quarta-feira, 18 de junho de 2008

Rude prova:


Estar comigo
Às vezes sou deserto sem abrigo
Lamento de saudade
Sem flores, sem perfumes...

Tenho entanto por vida o verso
E por conto em cada letra
Quase vivo
Rude prova andar comigo.

Sinta, pois minha doce lembrança.
Eu que inocente permiti sua entrada
E me tiras-te a toda cor do caminho
Sinto-me deserto, rude prova anda comigo.

Vou contar entanto do que sinto
E depois me permitir sonhar
Não estarás mais entre meu desejo
Nem me ocupará o medo de perder-te, já não tenho.

Tanto ocuparei meu tempo
Que o ganho será viver de novo
Com a prova de viver comigo
Mesmo solitário, como vivo verso.

E se por ventura entreter uma alma como a minha
E por inocência deixar-me entrar, me amar
Talvez me tenha por desejo de ventura
E me ofereça as cores, os perfumes nas noturnas luzes.

E se me tiver por prova, que seu sentimento por mim cresça
E se torne como chama sempre terna a aquecer-nos
Nas noites frias.
E a prova que tenho de viver comigo, será ventura minha e tua.

E meu verso dirá que eu amo
Que meu deserto foi ocupado por seus perfumes
Minha solidão por tuas lembranças
E nós no silencio diremos tudo, sem pronunciar palavra

E se por desventura o medo de perder, o que penso ter, me toma.
Digo que o amor eu sinto e jamais me abandona
Embora por vezes torne prova, existir em mim
E pinte por sua força no meu verso, meu fim

Eu digo: Ainda bem que vivo...

Antonio Carlos Tardivelli

Um comentário:

  1. It could widen my imagination towards the things that you are posting.

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Antonio Carlos Tardivelli