quarta-feira, 9 de julho de 2008

O dia da rosa:





Falava ao meu coração o teu carinho
Depois, como veio o perfume pelo vento foi levado.
Nada restando se não uma lembrança
Onde crianças, traquinamos nossas fantasias.

Eu lhe fui Adonis e tu rosa exuberante
Embriagando-me com seu perfume
E era como se dissesses
- Agora vives!

Mas o que é eterno senão o que fica.
Da rosa a lembrança
A marca do perfume
O jeito de ser.

Guiçá outro ser me ocupe e te faça,
Como um laço que não sufoque
Nem parta como perfume
Que o vento leva , que o vento leva...

Que fique mais que lembrança
Mais que marca na alma
Fere sem descanso por ser perda
Do prazer no teu perfume.

Ah meu lume depois que ascende
Dos infernos frios da solidão
É luz incandescente
Braço ardente, meu desejo...

Entanto, no dia da rosa.
O vento levou seu perfume...
Acho-me? Claro! Prisioneiro enquanto partes.
Vá meu amor como o vento.

Leve perfume de rosas
Que trago dentro, que trago dentro...

Antonio Carlos Tardivelli

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tento amar.


A voz embarga,
Quero dizer
Nem ouço a fala
Do coração, do meu coração:
- Ela dizia amar!
E se foi... Amou quem?

Tento, sei que tento.
Entender que seja amar.
Não é dizer, por certo é ser.
Mas como é ser amor.
Se amar apenas tenta.
E se vai? Amou como?

Mais silencio
Sem voz fala a trova,
Tecla silenciosa da minha alma
Enquanto a fala é de mágoa
Tento intento sem fala
Meu verso torno conto.
Voz ou grito do meu silencio?.
Você se foi? Amou quanto?

Apenas tento amar
Mas amor só, não alcança a plenitude
O êxtase é de instante
Euforia de momento, movimento.
Depois se cala nada mais diz. E se vai.
É como se a morte visitasse o amor
Antes que ele fosse,
Quem se ausenta?
Não foi amor que não foi amar?

Triste sina quando se pensa amar
E não sai de si para se entregar ao outro.
O tempo passa e não lembra quem?
Quem amei de fato. Quanto, como?
Quando, ah! estarei demente?
Não sei quanto, não sei quem.
Nem como. Ou quando
Não passou de um sopro de primavera.
Que pensei sentir, sonhei ouvir, Pensei me dar.
Tentei amar E você se foi...

Antonio Carlos Tardivelli

domingo, 6 de julho de 2008

Sonhar



Com os dias que virão
Nas noites entretendo tua alma
Com meus sussurros
Ah desde quando te quero, pergunto.

Sinto, desde sempre, entanto.
Quando sonho, se surge o delírio,
Vem o desencanto, porque meu pesadelo.
É não ter teu afago...

Sonho, e sou louco dizem da minha fala.
Do meu verso riram muitos
Tolo, apenas sonha, o que faz do que anseia?
É também me acho na mesma indagação...

Visito a cidade do anjo que me toma
Sinto a proximidade, a vibração o cheiro.
E me deixo em sonhos ou delírios loucos
A tê-la em meus braços ansiosos pelo toque.

Quero amor sonhar com teu aceno
Na hora da partida e no beijo do retorno
Onde teus lábios toquem os meus com tua doçura
Enquanto minha alma mais se embala em sonhos e devaneios.

Porque o que sinto tento em verso
E o que vivo?
Toca-te?
Sinta.

O amor que meu verso vibra
Que aqueça o teu. Musa...
O poeta retorna
E sonha...

Antonio Carlos Tardivelli....