Gratidão.
Meu espirito
procura o sentimento em minhas lembranças, do ponto de origem do corpo ovular a
união dos elementos compondo o corpo renascente, sim como a flor que murcha,
como o tempo dissolve os templos de pedra só sobrando cinzas, eis-me aqui. Gratidão
a Deus.
O primeiro
posto, abrindo os olhos e a imagem querida se apresenta solitária, era eu e ela
do mesmo corpo sendo posto como alimento elementos dela, mamãe. Os olhos
mirando a mim espirito em um corpo belo, pequeno, indefeso, confiado a ela que
me recebeu alegremente em seu corpo depois em sua vida acompanhando a minha que
renascia para um novo período de sacerdócio, sem batina, sem nominação. Gratidão!
Ao colo que me recebeu.
Ah a infância!
O percorrer distancias, o socorrer-me em preces balbuciadas, o ouvir o ruído das
ruas no quarto escuro, as imagens das sombras que percorriam mesclando a luz de
fora entrando pelas frestas, as mesmas onde entravam os frios gélidos no
inverno, e eu agasalhado olhava para o teto e as sombras misturadas aos ruídos externos
corriam pela parede caiada e meu olhar ao teto me parecia que deslocava meu
espirito e minha face ficava próxima ao telhado! Gratidão pelos momentos
passados onde iria entender o que seria vida, quase morte, como se tivesse de
outro tempo que recolher de semeadura esquecida.
A cirurgia, a pergunta feita, a resposta dada,
alguém depois das convulsões do corpo como se morresse a vista doutros, eu
vivia minha história, indagado, confinado ao leito, sentia o medo a minha
volta, na pergunta posso orar? Quatro anos no templo corpo eu tinha! Sim pode há
um só Deus! Mas seja breve, pai e mãe podem chegar e são de religião diferente
e está inscrito honrai pai e mãe e ele orou, depois perguntou não tem medo de
morrer? e meu espirito respondeu, deveria ter? todos vivemos e morremos, minha
vida pertence a Deus, ele a tem, pode pedir o que deu no momento que quiser não
há o que temer! Gratidão, quem me fez intuindo desta forma? Com apenas quatro
anos?
A vida segue,
dias difíceis viriam onde a oração ocupava meu espirito em suas provações,
dores, frios, solidão, livre espirito entanto esvoaçando em paz, como estou
agora, vislumbrando a fase seguinte da existência, mergulhado estará meu
espirito em sua origem, Deus, gratidão! Antevisão do que sou e serei em paz e
quietude. Ninguém pode, nem os anjos, nem as potestades, nem o que está a cima
da terra, nem o que está abaixo pode me tirar das mãos do meu senhor! Gratidão.
Enquanto vida
que segue sempre os aprendizados vão sendo reunidos entre luz e sombra da minha
dualidade e enquanto me procuro encontro na saudade, porque em meio aos labores
que movimentaram o campo intimo, a disposição de seguir mais a frente e mais
acima em meu destino permanece inalterada, como se soubesse intima e
intuitivamente da chegada, já que o que sou não se perde na estrada onde por vezes
aflito ou feliz aprendo com a vida feita perfeita em sua imortalidade.
Um certo dia,
um certo galileu que foi amado naqueles que me deu, enquanto minha alma em obstinada
busca tentava compreender porque aqui estava entre minha luz e minha sombra,
como autor de mim mesmo a mim me deu saber dele de uma forma tão objetiva e
clara como educador que é, esclareceu que a vida que prossegue nele e por ele,
tem seus educandários específicos a nossa alma.
Gratidão então
por tudo o que oferece, o amor e a sabedoria para que se alcance no correr da
vida e no tempo dele a nosso ritmo de escolher ser!
Depois meu
espirito precisou de outra intervenção no corpo físico para que aprendesse com
o ser que sou a curar minha alma, do que? De um desvio, esquecido por misericórdia!
Para que tivesse novo impulso na vida que existe sempre pois foi feito perfeito
daquele que oferece ao seu feito a imortalidade na alma. Assim a cura se dá! Gratidão
pelas dores do caminho, pelas arestas cortantes da ingratidão, por estar entre
os primitivos anseios ansiando os novos feitos ao meu espirito com o beneficio
do trato caridoso, a mim por tantas almas encarnadas ou não, gratidão por adversários
que em fogo de disputas sem nexo ligadas ao transitório me permitiram
transcender na minha história, escolher meu lado luz em resignada espera ate
que despertasse a paz de agora.
Gratidão meu
pai pelo caminho, pelas aflições tempero para meu espirito resoluto, pelo encontro
consigo por tua escolha só para que eu conhecesse o alcance de sua misericórdia.
Grato pelo tanto dos dias e por tantas almas que me foram prova do manifesto de
luz que sou de ti e que ninguém tira ou do autodomínio de minhas sombras preenchendo-as
com a luz que recebo sempre de ti!
Queria contar
minha história então visitei algumas lembranças na jornada presente, algumas situações
permanecem no livro da vida ocultas para que o cordeiro somente ele as leia, não
me causa espanto ou medo que ele saiba de mim porque quando indaguei será que
sou uma das ovelhas do teu aprisco? Ele me disse de própria voz, sim! Tu és!
E eu então por
ele posso afirmar: Eu sou!
Luz divina
posta a terra a lembrar outras almas que são eternas, que são filhos em mesma
origem e cujo diferencial é apenas o que fez vibrar em intensidade certa em si
mesmo, discernindo o que seja amar em vida e pelo mesmo lado amar a vida.
Aqui não trato
da vida do corpo ou no corpo, trato da cura de almas em seu desalento porque
tudo o que esta em mim esta em meus semelhantes, mais ou menos despertas como a
paz em mim agora.
Eu não sou o
corpo, sou espirito!
Namaste
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Antonio Carlos Tardivelli