Horas que sem consolo a mão se posta o corpo se dobra e alma
chora
Esse choro entanto
vem do mais profundo porque diante de si um quadro se apresenta,
Mais que a lagrima do momento outras tantas pela terra
espalhadas
Parece não serem ouvidas nem pelo céu nem pelo averno.
A hora do choro entanto no reservatório da própria alma
uma luz que vai ampliando seu alcance, de dentro pra fora se
faz presente.
Aquele que chora então como se tocado por renovação esboça
um suspiro
respira e solta como se um força interna dentro de si respondesse
ao seus reclamos.
A hora da partida se apresenta, num gélido canto a alma
aguarda
que o ceifador se apresento porque o frio inclemente esta a deixar seu
corpo dormente
e ninguém há na vida para assistir seu ultimo suspiro. Nem medir o peso de sua lagrima;
É de dor mas ao mesmo tempo a alma exulta por essa força
interna que faz renascer
da longa espera de uma vida, o momento do encontro com a verdade mais intima e suprema.
A mente começa a viajar pelos caminhos trilhados, pelas
horas de alegrias que não foram tantas, mas existiram. Das viagens das chuvas
das noites ao relento, do prato negado daquele pedaço de pão com tanto amor
dado que a alma se sentira saciada.Voz intima a chama!
Filho vem, será? A alma exulta, Deus veio me aconchegar na
hora da partida.
Não filho, parece ouvi-la dentro, estive
sempre aqui responde a fonte dentro da própria alma sofrida.
A consciência se alarga enquanto o corpo dormente aguarda, e
uma vista de celeste abrigo mergulhado em luz suave, agradável, parece estar a
sua espera.
A alma que chora enfim desperta diante de um lugar
inesperado. Lindo prado verdejante, pessoas flutuantes de vestes claras
luminosas andam por toda parte.
Como fora uma alma aguardada com muito carinho mais de cem
se apresentam para aquele que na vida fora mendigo. Abraçam-no amorosamente. E
aquele que mendigava reluz como o sol na mais bela manha.
Diante de si, a consciência ampliada faz com anteveja
felizes jornadas onde não mais importa o sofrer do passado, a luz divina de
dentro fala.
Eis-me aqui filho amado.
E o mendigo assume suas asas de anjo protetor , daqueles que
sintam dor, dos corações endurecidos que negaram o pão a boca faminta, ele de
si doa a toda ingratidão o perdão, a todo desespero uma esperança verdadeira
que da criança interna brota generosa e inocente. Enfim o reino dos céus fala!
Como Jesus predisse, o reino dos céus esta próximo...
E o mendigo que antes pedia pela morte no frio cortante da indiferança
humana, por fim o encontra após seu calvário.
Sim meu filho aqui estou.
Centelha de divino amor redescubra a medida certa, abra seus
olhos para a vida que hora percebes no verso e reverso de uma alma.
Não são todas estrelas cadentes caídas do coração mais
divino?
Então o céu que procuras alma chorosa, não esta distante de
ti.
Ele esta tão perto, mas tão perto que poderia senti-lo
dentro de ti mesmo com minimo esforço..
Então qualquer que seja tua dor, lembra do mestre do amor que mostrou o caminho para seu reinado.
Espirito amado doe, viva, contribua com tua lida, pequena
seja ela faz a diferença na vida de outra centelha que um dia jubilosa, reverá
no filme de sua vida, o pedaço de pão que ofereces com todo amor do Pai em ti.
Salve meu Pai Oxalá
Benedito de Aruanda
Antonio Carlos Tardivelli.
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