições que provocariam o despertamento necessário para ajustes diretivos
urgentes.
Nas rotinas diárias empregava todo tempo para impor-se auto disciplina as
menores tarefas posto que se sentia responsável em dar de si como resposta
divina a todos aqueles que o procuravam, aplicando-se a orientar segundo a
crença religiosa que abraçava.
No rigor da prova mais difícil aceitava paciente as
dificuldades do caminho pois sentia que cada uma delas era movimento da vontade
divina na sua própria direção.
A todo movimento de dor, encontrava razão para dizer da
esperança, quer para aqueles cuja crença humana os julgava perdidos para
sempre, num fogo sem fim, ou para aqueles cujo grau de entendimento não conseguia
ainda pelo seu mental pouco utilizado, compreender que a vida é preciosa
oportunidade no tempo para aplicações praticas de tudo o que era direcionado ao
doador eterno como pedidos para pendências, necessidades, entendimentos.
Achava-se adoentado a ultima hora, em seu momento de
passagem desta vida para a existência eterna, úceras diversas recobriam seu andrajo fisico, mesmo
assim, seu espirito não relutava e pedia iluminação ao divino provedor da vida.
Dores atrozes o acometiam e os circundantes apesar de todo
tempo sua postura ética ser inquestionável, maldiziam-no como a um imprestável pecador
colhendo o que sua maldade plantara durante os dias que Senhor da messe lhe
concedera.
Por considerar a essência divina em cada ser, pensava
consigo nestes momentos cruciantes, O mestre maior, antecedendo ao martírio , e
já posto como cordeiro divino, fora aviltado, injuriado, cuspiram-lhe na face pura,
mesmo assim disse em ultimo suspiro do corpo fisico, Pai perdoai-os eles não sabem
o que fazem.
E assim deixa o corpo fisico repetindo as mesmas palavras
para aqueles que o julgavam estando ele no leito de morte.
É de pasmar a alma humilde e branda em sua luz quando do seu
retorno.
Aquele ser que era pedinte pelos outros e a si só pedia iluminação
para entender as próprias dores, chega a porta celestial com tamanha luz tomada nas provas, que a sua simples passagem
provocava respeitosa referência.
Chegada a colônia de onde partira para a jornada física, o
diretor responsável o recebe com um afetuoso abraço. Ele ainda roga ao distinto
operário do Cristo que o auxilie no encontro com a iluminação pois a sentia
mais urgente ainda como ferramenta necessária ao auxilio fraterno.
Com lagrimas nos olhos, e um perceptível respeito a criatura
diante de si ele responde, vá meu amigo ate a sala adjacente alguém esta a lhe
esperar.
Ele humildemente aceita a orientação e agradece dirigindo-se
a sala.
A porta se abre ele adentra, e la o aguardava uma figura
singular, toda de branco, com longos cabelos castanhos avermelhados pendentes
ao ombro, vestes longas brancas, uma cinta de cor dourada cingia-lhe a cintura.
A primeira vista seu sentimento indagante naquele instante
diz a si mesmo, quem será que me aguarda?
O ser vira vagarosamente ciente da sua expectativa e dois
olhos claros que lhe penetravam profundamente em sua alma faz com que em um único
instante reveja toda sua jornada na terra.
Cada doente que assistiu cada esperança que levou, cada
momento de auto correção, cada caridade praticada, cada obssessor esclarecido
por seu generoso exemplo passava agora neste instante diante de si como um
filme.
Estava ele diante de Oxalá.
Que se lhe sorria e lhe disse filho meu seja bem vindo de
volta.
Ele descobre com indescritível felicidade, que Oxalá estivera a seu lado todo tempo iluminando seu caminhar para que ele pudesse também
ser luz para o mundo.
Então vê a si mesmo como é conhecido
e pede nova oportunidade de trabalho para renovar as
esperanças dos mais desditosos.
Como resposta lhe é indicado um mundo feliz como estagio de
aprendizado e aperfeiçoamento precedente a próxima tarefa.
Ele renasceria na terra, como Francisco de Assis.
Benjamim Sharan
Antonio Carlos Tardivelli