sexta-feira, 1 de março de 2013

Face oculta



Olhar para si e perceber o tanto que já sentiu seu ser
Em tantos caminhos por vezes tortuosos, tormentosos
Quanto ser diz sou que fiz, marquei no tempo minha passagem
de bom por certo muitos nem tanto para o tanto do oposto ao bom.
Pode ser coisa do demo, nunca eu que ali tropeço,faço, minto, vingo, sou rude.
Se por um lado o ser é luz por outro é sombra que anseia ser preenchida
Mas vacilamos frente a  lida, deixamos pra depois, para amanhã guiçá um dia!
Oxalá permita que assim seja!, ah! se visse a face que se oculta
a que o Mestre quer que surja mas o aprendiz diz agora não posso.
É dura a luta pela vida, tenho filhos, pais, dependentes sem falar da luta por manter as aparências.
A face que  expomos é de livre escolha Se de luz atende ao Mestre quando essa  vem e ama.
No presente chama ardente quer aquecer a toda gente, não importa se ocultam as faces  de luz ou sombra
Morto ou vivo  já que para a face de luz que responde ao mestre e o  que difere um de outro
Se de sombra a alma geme porque a essência de luz assim reclama então todos nós somos iguais.
Olhe-se, tens tudo em semente, escolhas, trata a terra intima com amor.
A disposição de olhar para as duas faces  poucos tem.
Preferem tentar ocultar a face sombra e sofrem, porque a de sombra pede luz que a preencha, se não  damos a dor visita, uma melancolia sem remédio, uma tristeza sem razão?
Vivemos no inferno então? quem pode dar luz a quem chora, verdade a quem busca, certeza da esperança , a fé que raciocina, o encontro do sou eu que  falo da face luz que ainda adormecida. 
Continuo vivo, dizem-me morto. Morto é quem se entrega a face sombra
Vivo é quem busca a luz onde ela esteja oculta; dentro desde o surgimento da minha alma que a procura.
Assim deixo esta vista, das duas faces que tenho e não nego
Sou eu quem escolhe qual das duas se manifesta.
Sou de Aruanda porque Oxalá me deu esse entendimento.
Paz na terra aos homens de boa vontade.
Justa parceria de dois amigos eternos.
Jacinto e Antonio Carlos

Antonio Carlos Tardivelli

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