Me vi certa feita a ser contador de histórias
Vida vinha vida ia e eu as distribuía
Vezes eram de alegrias noutras nem tanto, nem tanto.
De passagem o homem irado
Rogou praga agrediu
Depois cansado da vida
Nenhum amigo nada de conforto
Pensou desistir de tudo e se foi desarvorado
Desejando pendurar-se pelo pescoço
E como não conseguisse laço certo
Uma mão de unhas grandes suja pestilenta veio em seu socorro!
E uma voz gutural lhe diz- Quer ajuda?
Pobre homem, apavorado, correu feito danado
E nunca mais pensou em da vida fugir.
Começou por necessidade, pedindo ajuda sincera
A quem na vida só reza – inda assim não se consolou
Avistou um pobre mendigo jogado na rua bem fria
Pior estado que o seu, que tinha bela moradia
Chamou a ele com cuidado, não queria ofender
Nem se dar feito falso que só palavra oferece
Acomodou com cuidado num quarto que tinha nos fundos
Deu-lhe alimento, sustento, até que o mendigo falasse
Pois mudo em sua dor, ausente de todo amor, tinha da vida desalentado.
Primeira palavra que ele disse numa manhã chuvosa e fria
Foi muito obrigado.
Entendeu por fim o homem irado
Os opostos que as vezes se instalam
Por opção damos a mão, de duas formas distintas
Uma aconchega outra agride
E as duas dizem do que se está de passagem sentindo.
O que se é ah isso é outra historia.
Mas como contador não posso deixar sem dizer:
Era uma vez uma homem muito irado,sem amigos, sem cuidados
Descobriu inda na vida que a vida que se tem, a gente escolhe
Ser feliz como ninguém, ou ser um pedinte pobre
Daqueles que tudo tem mas mendigam por carinho
Tratam tudo como seu e o que tem é apenas isso
De passagem pela vida, o que estão, por sentimentos
O que são é outra historia, mas como contador
Não vou deixar de perguntar para o personagem da minha próxima.
Como você está? Sim claro, você que está lendo!
Está de saco cheio, bronqueado, raivoso, irritado?
Oh meu acorda! Você está aqui fazendo uma viagem!
Então aproveita para fazer novos amigos
Enquanto aprende que o que vale é Ser e, ter é relativo.
Me mande a merda, mas pense... Não está aqui só de passagem?
Que marcas quer deixar pelo caminho em você mesmo?
Antonio Carlos Tardivelli
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