sábado, 1 de fevereiro de 2014

Nas pegadas do Cristo.

Nas pegadas do Cristo.
O que sinto é o que  trago e sou aquilo que sinto
Logo o que percebo o que entendo no que sinto e o que creio me move.
Não que eu seja perfeito seguir nestas pegadas não é pra quem vê longe
Mas para quem só consegue enxergar o chão e os próprios pés.
Os sãos não precisam de medico.Mas os cegos para verem sim, os surdos de ouvir sim!
Para quem se descobre doente da alma pelas dores que sente
Porque a dor nada mais é que remédio que cura, eis o que espera a esperança.
Agora endoideceu, dirão, a dor remédio que cura?
Se o olhar estiver preso a terra, que recebe o corpo então não há cura pois os vermes o corroem e ele volta a ser pó que é dela. (Mesmo que por nossa vista de agora seja pó das estrelas)
Mas se por pegadas entenda e que a cruz que levo é meritório resgate de um tempo que me foge a lembrança, por caridade divina, do que fiz porque fiz onde fiz não me lembro.
E que a vida além da vida espera aquele que  hoje  por cego se toma, porque a todo que bate se lhe abre, ao que procura encontra, então e esperança que espera encontra.
Olhando os próprios pés desta forma, outra vista por certo terá diante de si.
Outra vista terá das pegadas na areia. Aquelas primeiras descritas no colégio católico.
Onde nos momentos difíceis, onde eu mais precisava, veio a agressora da esperança tentando demovê-la de sua certeza. Onde estavas nos meus momentos mais difíceis, só vejo minhas pegadas na areia.
Olhe de novo para elas filho meu, responde o Cristo, percebi que aquelas solitárias eram mais profundas, alguém carregava um peso. Era ele disse, me levando, por isso via as dele não as minhas ao seu lado.
Mais frente retomavam as quatro pegadas na areia, onde caminhávamos juntos, se bem, que para segui-lo é preciso mais que ir ao lado, mais fundo, é preciso tornar uma só a marca na areia, levando a Ele dentro!
Porque o seu fardo é leve, é manso e humilde de coração.
Não existe lugar mais sagrado nem mais próximo que ele queira estar, do que dentro.
Então para ir nas pegadas do Cristo tomando o peso das escolhas minhas infelizes do passado e agora no presente que me deu, escolher ser forte, escolher ser resignado, escolher os valores da coragem e perseverança. Crendo e também raciocinando:
Cristo não encarnaria num corpo perecível a nosso favor por nada, se não houvesse amanhã, e ainda muitas vezes caminhamos e pensamos nesta vida, “Como se não houvesse amanhã”.
Repensar então a própria existência como algo a ser renovado a cada passo no seguir as pegadas do mestre, é sempre estar disposto a fazer a viagem pra dentro, reconhecendo as próprias mazelas nas tendências que identificamos em nós, nem tão louváveis , como doentes que somos ainda, necessitamos do remédio da verdade sobre nós mesmos.
Somos filhos, somos filhos de Deus.
Almas pernoitando no vale escuro da vida corpórea ate nos  habilitarmos a posições mais sublimadas, depois das conquistas da alma, que passa por vezes pelo cadinho da dor redentora.
Remédio sagrado oferecido como presente da lei eterna inscrita em cada alma gerada pelo Incriado.Na derrocada do ego, na sublimação dos instintos inferiores, na verdade que cura.

Que Deus possa nos abençoar em todo esforço que fizermos no bem.

Da corrente de Maria de Nazaré.

Antonio Carlos Tardivelli






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