domingo, 29 de junho de 2014

Humano porém Divino.

Descobrindo Ser.
Em viagem introspectiva, volta-me mamãe me retendo em seu abraço.
Éramos seis e ainda estamos embora ela já tenha voltado pra casa.
Lembro das brincadeiras da escola, do costume de pegar os colegas de surpresa na hora do recreio, do Vicente que me perguntou se eu tinha medo de morrer.
Ara Vicente, nem de viver eu tenho medo e a morte veja bem, faz parte de uma lei natural da vida que nos foi emprestada. Se juntarmos as letrinhas veja bem (Amorte fica mais ligada a essencia Amor que todos levamos dentro)
Lembro de Ambrosina meu primeiro amor, professora do segundo de escola, repeti com dona Lucy, mas como amava Ambrosina, tirei em primeiro lugar o ano inteiro, e sentia uma alegria imensa quando ela botava meu nome no cume de um quadro das melhores notas da prova.
Quando seus olhos brilhavam olhando pra mim, e me dava um lápis, uma caneta, um caderno como prêmio, como se eu precisasse algo mais e o amor descobri ser em mim na minha essência, algo de divino acervo criado por Deus.
Da morena da fila para entrar na classe, meu segundo amor, da Bete de Londrina, Josedina não gostava do primeiro nome, amor platônico, coisa de poeta nascente na aborrecencia mas jamais esquecido.
Descobrir ser em cada momento é algo magico intransferível.
A primeira bicicleta usada para ir ao trabalho.
Os estudos a noite, as noites frias caminhando de volta pra casa, ate que um dia, como esta escrito nos anais eternos do pensamento divino, Ele me deu saber que sou uma de suas ovelhas,
Foi e é ainda o movimento magico de ser mais feliz da minha existência.
Saber que Ele sabe de mim, não por voz doutros, por ensino literário, religioso, mas por vivencia que Ele, Cristo, me deu.
Poeta adormecido, como se já o tivera sido, contei meus versos e prosas no tempo que me deu por empréstimo, e contarei e cantarei os contos que ainda restam, por contar, por tempo que me der aqui e para onde me enviar. Ou voltar pra casa, quando o determinar.
Assim é o que nasce do espirito, não sabe de onde vem nem para onde vai.
Se bem que ser me deu, sentir permitiu, discernir educou, logo minha fé que raciocina  sabe não mais apenas crê, que Nele há vida e vida além da vida num patamar muito mais intenso e feliz que aquela que sinto agora.
Ser então é algo magico em cada momento, e único, ninguém os viveu por mim, ninguém escolheu por mim hoje eu sou o que meu Pai me instrumentalizou a ser.
Meu arbítrio escolhe estar nele, em cada som que minha alma tenta, pela letra pelo verso pelos quadros que minha alma pinta no verbo que surge como num inspiro mistico e magico enquanto o traço como se  pintasse quadro, para que alguém em semelhança sinta.
Viver é algo lindo, com toda tempestade e dificuldade do caminho.
Viagem que ninguém realiza por nós e que ninguém pode tirar ou acrescentar méritos se não nós mesmos.
Somos como artesãos, escultores do campo da nossa intimidade.
O tempo como escola nos ensina a descobrir ser aos poucos.
Não somos o corpo que nos foi emprestado por um tempo.
Não somos a impermanência mesmo nela estando.
O que encontrei em ser a descoberta em mim mesmo.
É o que sinto e trago pelo verbo.
Divino porque antes de surgir meu primeiro pensamento
Aquele que diz ao meu discernimento, que é Meu Deus
Assim me fez.
Humano porem divino.


Antonio Carlos Tardivelli

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