sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ao outro


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Que existente em mim me torna no que sinto percebo sofro
Porque esse ser inconstante que  dita meu desassossego meu tormento
Resiste a razão, opõe-se a luz que por vezes tento
E só não vence, pois me torno o que sinto e não escondo o que sei que sou.
Por insano tomarão meu verso, mas quem sente que minha alma chora?
Que pode construir uma alegria no poeta quando o outro lhe provoca lagrima?
Ah! se quem grita no silencio de uma pagina  não sou eu é o outro
E é a mim que tratam por dementado!
Se quem torno por loucura do sonho ou do desejo é tido por acerto ou desacerto o que tenho sido.
Por vezes feliz se bem que não me lembro quando porque o outro atroz me conduz o esquecimento ate de mim mesmo.
Ah o doutorados em ciência julgarão meu desvario mas eu grito não sou eu é o outro!
Demônio oculto que me tenta ao sonho de ser vivo enquanto vivo só me sinto quando ao verbo declino minha alma.
Dela sou eu que falo, assino, embora sempre assine algum nome do que já fui vivi sonhei senti.
E do outro no silencio minha alma como fosse parte de mim e meu  inimigo que se oculta, tentado desanimo, desalento, choro, mas quando este outro tenta sou eu quem chora e quando a lagrima quente me corre pela face na verdade me lava a alma promovendo-a para um renovado alento.
Que o outro falhe nesta sua lida de desdém de tortura, pois a dor com qual que me trata me serve de cura e me eleva a sair dela pela letra onde confino a dor do que sinto e vejo e as transmuto em cores novas e não fora porque fora tudo certo sempre esteve, é que nos meus conflitos diletos amigos me confortam, esclarecem, ensinam.
Que o outro também é eu que alimento.
A incúria, a vaidade, o egoísmo, o orgulho, o temor do desamor o próprio raio da raiva que me toma por não ser compreendido nesta forma de dizer de mim e do outro meu averno onde sou a sombra e a luz que tento.
E a quem veja o outro não o julgue apressado, por piedade vibre doutra forma que não; ah! demente louco como pode ser poeta e o outro?
Então já que não tenho ensino, não sou mestre de ninguém, sou apenas poeta por amor a letra me ausentando por hora desta porque sinto que já é hora de calar a pena.
E sonhar outro sonho, outra sandice, outra forma de tomar por meu o que do outro lado de mim mesmo tenha.
E se  for beleza não a vejo nem a sinto, talvez se compreenderes minha loucura me esclareças
Será que eu amo ou me odeio já que sinto o que sinto e tenho?
Calar não posso é meu tormento...
Antonio Carlos Tardivelli.

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Antonio Carlos Tardivelli