Eis-me aqui que queres?
Ouvir-te de novo...
Com que propósito não te dei o suficiente?
Sim, mais que suficiente, mas me sinto só.
O silencio então se fez longo para que repensasse meu
sentimento.
A solidão pode ser sentida em meio a uma multidão de almas
que silenciam
Quando a voz que as chama não se propõe a ser força
esperança caridade.
Para as almas todas que crêem em Cristo sempre presente
Ouvi-lo é uma dádiva divina, senti-lo uma conquista dos séculos
Porque quando o sinto em mim
redescubro não ando jamais sozinho
E se posso concluir sua presença em fatos e circunstancias
relevantes da vida
A esperança se instala enquanto passo a transmiti-la a quem
dela esteja sedento.
Deus é único e seus enviados não poderiam ser diferentes,
vestem as túnicas imaculadas da simplicidade, da compreensão do outro e para o
outro sempre dirigem seus sentimentos maiores, que curam feridas antigas.
Minha alma faz-se ouvidos em cada composição sutil do meu
espirito, enquanto viajo pelos caminhos da vida, percorrendo sonhos antigos de
liberdade plena, de compreensão maior, de auto motivação para a essência que
vibra generosa dentro de mim, preenchendo minha alma de indescritível goso.
Ser do Pai sempre presente urge que ouça minha própria alma
em sua essência e me redescubra como filho que sou Dele.
Vezes em coro minha alma se junta a outras numa só vibração de
amor pela humana idade.
Em diversos níveis todos se encontram me dizem umas e outras
e a compreensão da própria essência faz ver Deus em tudo e
em todos.
Não vemos a mágica do artesão oculta na perfeição da musica
trazida por generosa e talentosa alma. Pois Deus é o artesão de ambas, se
oculta em nós para que o descubramos e
o sintamos como filhos gerados pela sua mente divina.
Logo, não andamos sós, passamos por períodos de silencio
para repensar nossos sentimentos, pensamentos, amores e desamores.
E quanto mais vozes ecoem dentro de uma diretiva eterna
mais próximos estaremos de por termo no ego que nos cerceia
a vista verdadeira.
De nós mesmos, tal qual somos
Logo, mesmo agora, o que sentes? o que procuras?
Já que não esta distante, esta dentro, sinta...
Eis-me aqui o que queres?
E no aquietar da minha alma respondo
Que seja feita a sua vontade.
Ela já se fez quando te pensei a voz dentro de mim responde.
Quem poderia me tirar o verdadeiro, a solidão, o medo?
Não, não, meus algozes íntimos se calam
me repenso como filho e agradeço
pela dádiva do presente
pelo roçar das brisas quentes
pelas noites estreladas
pelos raios e as trovoadas
pelas nuvens prateadas e douradas nas tardes primaveris
pelas minhas mãos que escrevem
pelos olhos teus e os meus que lêem em nossas almas
Ei-me aqui, o que queres que eu faça Senhor?
Já o fizes-te
E por fim a solidão se desfez, em um goso indescritível
De paz harmonia e alegria que o Pai generoso e guia
que pensou o momento seqüente e deu-se como presente
Dizendo, estou aqui, o que queres que te faça?
Senhor que eu veja, que eu veja.
Antonio Carlos Tardivelli
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