Nas pegadas do Cristo.
O que sinto é o que
trago e sou aquilo que sinto
Logo o que percebo o que entendo no que sinto e o que creio
me move.
Não que eu seja perfeito seguir nestas pegadas não é pra
quem vê longe
Mas para quem só consegue enxergar o chão e os próprios pés.
Os sãos não precisam de medico.Mas os cegos para verem sim, os surdos de ouvir sim!
Para quem se descobre doente da alma pelas dores que sente
Porque a dor nada mais é que remédio que cura, eis o que
espera a esperança.
Agora endoideceu, dirão, a dor remédio que cura?
Se o olhar estiver preso a terra, que recebe o corpo então
não há cura pois os vermes o corroem e ele volta a ser pó que é dela. (Mesmo que por nossa vista de agora seja pó das estrelas)
Mas se por pegadas entenda e que a cruz que levo é meritório
resgate de um tempo que me foge a lembrança, por caridade divina, do que fiz
porque fiz onde fiz não me lembro.
E que a vida além da vida espera aquele que hoje
por cego se toma, porque a todo que bate se lhe abre, ao que procura
encontra, então e esperança que espera encontra.
Olhando os próprios pés desta
forma, outra vista por certo terá diante de si.
Outra vista terá das pegadas na
areia. Aquelas primeiras descritas no colégio católico.
Onde nos momentos difíceis, onde
eu mais precisava, veio a agressora da esperança tentando demovê-la de sua
certeza. Onde estavas nos meus momentos mais difíceis, só vejo minhas pegadas
na areia.
Olhe de novo para elas filho meu,
responde o Cristo, percebi que aquelas solitárias eram mais profundas, alguém carregava
um peso. Era ele disse, me levando, por isso via as dele não as minhas ao seu lado.
Mais frente retomavam as quatro
pegadas na areia, onde caminhávamos juntos, se bem, que para segui-lo é preciso
mais que ir ao lado, mais fundo, é preciso tornar uma só a marca na areia, levando a Ele
dentro!
Porque o seu fardo é leve, é manso e humilde de coração.
Não existe lugar mais sagrado nem
mais próximo que ele queira estar, do que dentro.
Então para ir nas pegadas do
Cristo tomando o peso das escolhas minhas infelizes do passado e agora no
presente que me deu, escolher ser forte, escolher ser resignado, escolher os
valores da coragem e perseverança. Crendo e também raciocinando:
Cristo não encarnaria num corpo perecível
a nosso favor por nada, se não houvesse amanhã, e ainda muitas vezes caminhamos
e pensamos nesta vida, “Como se não houvesse amanhã”.
Repensar então a própria existência
como algo a ser renovado a cada passo no seguir as pegadas do mestre, é sempre
estar disposto a fazer a viagem pra dentro, reconhecendo as próprias mazelas
nas tendências que identificamos em nós, nem tão louváveis , como doentes que
somos ainda, necessitamos do remédio da verdade sobre nós mesmos.
Somos filhos, somos filhos de
Deus.
Almas pernoitando no vale escuro
da vida corpórea ate nos habilitarmos a posições
mais sublimadas, depois das conquistas da alma, que passa por vezes pelo
cadinho da dor redentora.
Remédio sagrado oferecido como
presente da lei eterna inscrita em cada alma gerada pelo Incriado.Na derrocada do ego, na sublimação dos instintos inferiores, na verdade que cura.
Que Deus possa nos abençoar em
todo esforço que fizermos no bem.
Da corrente de Maria de Nazaré.
Antonio Carlos Tardivelli
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